Erro do presidente e bom trabalho: Diniz passa a limpo seu trabalho na CBF
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Fernando Diniz se sentiu desrespeitado pelo presidente Ednaldo Rodrigues após o "bom trabalho de campo" na seleção brasileira.
O que aconteceu
O técnico passou a limpo a curta trajetória na CBF. Diniz foi escolhido como interino na espera por Carlo Ancelotti.
Atualmente livre no mercado, Fernando Diniz entende que Ednaldo errou e o desrespeitou na demissão por telefone. O presidente havia combinado o trabalho duplo com o Fluminense e, com o "não" de Ancelotti, foi atrás de Dorival Júnior. E nem cogitou convidar Diniz para deixar o Flu e ficar só com a seleção.
Diniz também avaliou o seu trabalho de forma positiva na entrevista concedida ao ge. Os resultados das seis partidas não foram bons, mas ele crê que o dia a dia de treinamentos era satisfatório.
A saída precoce
"Valia provavelmente uma conversa [sobre permanência]. Não que isso fosse acontecer, mas não deu nem tempo. Poderia falar assim: 'vamos continuar e depois vai ter a parada na Copa América'. Eu continuaria acumulando os dois trabalhos e teria um mês, 40 dias, para treinar o time para a Copa América e ver o que iria acontecer. Eu só soube [que o Ancelotti não viria] quando fui demitido. 'Ele não vem mais, então vamos mudar o plano'. Obviamente, a gente sabe que os resultados e aquele incidente do jogo da Argentina no Maracanã? O momento político da CBF também era ruim. Obviamente, se tivesse ganho as seis partidas, não teria a interrupção".
Demissão por telefone
"Na minha concepção, ele [Ednaldo] tinha que ter conversado comigo pessoalmente e ter falado para resolver de outra maneira. Eu acho que isso tinha que ter sido tratado de outra forma, não do jeito que foi. Primeiro o presidente Ednaldo procurou o Mário e depois me procurou, por telefone. A maneira do desligamento não foi a melhor. Eu acho que tinha que ter uma conversa e é direito total do presidente de mudar, a responsabilidade é dele, mas o desligamento poderia ter sido feito de outra forma".
A dupla jornada
"Obviamente que não é o ideal você acumular clube e seleção. E acho que a seleção foi prejudicada nisso, porque eu já estava no Fluminense, ficava o tempo todo lá. E enquanto eu estava no Fluminense, não pensava na seleção, eu conseguia separar bem. Quando eu ia para a seleção, também não pensava no Fluminense, mas era muito pouco para a seleção. Eu não conseguia acompanhar os jogos, não conseguia falar com os jogadores, não conseguia ir à Europa para conversar".
O trabalho na CBF
"O trabalho de campo foi muito bom. Digo os treinos, não resultado dos jogos. A gente trabalhou muito, as ideias estavam sendo assimiladas, e o futebol também. Os resultados não foram de encontro com aquilo que a equipe produziu. Mas isso não é desculpa, na seleção você tem que ganhar. Se você não ganha, não tem muita explicação. Acho que, se a gente tivesse tido mais tempo, tempo de qualidade, só para a seleção, teria feito muita diferença. Depois, se tivesse seguido, tido uma continuidade até o fim do contrato, que era na Copa América, em que eu trabalharia 30 ou 40 dias com os jogadores, certamente teria me ajudado".
A falta de comando
"A seleção estava no momento também de transição de geração de jogadores e de gestão também. No meu período, a minha conexão com o presidente [da CBF] era a Claudinha [gerente administrativa], que está lá há muitos anos. Não tinha um diretor de seleções, um coordenador. A gente se reunia com o pessoal da análise [de desempenho]. Com as coisas que tínhamos, a gente procurou fazer o melhor. Ideal era ser como é agora. Não tinha ninguém. Vamos comparar com o que aconteceu depois. Onde não tinha ninguém, hoje tem três, o Caetano, o Cícero e o [Sérgio] Dimas para auxiliar, que é o ideal mesmo, como tinha na época do Tite. Mas naquele momento foi o que tinha para fazer. A gente tentava fazer o melhor possível".
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