Seria esculachado se bancasse classificação antes do Mundial, diz Paiva

O técnico Renato Paiva não escondeu a satisfação com a classificação do Botafogo às oitavas de final do Mundial mesmo com a derrota para o Atlético de Madri por 1 a 0, hoje. O treinador comentou sobre as "previsões" feitas antes da competição e disse que seria esculachado se dissesse, meses atrás, que confiava na classificação do Glorioso.

Quando saiu o sorteio e saímos do Brasil, possivelmente para o mundo teríamos 10% de passar. Uns porque não conhecem o futebol brasileiro e outros o nosso grupo. Nós devíamos mostrar o contrário como fizemos. Agora, contra a maioria das previsões do Brasil e mundo afora, estamos classificados.

Se eu tivesse dito que passaríamos neste grupo no Brasil, eu seria esculachado até a quinta casa por todo mundo. Agora, obviamente, fizemos o que ninguém esperava e isso precisa ser valorizado. O torcedor e o futebol brasileiro têm de estar orgulhosos. Renato Paiva, em entrevista coletiva

O que mais ele disse?

O jogo. "Hoje, o resultado foi esse porque fizemos um bom primeiro tempo, entramos bem, trabalhamos bem a bola, não deixamos o Atlético nos gerar perigo. Se o Savarino faz o gol, o jogo mudaria. Não gostei do segundo tempo. É normal o Atlético buscar o resultado, sobravam apenas 45 minutos para eles, colocaram atacantes e nós, com o cansaço e com o mental de que estava faltando pouco, começamos a jogar com a classificação e abaixar o rendimento, acumulando muita gente na área. Quando o Simeone muda, mostra claramente o que ele quer fazer, sofremos mais do que eu gostaria, queria ter mais posse de bola. Tivemos muitas defesas boas do Oblak. Perdemos o jogo, não gostamos disso."

Ambiente. "Não está um ambiente pesado, mas não está igual ao que teve no jogo contra o PSG ou contra o Seattle. Isso demonstra a personalidade desse grupo. Eles querem ganhar, vão para isso, independentemente das estratégias. Hoje, se fossemos mais efetivos, poderíamos ter feito gols. Um gol mudaria muito a história, mas eles não ficaram satisfeitos com o primeiro tempo, eu acho."

Mais trabalho do quem com PSG. "Tem outro fator, que se chama Atlético de Madri. Parece que estávamos jogando contra um time de segunda divisão. O Atlético de Madri é o Atlético de Madri. São muitos bons jogadores, têm um treinador que está há 15 anos no cargo. Tivemos mais problemas do que tivemos com o PSG."

Elogios à organização. "É uma competição que une equipes de continentes diferentes, são várias equipes e isso para discussão de qual continente é melhor, não dá a definição total, mas dá certa ideia. Eu gosto muito desse torneio. Me dá orgulho ver o que meu time fez, o que os brasileiros estão fazendo. Gosto da organização, não tem falha nenhuma... Talvez jogar a esta hora seja difícil, mas eu entendo porque as horas têm relação com os outros continentes. É uma competição muito interessante e que impõe uma dificuldade muito grande. Saímos melhores do que entramos. Jogamos contra grandes equipes. A organização é top, a ideia é top e os times são tops. Estou orgulhoso de estar aqui."

Programação. "Agora é descansar, viajamos amanhã e começamos a nos preparar. É recuperar porque os jogos vão se amontoando e temos de ser criteriosos e sensíveis. Já era um jogo de mata-mata hoje. É preparar em função do adversário que vier."

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Gregore fora. "Acontece porque são só dois cartões e é fácil ficarem fora dos jogos, principalmente os mais defensivos. Ainda que o cartão de hoje tenha sido desnecessário. Ele sabe a importância que tem para o grupo e também sabe o grupo que tem. Quem entrar, irá bem. Não choro em cima de ausências. Tenho confiança em quem está aqui. Ainda não decidi quem vai jogar, mas estou confiante."

Erros do time e Brasil menosprezado

Antes da coletiva, Renato Paiva elenco os erros que o Botafogo cometeu durante a derrota para o Atlético de Madri e afirmou que viu o Brasil menosprezado antes de exaltar os técnicos das equipes brasileiros, sejam estrangeiros ou não.

Nós sabíamos que estaríamos jogando contra uma grande equipe, contra um grande time. Não nos defendemos tão bem, não por causa do gol sofrido, mas porque a gente às vezes avançava cedo demais, muito próximo da nossa área, mais do que eu queria, não como eu pedi. Mas eu sei que estamos jogando contra um grande time, grandes jogadores.

Eles começam a rondar muito a nossa área e esse foi um problema para nós. Eu quero ter mais posse de bola, especialmente naqueles momentos de passe, de transição, decidir um pouco melhor. Renato Paiva ao DAZN

O treinador português disse que viu o Brasil menosprezado e exaltou os técnicos que trabalham em clubes brasileiros.

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O Brasil é um país imenso, com um futebol muito especial, com muitos bons jogadores, que produz muitos jogadores para o mundo, eles são jogadores muito talentosos. O Brasil tem excelentes técnicos, até mesmo os técnicos estrangeiros que vão para o Brasil são muito bons, eles estão ajudando todos nós, todos nós estamos ajudando a mostrar o que é o Brasil. Muitas pessoas ficam achando que o Brasil é mais fraco do que é. Nós temos um campeonato muito difícil no Brasil, então temos orgulho de representar muito bem o nosso país, especialmente o nosso time. Renato Paiva

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