Eu achei que iria só encontrar latinos em jogo de futebol nos EUA. Errei
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Eu já estava na Filadélfia quando tive a ideia de ir ao jogo entre o Philadelphia Union e o Charlotte FC, em pleno dia de abertura do Mundial de Clubes.
A cidade na qual o Flamengo vai estrear, segunda-feira, contra o Esperánce (TUN), tem uma dinâmica própria — e um ar alheio ao torneio internacional.
O sábado era de protestos por todo o país por conta da política de imigração de Donald Trump. Fui ao estádio com a ideia de que "futebol nos Estados Unidos é coisa para latino". Eu estava bastante enganado.
Classificação e jogos
Tão logo desci do transporte por aplicativo, me deparei com um mar de gente chegando ao Subaru Park. Eles estavam animados. Afinal de contas, o Union chegou à partida como líder da Conferência Leste.
E foi só eu começar a ouvi-los que percebi que a maioria deles não "hablava" espanhol. Era inglês, mesmo.
Achei que pudesse ser um pequeno recorte. Mas a cada metro que eu caminhava ao redor do estádio, constatava que sim, os latinos até estavam ali, mas não eram maioria.
É fato que o público é diferente do que estamos acostumados no Brasil. Ele é, majoritariamente, familiar. Muitas mulheres e crianças. O futebol feminino dos EUA, inclusive, é bem mais vencedor que o masculino. O clima ao redor também é pacífico.
Conversando e observando, notei que muitos ali não são apaixonados pelo futebol. Mas como bons americanos, gostam de viver a experiência de um evento — não "só" de um jogo. Convenhamos, eles sabem fazer isso muito bem.

Do lado de fora, um espaço amplo de bar com bebidas, comidas dos mais variados tipos e show ao vivo. Na lateral, dezenas de gincanas com os torcedores.
Acertou o chute no alvo? Ganha um boné. Respondeu certo o quiz? Ganha um adesivo. Tudo de forma ordeira, com respeito às filas e sem confusão.
Para entrar no estádio, todos precisam passar por detectores de metais. Mochilas e bolsas não são permitidas. Somente para a imprensa.
@uolesporte O Mundial tá rolando nos EUA, e nosso repórter @brunobraz_ perguntou o que eles sabem de times e jogadores do Brasil.. Será que mandaram bem? #UOL #UOLEsporte #Mundial #UOLNoMUndial #TiktokEsportes #FUtebol ? som original - uolesporte
Que visual é esse!
Quando você, enfim, entra no estádio, se depara com um visual impactante. Confesso ter sido um dos mais bonitos que já vi. Fica à beira do Rio Delaware e, justamente naquele ponto, é cortado pela ponte Commodore Barry, o que permite uma imagem única.

A qualidade da partida não era das melhores e, por vezes, me distraia vendo os barcos e navios que cruzavam a água. Retomava a atenção com a pequena, porém barulhenta, torcida organizada atrás de um dos gols.
A batida dos instrumentos é diferente. Os cânticos também. Mais parecem músicas de marchas cantadas por soldados: um puxa uma frase e os outros a repetem. Está valendo. O importante é apoiar.
E o jogo? O que parecia um frustrante empate por 1 a 1 virou uma épica vitória por 2 a 1, com gol de Markus Andersen aos 53 minutos do segundo tempo.
O Philadelphia Union se mantém como líder da conferência. Eu finalizei a experiência com duas conclusões: não troco o futebol brasileiro por nada, mas da próxima vez, vou desapegar dos esteriótipos.
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