Allianz vira palco de circo radical durante estreia do Palmeiras no Mundial

Teve grito, comemoração, torcida e até vaias. Só não teve gol. Na mesma hora em que o Palmeiras fazia sua estreia na Copa do Mundo de Clubes, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, o Allianz Parque recebia o Nitro Circus, espetáculo de esportes radicais, que mobilizou uma multidão.

Manobras, anel de fogo e Palmeiras esquecido

Mais de 36 mil pessoas ocuparam as arquibancadas do antigo Palestra Itália para ver ao vivo as acrobacias de atletas e pilotos com bikes, skates, motos, patins e até cadeiras de rodas adaptadas.

Os skatistas brasileiros Bob Burnquist, maior medalhista do X Games, e Dora Varella, finalista olímpica, compuseram uma longa lista de nomes nacionais e internacionais. Nicolas Ferreira, revelação do FMX brasileiro, também foi um desses nomes.

O show pirotécnico e apresentação de um DJ agitaram o público. Houve muita fumaça, fogos de artifício e, no encerramento, um círculo gigante em chamas. O anel de fogo, de cinco metros de diâmetro, fez até os setores mais próximos ao campo esquentarem, na noite que teve mínima de 14ºC.

O único ponto negativo do evento foi o intervalo para descanso dos atletas, que durou pouco mais de 30 minutos e gerou algumas vaias.

Aaron 'Wheelz' Fotheringham atravessa anel de fogo com cadeira de rodas adaptada, no Nitro Circus, no Allianz Parque
Aaron 'Wheelz' Fotheringham atravessa anel de fogo com cadeira de rodas adaptada, no Nitro Circus, no Allianz Parque Imagem: Nitro Circus/Staff Images

Por mais que o pano de fundo do evento fosse a casa do Palmeiras, pouco se viu o escudo alviverde. O público, fã de esportes de ação, parecia estar alheio ao empate sem gols do Verdão com o Porto, pela primeira rodada da fase de grupos do Mundial.

O máximo de futebol que se encontrou por lá foi um torcedor do rival, Corinthians, "secando" o Palmeiras pela tela do celular, que estava ligada na Rede Globo.

As poucas pessoas que vestiam a camisa do time palestrino no Allianz não pareciam preocupadas com o resultado diante das manobras empolgantes.

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Foi caso do torcedor mirim Matías Vieira, de 4 anos, que trajava uma camisa com o nome de Vitor Roque. O pequeno palmeirense estava feliz por visitar o estádio de seu clube do coração, ao lado da mãe torcedora e do pai skatista, e não parou um minuto de vibrar com o circo radical.

Ele começou a gostar faz pouco tempo, mas adora futebol e virou palmeirense, igual a mãe. A minha influência foi grande nisso, assim como os esportes radicais são influência do pai. O meu coração fica dividido por não ver o Palmeiras no Mundial, mas estamos na casa do nosso time, né?
Gisele Vieira, mãe de Matías, ao UOL

Mar verde e branco do lado de fora

Já do lado de fora do estádio, a história foi bem diferente. A Rua Caraíbas, travessa da entrada do Allianz, lotou de palmeirenses que assistiram à partida pelas TVs dos bares — a 7.600 km de distância do time.

Inclusive, a reportagem conversou com alguns torcedores que aproveitaram a ida de familiares ao Nitro Circus para encontrar amigos nas redondezas do Palestra Itália.

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Deixei minha família lá dentro para assistir ao evento e vim torcer pelo Palmeiras.
Alexandre Begueldo, torcedor do Palmeiras, ao UOL

Torcedores do Palmeiras ocupam as ruas próximas ao Allianz Parque, na estreia da Copa do Mundo de Clubes
Torcedores do Palmeiras ocupam as ruas próximas ao Allianz Parque, na estreia da Copa do Mundo de Clubes Imagem: Arquivo pessoal

A concentração animada durou cerca de cinco horas, regada a cerveja, churrasco e cantos de torcida do pré ao pós-jogo. Para os presentes, o ponto negativo foi a frustração com o resultado.

Faltou a vitória. Não sei se vai tão longe na competição, mas vamos seguir torcendo daqui.
Marcos Rocha, torcedor do Palmeiras, ao UOL

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