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O meia boliviano Miguel Terceros, que está emprestado pelo Santos ao América-MG, foi liberado em Ponta Grossa (PR) após ter sido preso em flagrante ontem por suposta injúria racial contra o atacante Allano no jogo contra o Operário-PR, pela Série B.
O que aconteceu
O UOL apurou que Miguelito foi liberado nesta manhã pelo Ministério Público. O jogador passou a noite detido, sem algemas, e esperou no fórum da cidade até a liberação.
A investigação continuará, mas o jogador pode voltar para Belo Horizonte e seguir trabalhando. O boliviano, inclusive, já está vendo voo para retornar à capital mineira.

Classificação e jogos
Miguelito afirma que não proferiu nenhuma injúria racial e que apenas rebateu xingamentos. O jogo ficou paralisado após o atacante Allano, do Operário, ter dito que foi chamado de "negro cagão" pelo boliviano em campo. O árbitro da partida ativou o protocolo antirracista, mas relatou na súmula que "nenhum integrante da equipe de arbitragem ou e/ou ouviu tal incidente". Nenhuma câmera da transmissão flagrou o momento.
Pessoas próximas ao atleta afirmaram ao UOL que a prisão não foi mantida por falta de provas conclusivas. Além disso, Allano teria mudado a versão de "negro cagão" para "preto do caral***" e Jacy, capitão do Operário que foi depor como testemunha, teria relatado que só ouviu a palavra "negro".
Alanno, por sua vez foi às redes sociais dizer que não vai se calar. O jogador cobrou um basta ao racismo e disparou: "Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável".
Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade. Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável.
Allano, nas redes sociais
Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia.
O América-MG monitorou o caso à distância, enquanto o estafe de Miguelito colocou dois advogados no caso. O jogador está chateado com a repercussão e, se o processo for arquivado, pretende processar Allano.
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