Torcida do Inter Miami faz greve e Palmeiras jogará em casa na Flórida
Ler resumo da notícia
A torcida do Inter Miami, composta na maior por imigrantes e muitos deles argentinos, está incomodada com a postura da diretoria do clube, que não distribui nenhuma cota de ingressos para a Copa do Mundo de Clubes. Por isso, não vão ao jogo de segunda-feira organizados. Os membros da uniformizada estão liberados para ir, mas não haverá nem instrumentos musicais, nem faixas e camisetas.
"Nos ofereceram apenas setenta ingressos e somos perto de mil pessoas. Ou vamos todos ou não vai ninguém. Quem quiser ir, que entre sozinho", diz o líder do movimento, conhecido como JC (lê-se Jêi-Si).
A maioria não compareceu à abertura do torneio contra o Al Ahly. Uma das razões de ter havido tantos torcedores egípcios quanto do time da Flórida, nas arquibancadas.
A lógica deve persistir na próxima segunda-feira (23), em Inter Miami x Palmeiras. O time brasileiro, que encanta os Estados Unidos pelo comportamento quente de sua torcida, deve fazer mais barulho e fazer os jogadores se sentirem no Allianz Parque, como já aconteceu duas vezes no MetLife, em Nova York. Mesmo jogando na Flórida, casa do Inter Miami, os palmeirenses serão mais barulhentos.
Classificação e jogos
Inter Miami é quase argentino
A torcida chama a si mesmo de "la barra." Exatamente como na Argentina, onde as barras, as torcidas uniformizadas, recebem ajuda financeira. A torcedora que se apresenta pelo nome de Agustina mora em Miami, nasceu em Tucumán, torce pelo Boca Juniors e pelo Inter Miami. Trabalha como voluntária da Fifa. Faz parte da "Barra" do Inter Miami. Na manhã do jogo de abertura, lamentava o fato de os diretores do Boca oferecerem bilhetes e os do Inter Miami cobrarem 300 dólares por cada entrada.
"Não vamos!" Os torcedores afirmam que o Inter Miami propôs um acordo. Queria que levassem faixas de torcidas e música, que cantassem alto, incentivassem o Inter Miami. Mas a quantidade considerada muito pequena pela torcida fez com que a proposta fosse rechaçada. "Neste momento, não vamos", diz Agustina. "Estamos negociando", ela diz. Muitos dos torcedores do Inter Miami se juntaram aos do Boca Juniors desde o bandeiraço na praia de Miami, no sábado passado. Mas não foram ao Hard Rock Stadium para a partida contra o Al Ahly. O líder do movimento, JC, é a ponte para tentar convencer a diretoria a liberar mais do que os setenta bilhetes.
A origem do Inter Miami vem de sua fundação, em 2018, com do ex-jogador inglês David Beckham como co-proprietário. Apesar da origem inglesa do craque/empresário, a chegada de Messi, em 2023, a grande colônia argentina na Flórida e as contratações de amigos de Messi, como os espanhóis Alba e Busquets, o uruguaio Luis Suárez e o goleiro argentino Ustari, campeão mundial sub-20 em 2005, ligaram mais o time aos argentinos. A cultura do futebol argentino passa por financiamento de bilhetes para as "barras". É disso que os torcedores locais reclamam e, por isso, devem ficar fora do estádio mais uma vez, no Hard Rock, contra o Palmeiras.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.