Corinthians: Contas reprovadas reabrem debate sobre impeachment de Augusto

Augusto Melo sofre intensa pressão no Corinthians após ter as contas do seu primeiro ano de gestão reprovadas. O Conselho Deliberativo (CD) do clube formou maioria para a rejeição do balanço financeiro de 2024.

Augusto Melo pode ser afastado?

Com a reprovação, um novo pedido de impeachment contra Melo é protocolado automaticamente. Com isso, será o terceiro processo de destituição contra Augusto a tramitar no clube em pouco mais de um ano de presidência. O passo a passo é o mesmo já adotado anteriormente.

Porém, ainda existe a possibilidade de Augusto ser afastado do cargo por "gestão temerária", sem a necessidade de um processo de impeachment via estatuto, por um artigo previsto na Lei Geral do Esporte.

Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo do Timão, estuda quais serão os próximos passos do caso.

Nós temos alguns conflitos legais, o estatuto [do Corinthians] fala uma coisa e a legislação fala outra. Nós temos uma lei nova, que é a Lei Geral do Esporte, que prevê, quando as contas são reprovadas pelo motivo que foi, ou seja, gestão temerária, alguns mecanismos que são diferentes do estatuto, até porque o estatuto não é reformado há muito tempo. Eu vou estudar com bastante cautela tudo que foi analisado pelo Conselho Fiscal e pelo Cori [Conselho de Orientação], o que foi votado pelo plenário, e o que prega a legislação para que a gente delibere muito em breve sobre os próximos passos.
Romeu Tuma Jr

Existe ainda uma terceira via nos bastidores, que pede a renúncia do presidente. O UOL ouviu diversos conselheiros, alguns que fizeram parte da base de apoio político na eleição de Augusto, que pedem uma "saída digna" do mandatário.

A possibilidade de renúncia é remota, uma vez que Augusto afirmou, ao deixar a votação realizada no Parque São Jorge, que irá se "defender na Comissão de Ética" do Corinthians.

Cenário político e financeiro preocupa

O cenário político e financeiro se tornou ainda mais preocupantes depois da votação de contas. Sem um diretor financeiro, desde a saída de Pedro Silveira por problemas de saúde, o Corinthians não tem um responsável pelo setor.

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Raul Corrêa, diretor cultural do clube, foi quem apresentou os números da gestão e afirmou que a reprovação foi "política". Ele já foi tesoureiro em gestões passadas, inclusive na de Andrés Sánchez.

Por outro lado, Corrêa se recusou a assinar o termo de responsabilidade para apresentar as demonstrações financeiras. Houve muita conversa durante a reunião, e a necessidade do próprio Augusto nomear o dirigente para falar em nome da gestão.

Nós estamos mais vivendo um momento político. Foi 100% [política]. Faltou comunicação. Na minha própria apresentação, eu falei que precisa melhorar a comunicação entre a gestão e os órgãos. É forma de se fazer política. Eu acho que os balanços têm que estar no ar todos os meses, você tem que falar com os órgãos todos. Não tem o que esconder, os números são bons, vocês vão olhar.
Raul Corrêa

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