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Presidente do Corinthians fala sobre caso de Rafael Ramos e condena gritos homofóbicos de torcida

redacao@gazetaesportiva.com (Redação)

22/05/2022 20h31

O presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, teve neste domingo muita coisa para falar após o empate por 1 a 1 no clássico contra o São Paulo, na Neo Química Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Um dos assuntos mais polêmicos foi sobre o lateral-direito português Rafael Ramos, acusado de injúria racial pelo volante Edenílson, do Internacional, no sábado da semana passada, em Porto Alegre. Para o mandatário, é necessário que se pare de fazer pré-julgamentos enquanto o caso está na Justiça.

"Da mesma forma que a gente tratou o Robson (Bambu, acusado de estupro) também, que foi encerrado pelo Ministério Público, do Rafael também, a gente acompanhou ele desde o primeiro momento, quando ele colocou que não teria falado. Até pela criação dele, pelo que ele tem de educação, e também uma palavra que não é nem usada no país dele, a gente tinha muita segurança de que o Edenílson tinha entendido errado", afirmou Duilio.

Na última sexta-feira, uma perícia contratada pela defesa do jogador diz que ele não falou a palavra "macaco". Segundo o Centro de Perícias de Curitiba, as palavras ditas pelo jogador teriam sido "pô, caralho". O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. O STJD também abrirá um inquérito sobre o caso.

"A perícia foi contratada pela defesa, mas é uma perícia oficial, independente de por quem ela é contratada, uma perícia que tem muita validade assim como outras que foram contratadas e vão mostrar que o Rafael não cometeu nenhum tipo de crime",

continuou, dizendo que não se importa com a postura acusatória de Edenílson e do Internacional.

"Temos que tomar muito cuidado com isso. Não pode existir racismo, é um absurdo, mas não existiu, então tem que tomar cuidado em acusar as pessoas, por isso que também falei do caso do Robson. Temos que ter cuidado porque pode acabar com a carreira do profissional, temos que ter tudo claro para fazer acusações", disse Duílio.

Reprovação

Outro assunto abordado pelo presidente do Corinthians foi um pedido pelo fim de cantos homofóbicos por parte da torcida. Duílio lembrou que o clube agiu rapidamente durante a partida, com mensagens nos telões e no sistema de som, mas afirmou que não tem mais cabimento entoar palavras contra o público LGBTQIA+.

"A gente é totalmente contrário a esse tipo de canto, da mesma forma que eu falei aqui do racismo, da acusação ao Robson, também esse tipo de canto e homofobia o Corinthians é contra. O Corinthians vem conversando com seus torcedores, vem

fazendo campanhas contra a homofobia", comentou.

Durante o clássico, os torcedores, como sempre acontece contra o São Paulo, cantaram "dessas bichas teremos que ganhar" e "vai para cima delas, Timão, da bicharada". Já no segundo tempo, o árbitro goiano Wilton Pereira Sampaio chegou a paralisar o jogo para registrar que havia um canto homofóbico vindo da arquibancada.

"Hoje (domingo), todas as vezes que a torcida começou a cantar, a gente colocou no telão, a locutora do estádio reprimiu porque a gente não acha correto e o futebol está mudando. No próprio jogo hoje, a torcida já mudou o canto, parou de fazer a ofensa que estava fazendo. A gente tem que insistir nisso, que acabe todo tipo de discriminação, a gente está em 2022, isso tudo não faz mais sentido", observou.

Duilio também pediu que não fossem mais acendidos sinalizadores, como aconteceu no segundo tempo após o gol de empate de Adson. "Da mesma forma que a gente vem reprimindo várias coisas no estádio que atrapalham o Corinthians, multas são sempre dadas, também existe o risco de você perder o mando de campo, jogar com o estádio fechado, isso a gente não quer, a gente precisa muito da Fiel no nosso lado", contou, lembrando que o torcedor responsável foi identificado.