Carille vê críticas exageradas e despista sobre futuro no Santos: 'Não pensei sobre isso'

O Santos está muito perto de retornar à elite do futebol nacional. Neste sábado, o Peixe venceu o Vila Nova por 3 a 0, na Vila Viva Sorte, e só depende de um tropeço do Ceará neste domingo para garantir o acesso à Série B. Após o jogo, o técnico Fábio Carille comemorou o momento do time e exaltou o trabalho de auxiliares, como Marcelo Fernandes e Arzul.

"Meu coração nesse momento é de uma alegria enorme por estar com 65 pontos. Agora, voltamos a treinar quarta-feira. Uma festa e um churrasco lá com os jogadores depois do treino da manhã. Depois temos cinco dias para trabalhar para o jogo do Coritiba. Acho que depois desses dias vou ter mais clareza para responder. Mas, nesse momento, é uma alegria enorme por tudo o que passei. Esses caras me abraçaram de uma forma enorme, não só funcionários, mas os atletas e a comissão do clube", disse o treinador.

"Desde o começo do ano, quando montamos o elenco, o objetivo era esse. Eu fiz questão que o Marcelo [Fernandes] viesse com a gente. Lá do Japão, conversei com esse cara muitas vezes por dia. Mesmo com a diferença de horário, a gente conseguia se comunicar. Sei o que passou, é da cidade, trabalhou muito com a gente para colocar o Santos de volta aonde não deveria ter saído. Por isso eu faço questão dele estar aqui. É um santista da barriga da mãe dele. Quero que ele participe desse momento de reconstrução, de retorno. Esquecer o que passou nos últimos anos e olhar para frente. Quero também ressaltar o Arzul, um cara da casa, muitos anos de clube. Foi vencedor, formou muitos goleiros. Passou por esse processo também e, junto com a gente, participou de todo esse trabalho", acrescentou.

Fábio Carille foi perguntado sobre uma possível continuidade no comando do Peixe para 2025. Em contrato, há uma cláusula que garante a renovação de seu vínculo com o clube caso o time garanta o acesso. Porém, o treinador evitou cravar o futuro e disse que ainda não pensou sobre o caso.

"Acho que agora passa a ser o momento de todos nós sentarmos e fazermos o que for melhor para o Santos. Para ser sincero, não pensei nada sobre isso ainda. Sei que tenho um contrato que é automaticamente renovado para 2025. Mas acho que isso não é o mais importante. Não é o meu contrato, é todos que estão aqui saberem o que é melhor para o clube, depois sentar com os meus empresários e saber o que é melhor para mim. Acho que agora é a hora. Faltam dois meses para 2025, parece que é muito, mas não é. É o momento do clube se organizar e começar a pensar no ano que vem", afirmou.

"Não parei para pensar sobre isso. Um ano muito pesado. O que me deu forças para ficar foi o interno. O interno é bom demais. A fumaça, a pressão que veio de fora, não li e não vi nada. Só assistindo jogos de Série B. Gosto da cidade, gosto demais do clube e das pessoas que trabalham lá. Do cara que corta a grama até a cozinha. Passo o dia lá, às vezes não tenho o que fazer e vou encher o saco do pessoal. Mas sei que foi um ano desgastante, pesado. Futebol é assim, nem sempre onde Deus te coloca que dizer que vai ser um mar de rosas. Às vezes vem turbulência mesmo. Acredito muito em Deus, é um lugar que me sinto bem. Mas isso não quer dizer que é o melhor para mim e para o clube", concluiu.

Carille acredita que muitas das críticas de torcedores ao seu trabalho foram exageradas. Ele reconhece que o episódio da negociação com o Corinthians colocou o relacionamento com a torcida em xeque, mas voltou a pontuar que está a poucos passos de alcançar o objetivo que lhe foi proposto: o retorno à elite.

"Penso que não totalmente. Houve erros, na montagem de um elenco é normal de acontecer. Acho que houve exagero. De eu ir para o meu quarto, no hotel, e saber que eu não sou aquilo que estava ouvindo. Me fortaleci com as pessoas ali no CT. Acho exagero, só isso. Foram dez dias onde sempre passei para a diretoria o que estava acontecendo [conversas com o Corinthians]. Eles sabiam. Junto com meu empresário, decidimos ficar quietos. Ele e eu sabemos o motivo de fazer isso. Mas é claro que sei que, daqui para lá, mudou. Mudou essa relação [com a torcida], essa implicância, e muitas vezes com razão. Eu não tiro a razão deles, não. Poderíamos ter sido melhores. Mas já vimos times caindo e tendo dificuldades. O Cruzeiro ficou três anos, o Vasco teve que ir para um jogo decisivo lá em Itu, na última rodada, para subir", pontuou.

"Sobre o relacionamento com a torcida, só temos que trabalhar, não há nada a falar. Torcida, imprensa e arbitragem são coisas que não controlamos. O mais importante é que o interno foi controlado o tempo todo. O importante foi esse ambiente do dia a dia, de trabalho. Em relação a sentimento, está sendo minha segunda passagem pelo Santos. Muitas pessoas falaram no vestiário que missão dada é missão cumprida. Chegamos a uma final do Paulista, um sentimento que o torcedor não tinha há algum tempo. Em 2021, nós fomos escolhidos para tirar o Santos da zona de rebaixamento. E tiramos bem. Muita gente me chamou de louco naquele momento, disse que o Santos não tinha mais jeito. Não podia contratar jogadores, mas terminamos em décimo. Agora fui escolhido para fazer parte dessa reformulação. Feliz demais, graças a Deus é mais um trabalho entregue nesse meu oitavo ano como técnico profissional. Feliz e orgulhoso desse pessoal que trabalha comigo. Pesou muito minha volta para o Santos quando fiquei sabendo que esses caras iriam continuar. Feliz por esse meta, pelo objetivo", finalizou.

Continua após a publicidade

O Santos está muito perto de retornar à elite do futebol nacional. Com a vitória deste sábado, o time só precisa de um tropeço do Ceará diante do Avaí, neste domingo, para assegurar o acesso à Série A.

O Santos lidera a Série B do Campeonato Brasileiro, com 65 pontos, e, se o Vovô perder ou empatar com o Avaí neste domingo, às 18h30 (de Brasília), o Alvinegro Praiano estará matematicamente garantido na Primeira Divisão.

O próximo compromisso do Santos na Segunda Divisão ocorre na segunda-feira da semana que vem, dia 11. A equipe enfrentará o Coritiba, no Couto Pereira, às 21h (de Brasília), pela antepenúltima rodada do torneio.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.