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'Nas decisões, não me interessa jogar bem, mas sim ganhar', diz Bauza

27/04/2016 19h49

Se a torcida do São Paulo promete dar espetáculo nesta quinta-feira, às 21h45, no Morumbi, o mesmo não pode ser esperado da equipe que enfrenta o Toluca (MEX). E quem avisa é o técnico Edgardo Bauza, que só pensa em sair vitorioso do jogo da ida das oitavas de final da Copa Libertadores da América, mesmo que não haja beleza na atuação de sua equipe.

- A equipe segue crescendo, cada vez mais convencida do que se pode fazer. E agora, nas horas decisivas, não me interessa jogar melhor que o rival. Me interessa ganhar do rival. Agradeço aos torcedores e espero presenteá-los com um triunfo, para que todos saiam contentes. Depois agradecerei de novo por todo o apoio que nos darão - afirmou Patón, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.

O argentino fala com a propriedade de quem é bicampeão da América e reconhece as dificuldades da árdua tarefa de bater os mexicanos no Morumbi. Para Bauza, a única forma de viajar para Toluca com alguma vantagem a defender é levar a campo mais do que a técnica e os trabalhos táticos dos últimos dias. Ingredientes extras serão necessários.

- É uma equipe muito difícil, de estrutura muito consolidada. Conheço o que o técnico deles (José Saturnino Cardozo) pedirá. Será muito perigoso, com 180 minutos disputadíssimos. Quando se joga finais assim, com duas equipes parelhas, entram mais coisas em campo, como a cabeça e o coração dos jogadores. E aposto que meus deixarão tudo. E que, oxalá, passaremos de fase. Não vai ser fácil, mas precisamos manter a cabeça forte - avisou.

Patón também sabe que uma eliminação nas oitavas de final pode abalar seu ciclo no São Paulo, já atrapalhado pela queda no Campeonato Paulista para o Osasco Audax. Ainda assim, o técnico tem convicção de que está conduzindo o Tricolor pela trilha correta diante do que fora pedido pela diretoria em dezembro do ano passado: retomar a trajetória de títulos do clube.

- Estamos em uma etapa muito melhor do que quando começamos, mas estamos em meio a finais e um erro te deixa fora de tudo. Temos que estar no topo. Estou conforme com o trabalho e com o planejamento. Nesta altura da vida analiso meu trabalho depois de um tempo. Não sei se vou terminar de arrumar o time, mas sei que comecei. Estou armando um time para ser campeão. Não sei quando tempo vai demorar e nem sei se estarei aqui quando formos campeões. A diretoria sabe de todos meus passos - finalizou.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Edgardo Bauza:

Alan Kardec, com virose, está descartado para o jogo desta quinta?

O caso de Kardec foi um acidente, mas se estiver bem vai jogar. Tenho confiança nele, porque acrescenta outras coisas além de gols. Vai muito bem pelo alto para atacar e defender, que pode ganhar os lançamentos longos. Saberemos amanhã se ele poderá jogar.

Acha que corrigiu os problemas do setor ofensivo?

Estamos mais ou menos com os mesmos problemas nos últimos 30 metros. Um pouco melhores, mas não com a eficiência suficiente que acredito ajudar o time a se impor diante dos adversários.

Sem Calleri e com a chance de Kardec não jogar, quem fará os gols?

Falei com Ganso, Michel Bastos e Kelvin sobre isso (chutar mais), mas as características dos jogadores não mudam. Eu, se sento aí com vocês, não sei nada de jornalismo. Com os jogadores é assim. Até podem fazer gols, mas Calleri tem 80 gols, Michel 15 e Kelvin três porque cada um tem seu estilo. Se a equipe ajuda, se tem condição, qualquer um pode anotar, mas há a diferença de cada um. Trabalhamos uma maneira de suprir isso.

Quem será o capitão na vaga de Denis?

Não decidi. Decidirei amanhã (quinta), pois não é algo determinante