Expulsão? Pênaltis? Ex-árbitros comentam polêmicas dos jogos de sábado
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O sábado de Brasileirão ficou marcado, novamente, por polêmicas envolvendo a arbitragem. Bragantino 1x0 Grêmio e Corinthians 3x0 Mirassol tiveram revolta dos atletas após decisões tomadas pelos juízes de campo. Veja as análises de ex-árbitros em três lances capitais — dois envolvendo os gaúchos e um relacionado ao alvinegro.
Bragantino x Grêmio: expulsão de Kannemann
No fim do 1º tempo, o árbitro Lucas Casagrande entendeu, após checagem no VAR, que Kannemann, do Grêmio, agrediu Pedro Henrique, do Bragantino, antes de uma falta ofensiva para o time paulista. O capitão do clube gaúcho foi expulso e, revoltado, ameaçou não deixar o gramado. O atleta do Bragantino, aliás, falou sobre o lance no intervalo: "Eu abaixei a mão do Kannemann e ele achou que, talvez, eu fosse colocar o braço. Aí, acabou atingindo meu rosto."
João Paulo Araújo: "É muito difícil porque estavam quatro jogadores juntos se enroscando. Quando a bola veio, a rodinha se abriu, e o Kannemann, na minha opinião, apenas fez o movimento de ir na bola. Pode ter acertado o Pedro Henrique, mas foi uma jogada normal, não houve pênalti — ele usou o corpo para sair do lance e correr atrás da bola. Não houve maldade."
Renato Marsiglia: "A imagem não foi conclusiva, mas o depoimento do jogador do Bragantino tem que ser considerado quando ele próprio diz que não houve a agressão."
Classificação e jogos
Alfredo Loebeling: "A expulsão do Kannemann é exagerada. O árbitro se perdeu, não houve motivo para expulsão."
Guilherme Ceretta: "Qualquer disputa do Kannemann tem que ser analisada de forma diferente. Ele tem um histórico que, infelizmente, é ruim para ele mesmo. Correta a expulsão."
Emidio Marques: "Para mim, ficou bem caracterizada a agressão Kannemann contra o Pedro Henrique. Atitude correta do árbitro com a expulsão."
Ulisses Tavares: "Não vejo agressão para expulsão do Kannemann. Para mim, cartão amarelo era o bastante."
Assista (a partir de 48 segundos):
Bragantino x Grêmio: pênalti por mão na bola de Marlon
Casagrande voltou aos holofotes nos acréscimos da partida ao considerar, também após consulta no VAR, mão na bola de Marlon dentro da área — o gremista se jogou na frente de Praxedes e desviou a finalização do rival. O lateral ainda tomou cartão amarelo e viu Jhon Jhon garantir a vitória por 1 a 0 dos paulistas.
João Paulo Araújo: "O pênalti não aconteceu. O Marlon está com o braço junto ao corpo. Podem falar: 'ah, o braço está para cima na imagem', mas no momento em que o Praxedes chuta, o braço já está junto ao corpo, não era uma extensão e não aumentava o espaço corporal. Eu não daria pênalti de forma alguma."
Renato Marsiglia: "A bola explode no braço de Marlon quando já estava junto ao corpo. A potência do chute e a falta de um movimento que aumente o espaço corporal absolve o Marlon. O VAR não deveria sequer chamar o árbitro e chamando, o juiz de campo deveria sustentar sua decisão de campo."
Alfredo Loebeling: "Não é um lance para o VAR chamar. Continuamos, no Brasil, com o VAR chamando em lances em que o árbitro tem visão inteira das jogadas — e não é pênalti, de jeito nenhum."
Guilherme Ceretta: "Não foi nada, é absurdo marcar um pênalti como este. A arbitragem está uma bagunça: não sabemos mais o que é certo. O Brasil rege um tipo de regra peculiar neste quesito. Triste é o jovem árbitro não poder manter sua decisão de não cravar pênalti."
Emidio Marques: "Houve toque de bola no braço no Marlon ocorrido quando seu braço estava aberto, distante do corpo e aumentando o seu espaço físico — usufruindo de vantagem ilícita. Pênalti bem marcado pelo árbitro."
Manoel Serapião: "Não foi pênalti. O Marlon estava disputando a bola e seu braço, apesar de aberto inicialmente, estava em posição compatível com o movimento. Para completar, quando houve o contato com a bola, o braço dele já estava quase que junto ao seu corpo"
Ulisses Tavares: "Eu n?o marcaria. A bola é chutada em direção ao gol, e o Marlon está com o braço junto ao seu corpo, sem qualquer movimento para mudar a trajetória da bola. Era somente escanteio."
Assista (a partir de 3min23seg):
Corinthians x Mirassol: pênalti em Yuri Alberto
No início do jogo entre os paulistas, o árbitro Felipe Fernandes de Lima usou o VAR para cravar pênalti de Reinaldo em Yuri Alberto. Para o juiz, o lateral da equipe do interior impediu o avanço do ataque durante um cruzamento. Maycon converteu a cobrança.
João Paulo Araújo: "O Reinaldo segurou o Yuri. Uma curiosidade: um jogador do Mirassol que estava fora do lance levantou a mão dizendo que não aconteceu nada. Quando o jogador se entrega desta forma, com certeza houve o puxão. O Reinaldo soltou, mas puxou antes."
Renato Marsiglia: "O pênalti foi bem marcado. O Reinaldo puxa o Yuri Alberto, evitando que o adversário alcance a bola para fazer o gol."
Alfredo Loebeling: "Há um puxão, é penalidade, sim. Este puxão impede que o Yuri chegue para fazer o gol."
Guilherme Ceretta: "Não dá para saber. Estão marcando tanta coisa que não é e deixando de marcar o que é... eu acho que ele errou, mas baseado no que estão marcando, acertou — manteve o critério errado."
Emidio Marques: "Pela visão lateral, não dá para se precisar se houve falta do Reinaldo no Yuri Alberto. Houve, para mim, um choque acidental de jogo. Eu não marcaria pênalti."
Manoel Serapião: "O Yuri Alberto foi puxado e impedido de tentar jogar a bola. Pênalti correto e amarelo bem aplicado, pois o Yuri ainda não tinha o domínio da bola, e a possibilidade de alcançá-la não constitui clara oportunidade de gol a justificar o vermelho."
Ulisses Tavares: "O pênalti foi bem marcado porque o Reinaldo agarrou o Yuri e o jogou no chão, impedindo que ele terminasse a jogada."
Assista (a partir de 10 segundos):





















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