Em nota, presidente do Cori se retrata com a torcida após dizer que o "Corinthians é do associado"

O presidente do Conselho de Orientação (Cori) do Corinthians, Miguel Marques e Silva, deixou o ambiente um pouco mais conturbado no Parque São Jorge nesta semana. Após uma fala polêmica, que irritou a torcida alvinegra, ele, por meio de uma nota oficial, se retratou com os corintianos neste sábado.

Dr. Miguel disse em uma entrevista na última sexta-feira que o clube "não pertence à torcida, mas aos associados". O dirigente havia sido questionado sobre a representatividade dos conselheiros junto à Fiel.

"O clube não é da torcida. O clube é dos associados. Eu sou representante dos associados e não dos torcedores", disse Miguel à Rádio Bandeirantes.

Neste sábado, ele divulgou uma nota oficial dizendo que sua declaração foi retirada de contexto. Miguel afirmou que a conversa era sobre o processo de impeachment do presidente Augusto Melo e reiterou que sua resposta foi sob uma perspectiva "jurídica e institucional".

O presidente do Cori, ainda, disse que em nenhum momento quis minimizar a relevância da torcida para o clube. Ele terminou reafirmando seu compromisso com o Corinthians e "seus valores fundamentais".

O Corinthians vive um período turbulento nos bastidores, apesar do time estar em boa fase dentro de campo. Aliás, a próxima segunda-feira promete ser agitada no Parque São Jorge. Apesar do posicionamento contrário do elenco, boa parte dos torcedores e da principal organizada do clube, Gaviões da Fiel, o Conselho Deliberativo se reúne para votar o impeachment do presidente Augusto Melo.

Veja abaixo, na íntegra, a nota divulgada por Miguel Marques e Silva:

"Em atenção às recentes manifestações a respeito de minha declaração na entrevista concedida ao programa "Esporte em Debate", da Rádio Bandeirantes, venho a público esclarecer o contexto no qual a frase mencionada foi proferida.

Continua após a publicidade

Em primeiro lugar, é importante dizer que a fala em questão ocorreu dentro do contexto de uma conversa sobre o processo de impeachment do presidente Augusto Melo, assunto que vem gerando intenso debate dentro do clube. Ao ser questionado sobre a representatividade dos conselheiros perante os torcedores, respondi de forma clara e fundamentada no estatuto social do Sport Club Corinthians Paulista. Como presidente do Conselho de Orientação (CORI), um órgão que tem a missão de orientar, fiscalizar e representar os associados, a minha resposta se deu a partir dessa perspectiva jurídica e institucional.

Minha declaração foi, portanto, uma referência à responsabilidade que me cabe como representante dos associados, conforme previsto no estatuto, e não uma manifestação sobre o valor ou a importância da torcida. Fui questionado sobre minha função no CORI, e minha resposta foi fundamentada no papel legal que exerço, sem qualquer intenção de minimizar a relevância da torcida para o clube.

O Sport Club Corinthians Paulista é, indubitavelmente, uma instituição de caráter popular desde sua fundação, e mantém uma relação intrínseca com sua torcida. Reitero meu profundo respeito pela Fiel, cuja atuação foi sempre fundamental para as maiores conquistas e para a construção da gloriosa história do clube. A dedicação demonstrada pelos torcedores, como evidenciado na recente campanha de arrecadação destinada à quitação da dívida do estádio, comprova de maneira incontestável sua importância para o clube.

Esclareço, portanto, que minha fala foi interpretada de forma distorcida, sem levar em conta o contexto da entrevista e a função que exerço dentro da instituição. Continuarei a trabalhar com dedicação para que o Corinthians, um dos maiores clubes do mundo, seja sempre administrado de maneira transparente, respeitando seus associados e a sua história, que é também a história de sua imensa torcida.

A minha atuação à frente do CORI sempre será pautada pela legalidade e pela preservação das normas estatutárias, em prol da integridade do clube e do benefício de todos os corinthianos, sejam associados ou torcedores. Cabe ao CORI, enquanto órgão fiscalizador, orientar que a gestão do clube se cumpra conforme o estatuto, assegurando a transparência e o cumprimento das leis internas. A defesa do Corinthians, em todas as suas dimensões, será sempre a minha prioridade.

Por fim, reafirmo meu compromisso com o Corinthians e com os seus valores fundamentais, e reitero que continuarei a trabalhar para que o clube siga forte, transparente e respeitado por todos.

Continua após a publicidade

Atenciosamente,

Dr. Miguel Marques e Silva

Presidente do Conselho de Orientação do

Sport Club Corinthians Paulista"

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.