Zubeldía exalta ética do São Paulo e lamenta caso de Calleri: 'Dói na alma'

O técnico Luis Zubeldía exaltou a "ética profissional" do São Paulo no momento de pressão vivido por ele e pelo elenco ao longo dos últimos dias. O treinador celebrou a vitória sobre o Santos, hoje, em meio à turbulência.

Nós, o staff, jogadores, dirigentes... Estamos dentro de uma ética profissional. Quando eu estudava jornalismo, estudei três anos, a matéria que mais me chamou atenção dentro das 40 que tinha para ser aprovado, era a ética profissional. Ela consistia em valores e princípios para desempenhar bem a tarefa.

Então, hoje ganhamos, apesar da pressão que têm os jogadores e nós, a ansiedade que tem o torcedor, o que é entendível porque o futebol é paixão. Fazer um jogo como hoje, é porque há uma ética profissional entre áreas, internamente, que em momentos de adversidade trabalhamos, com erros, possivelmente. Hoje, para mim, é um prêmio à ética profissional: desde os jogadores, passando pela comissão e demais áreas. Merecíamos uma vitória assim. Temos de seguir trabalhando para que o São Paulo esteja cada vez melhor: sofrendo ou não, com lesionados ou não, mas nunca colocando desculpas. Tratando que a ética esteja acima de todos. Luis Zubeldía, em entrevista coletiva

Zubeldía lamentou a lesão sofrida por Calleri, que deve deixar o atacante fora do restante da temporada. O treinador argentino citou seu próprio caso — ele encerrou a carreira como jogador por um problema no joelho.

A lesão dele é uma dor imensa para nós. Há lesões e lesões: musculares, ligamento de curto prazo... Quando falamos desse tipo, dói a alma. Falei com ele. Eu fiquei três anos em um consultório tentando voltar quando era menino e é uma situação muito difícil. É um gladiador, muito querido e vai voltar e bater recorde na Libertadores, fazer gols e voltará ao nível que queremos. Luis Zubeldía

O que mais ele disse?

Substituto de Calleri. "Agora, temos de buscar situações dentro do time para que se sinta o menos possível a ausência dele. Hoje, André fez um grande jogo. Podem me perguntar porque não entrou o Ryan... Acho que o jogo, pelo cansaço do André, indicava que sim. Mas os últimos minutos tiveram muitas bolas paradas, e temos de compensar essa situação. Não é algo que muitas equipes prestam atenção. O torcedor, possivelmente, não. O centroavante é o primeiro defensor na bola parada. Tinha de trocar ele, mas tinha de prestar atenção nisso."

Atuação. "Fizemos um grande primeiro tempo. Lamentavelmente, o pênalti no final nos condicionou no mental. Estávamos em um omento onde vínhamos de empates. Praticamente não tiveram nenhuma situação de gol do Santos e ainda assim conseguiram um gol. É provável que isso tenha influenciado no rendimento do segundo tempo. A necessidade de ganhar estava em cima de todos, ainda mais em clássico. Fico com um grande primeiro tempo e grande atitude no segundo tempo. Soubemos sofrer para ganhar. Em termos gerais, cumprimos com o que tínhamos de fazer, que era entregar uma vitória à torcida. Agradecer a todos que estavam aqui em um domingo de Páscoa, mostrando o quão grande é o São Paulo. Obrigado pela situação, aos jogadores, à comissão e temos que seguir."

Pressão emocional. "Ao jogar a cada três dias, o estado emocional é permanentemente pré e pós-jogo. É muito difícil para o que estamos envolvidos, inclusive para o torcedor, que tem de interpretar o contexto. Se jogam cinco ou seis jogos em duas semanas. Se o resultado não vem, parece que é uma catástrofe. Essa situação prejudica a gente emocionalmente. É preciso saber atravessar isso."

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Um ano no Brasil. "Se pudemos passar um ano juntos, com bons resultados e outros não, competindo na Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil... Se conseguimos conviver, é pela ética profissional entre todas as áreas. É desafiante, atrativo e trato de desfrutar sofrendo."

Apoio da diretoria. "A ética profissional tem que passar por todos. Estou seguro que é assim. Estou muito agradecido aos jogadores, ao Carlos, ao Julio, Rui, Muricy, com todo mundo que está aí, todas as áreas. Não tem mistério. A ética profissional não é algo que se compra na farmácia, ou você tem ou não. Isso vale para todos os ofícios."

Arbitragem. "Muito mal [no jogo]. A arbitragem brasileira é boa. Eu acredito muito neles daqui. O de hoje foi mal em jogadas pontuais. Passava um vento pelo Tiquinho, ele dava falta. No André, no Alves, não deu uma. O pênalti que fazem no Alves... Wilton veio aqui, manteve com personalidade, autoridade. Agora, espero que quando nos apitar como visitantes, mantenha a personalidade. Quando o São Paulo vá a outro campo, tenha a mesma personalidade para apitar um pênalti para o São Paulo. Aí o Wilton vai ganhar credibilidade comigo. Sabe por que ele me deu cartão? Porque eu disse que ele dava faltas em Tiquinho porque é um jogador experiente. Com nós, que temos jogadores jovens, não deu nada. Acho que doeu nele a palavra."

Alan Franco poupado. "É um jogador com mais minutos. Vinham falando na área médica sobre ele. Então, era importante que ele pudesse se recuperar e foi importante o Sabino fazer um jogo importante como hoje."

Lucas. "Deus queira que ele volte [contra o Libertad]. O médico é quem vai dizer. Minha postura com eles é de não falar para não meter pressão neles. Trato de me separar e deixar que trabalhem tranquilos. Estou esperando de braços abertos."

Luciano mais avançado. "Pode nos dar uma mão mais à frente. Não só como meia-atacante."

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Libertad. "É difícil falar desse jogo. Vai ser um rival difícil, mas temos de recuperar, aproveitar a confiança que ganhamos hoje e olhar com perspectiva o que vem. Libertadores é outra coisa, independentemente de como é o Brasileirão."

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