Federação comemora sucesso após proibir pais de atletas em jogos da base

"A gente tem muito medo de errar. Se erra, os pais xingam".

Esse foi o depoimento de uma das crianças para o filme "Pais de Castigo", que acompanhou a determinação Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) e fechou os portões de 144 partidas do futebol de base.

A intervenção drástica foi uma resposta a uma série de incidentes graves que se tornaram recorrentes nas partidas. A lista de problemas era extensa, incluindo desde insultos a árbitros e atletas e brigas entre torcedores, até a cobrança excessiva sobre o desempenho infantil.

O estopim foram os registros de crimes de intolerância, como injúria racial e homofobia, que criaram um ambiente hostil e incompatível com os valores do esporte.
FPF

Castigo funcionou

Segundo a FPF, a avaliação preliminar da ação é positiva e ajudou a controlar as arquibancadas em tempo recorde. As partidas voltaram a receber público no último fim de semana, poucos dias após o vídeo, que faz parte da campanha "-Ódio +Futebol", ser lançado.

Foi uma medida educativa que gerou impacto imediato no debate público sobre a responsabilidade dos pais e responsáveis nas arquibancadas. Já temos relatos de diretores de jogo e outros profissionais sobre arquibancadas mais controladas e maior cooperação entre clubes e famílias de atletas. A FPF entende que se trata de um processo contínuo: é preciso manter ações de prevenção, monitoramento e conscientização para que o ambiente siga seguro e saudável para as crianças.
FPF, em resposta ao UOL

Embora o TJD-SP não possa punir torcedores diretamente, os clubes são legalmente responsáveis pelos atos em suas arquibancadas. A ação, portanto, buscou sensibilizar tanto os clubes quanto as famílias para uma mudança coletiva de comportamento.

O filme "Pais de Castigo" é uma etapa de um conjunto mais amplo de ações iniciadas no ano passado. A FPF está estruturando novas iniciativas em parceria com clubes, arbitragem e especialistas para promover novas medidas educativas e de conscientização.

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"O objetivo é criar um programa contínuo de educação e monitoramento, reforçando que o papel da família é apoiar, incentivar e proporcionar um ambiente positivo para o desenvolvimento das crianças, dentro e fora de campo. A FPF tem como propósito transformar a sociedade pela paixão ao futebol, e nossa prioridade é garantir que os torneios da FPF sejam espaços de aprendizado, segurança e motivação", completou a entidade.

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