Vitória épica não contamina elenco do Botafogo, e euforia fica para torcida
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Épica, histórica, espetacular, inacreditável. Todos os tipos de adjetivos foram usados para definir a vitória do Botafogo sobre o PSG, na quinta à noite, em Pasadena. O campeão da Europa e favorito para levar o primeiro Super Mundial de Clubes "caiu do pedestal", segundo palavras do jornal francês "L'Equipe". A euforia tomou conta do "mundo Botafogo".
Nas arquibancadas-raiz do Rose Bowl, em Pasadena, houve explosão e lágrimas. Os corpos lá presentes não representavam o tamanho da alma. Uma felicidade que não cabe no coração, de tão grande que é. Inesperada, também. Porque os botafoguenses ainda estão só começando a se acostumar com essa história de ganhar tudo, de estar à altura do momento.
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No hotel em que o Botafogo se hospedou em Pasadena, John Textor ganhou um beijo de um torcedor, que até lhe ofereceu para pagar uma bebida. Os jogadores não conseguiam dar dois passos sem ouvir um "parabéns". A euforia não pode ser contida, e é natural que seja assim, depois de uma vitória que não acontecia havia 13 anos - de um brasileiro contra um europeu.
É nítido, porém, que a euforia que tomou conta dos torcedores não afetou o elenco do Botafogo. No próprio hotel, alguns poucos brindaram a vitória, mas não até altas horas. Sem batucada ou cantoria ou qualquer menosprezo aos derrotados ou aos que consideravam o PSG favorito.
Antes disso, o primeiro jogador a aparecer para as entrevistas no estádio Rose Bowl foi Artur. Olhar compenetrado, semblante calmo, discurso na ponta da língua. "A gente está feliz, tem que comemorar mesmo. Mas é ter equilíbrio. Sabemos do feito histórico, mas é pezinho no chão porque agora tem outro confronto importante contra o Atlético de Madri", disse Artur.
Pés no chão. O termo usado por todos, absolutamente todos. Até porque, contra o Atlético de Madri, o Botafogo pode até perder que passará de fase - desde que não seja por três ou mais gols. Ou seja, o jogo de segunda-feira que vem vale vaga.
"Ainda falta um jogo para jogar. Temos que ter os pés bem no chão. O Atlético é outra montanha para subir, foi construído por Diego Simeone faz muito tempo, tem valores individuais extraordinários. Eu quero que tudo isso que fizemos valha a pena", falou o técnico Renato Paiva.
"A chave do jogo foi a humildade. Todo mundo correndo, ficando junto, não dando espaço para o rival. Na primeira bola do jogo Vitinho ficou em um mano a mano e quase saiu o gol deles, a partir daí fizemos as coberturas e isso também foi chave. Sempre acreditamos e conseguimos neutralizá-los hoje. É uma noite para celebrar, não conseguimos pouca coisa, mas amanhã (sexta) já voltamos a treinar e acabou"disse o zagueiro Barboza, outro com semblante sereno e a cabeça já posta no futuro.
Pela avaliação estatística do algoritmo da Sofascore, Barboza foi o melhor em campo pelo Botafogo. Os outros que tiveram avaliação altíssima foram o outro zagueiro, Jair, eo goleiro John.
"Este foi o jogo mais importante da minha vida e nunca vou esquecer", admitiu o goleiro. Mas logo emendou: "O vestiário está comemorando a vitória, mas ainda tem muitas coisas para acontecer".
Todos falam em pés no chão e ninguém ousou fazer as contas - que são muito favoráveis ao Botafogo. Qualquer derrota por até dois gols diante do Atlético de Madri garantirá o time de Renalto Paiva.
Se ganhar ou empatar, será primeiro colocado do grupo B. Se perder por até dois gols, será segundo colocado. Se perder por três ou mais, só não ficará fora caso o PSG tropece contra o Seattle Sounders, o que é improvável.
O Atlético de Madri conseguiu 12 vitórias por três gols ou mais de diferença ao longo da temporada, quatro delas nos últimos seis jogos, quando o ataque encontrou a química con Julián Álvarez e Sorloth. Nada que tire o sono do torcedor botafoguense. Até porque estar acordado tem valido mais a pena do que sonhar.