Caso VaideBet: Polícia Civil cobra Corinthians pelo recebimento de R$ 56 milhões de intermediadoras

A Polícia Civil de São Paulo cobra o Corinthians em relação ao recebimento de R$ 56 milhões de empresas que teriam atuado como intermediadoras no contrato com a empresa VaideBet, antiga patrocinadora máster do clube. O Timão foi citado por um ofício produzido pelas autoridades na noite da última quarta-feira.

A Polícia questiona o clube por conta das transferências realizadas pelas empresas Otsafe-Intermediação de Negócios e Pagfast EFX Facilitadora de Pagamentos, com dois CNPJs diferentes. A informação foi publicada inicialmente pelo ge e confirmada pela Gazeta Esportiva.

Essas empresas não estavam autorizadas, segundo contrato de patrocínio, a intermediar o pagamento da VaideBet ao Corinthians.

O ofício foi assinado pelo delegado Tiago Fernando Correia, que representa a Delegacia de Crimes Financeiros do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) e está à frente do caso.

"O Sport Club Corinthians Paulista não vai se manifestar sobre o inquérito em andamento, justamente para não atrapalhar as investigações que se encontram sob sigilo. O Corinthians reforça que é vítima no caso e, portanto, é o maior interessado na solução desse inquérito", escreveu o clube em contato com a reportagem.

As investigações acerca do "caso VaideBet" se arrastam desde o final de maio. Alguns nomes importantes ainda não prestaram depoimento às autoridades, como Augusto Melo (presidente do Corinthians), Marcelo Mariano (diretor administrativo), Sérgio Moura (ex-Superintendente de Marketing) e representantes da casa de aposta.

Relembre o caso

No dia 20 de maio, foi divulgada uma notícia pelo jornalista Juca Kfouri, vinculando um esquema de laranja ligado ao intermediário que firmou o contrato entre VaideBet e Corinthians.

No dia 18 de março de 2024, a empresa Rede Social Media Design Ltda teria recebido um pagamento de R$ 700 mil do Corinthians, com o qual sua conta bancária passou a ter saldo positivo de R$ 697.270.73. Alguns dias depois a conta foi reabastecida com a mesma quantia.

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Uma semana depois, a Rede Social Media Design Ltda fez um pagamento de R$ 580 mil à Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Um dia depois desta transação, a Rede Social teria feito mais uma transferência a Neoway, desta vez no valor de R$ 462 mil.

A Rede Social foi a responsável pela intermediação do acordo entre VaideBet e Corinthians. A Neoway é uma empresa que teria como sócia uma mulher residente de Peruíbe, Edna Oliveira dos Santos. A sede da Neoway tem como endereço a Avenida Paulista, 171, 4º andar. Porém, segundo a recepcionista do local, ninguém vinculado a Neoway já frequentou o local.

A grande questão é que a Rede Social pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que participou da campanha eleitoral de Augusto Melo ao longo de 2023. Cassundé é conhecido de Sérgio Moura, que liderou o marketing do clube até maio, quando pediu afastamento e posteriormente teve seu contrato finalizado.

Em depoimento à Polícia, Cassundé negou que cobrou para intermediar o patrocínio no Corinthians.

As transações de R$ 700 mil foram feitas sem o conhecimento ex-diretor financeiro Rozallah Santoro, que naquele momento estava fora do Parque São Jorge, pois estava em viagem. Sem a presença de Santoro, o diretor administrativo Marcelo Mariano autorizou os pagamentos alegando que a Rede Social já havia emitido notas fiscais e teria pagado os impostos.

Edna Oliveira dos Santos, sócia-majoritária da Neoway, é moradora de uma casa simples em Peruíbe e desconhece a empresa, na qual seria dona. Além disso, Edna desconhece Cassundé.

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No dia 7 de junho, a VaideBet optou por rescindir o contrato com o Corinthians, que neste momento possui a Esportes da Sorte no espaço máster da camisa.

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