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Se EUA entrarem em guerra com Irã, Copa pode vir ao Brasil? Não é bem assim

Samir Xaud, presidente da CBF, e Gianni Infantino, presidente da Fifa, em encontro nos EUA Imagem: Divulgação / Fifa

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/06/2025 16h10

Eu sei que você tem saudade daquele "OEA" — a musiquinha que embalou a Copa 2014. Mas não se empolgue com a fake news que pipocou nas redes sociais de que a Copa 2026 pode parar no Brasil.

A tese falsa é mirabolante:

Um SUPOSTO item no regulamento da Fifa tiraria a Copa dos Estados Unidos após o conflito com o Irã. E aí, a entidade SUPOSTAMENTE buscaria a sede anterior para receber a Copa.

O Qatar? Muito perto do Irã. A Rússia? Já tá banida das competições por causa do conflito com a Ucrânia. Sobraria quem? O Brasil.

Viralizou porque muita gente gostaria que acontecesse. E não porque haja qualquer fundo de verdade. A internet tem dessas.

A real é que não existe uma linhazinha sequer no estatuto da Fifa dizendo que a Copa do Mundo tem que ir para sede anterior em caso de guerra.

Muito menos que o Qatar estaria vetado, caso esse devaneio fosse verdadeiro.

E tem outra: além dos EUA, a Copa de 2026 vai acontecer também no México e no Canadá.

Nas respostas à postagem original no X (ex-Twitter), até a inteligência artificial da plataforma, o Grok, reforçou que a hipótese de uma Copa de volta ao Brasil em 2026 é falsa.

Dá para imaginar que o robô nem precisou trabalhar muito.

Mas se estourar uma guerra em solo americano? A Fifa resolveria o que fazer, mas sem ter como regra retroceder à sede anterior.

Vale lembrar que a escolha da sede da Copa do Mundo é feita em votação no Congresso da Fifa, reunião da qual participam todas as federações filiadas.

O que é verdade em relação ao estatuto da Fifa?

A entidade diz que "permanece neutra em assuntos de política e religião". Mas "exceções podem acontecer em relação a assuntos afetados pelos objetivos estatutários da Fifa".

Isso abre brecha para algumas coisa. Como a punição à seleção russa, tirada a perder de vista das competições de seleção e clubes.

Mas por que a Fifa se meteu nisso e não tem sinal de mobilização em relação aos EUA?

Internamente, fica fácil perceber a boa relação entre a Fifa atual e o presidente dos EUA. Além disso, quando a Fifa canetou a Rússia, o argumento foi de que:

Houve uma situação de "força maior" com a invasão militar dos russos à Ucrânia.

Houve reação da comunidade internacional, com sanções financeiras e comerciais aplicadas à Rússia.

Associações da Fifa se recusaram a jogar contra a Rússia, como Polônia, Suécia e Tchéquia.

Aí, a Fifa formalizou a suspensão aos russos — que não conseguiram reverter a medida nem com um recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Nenhum desses elementos, na perspectiva da Fifa, aconteceu com os Estados Unidos. Oficialmente, a entidade não comenta o assunto.

Então, o planejamento para a Copa 2026 segue o mesmo. "Nananana" tá tocando todo dia no Mundial de Clubes e a ideia é que outra música chiclete também se repita em solo norte-americano ano que vem.

Copa do Mundo no Brasil? É a feminina, em 2027. E, quem sabe, a versão de clubes, em 2029, já que a CBF se candidatou.

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