Abel aponta três 'fatores do sucesso' do Palmeiras após mais uma vitória

O técnico Abel Ferreira elencou três fatores que ajudaram a explicar o sucesso do Palmeiras ao longo dos últimos anos e na sequência de seis vitórias consecutivas alcançadas hoje, no triunfo contra o Fortaleza por 2 a 1.

Os times são sempre um processo inacabado. Nunca há um time ideal, ainda mais aqui com a quantidade de jogos. O segredo do sucesso é: treino, repetição e consistência. Não há outra forma, é nisto que eu acredito e vamos continuar a fazer. Abel Ferreira, em entrevista coletiva

O que mais ele disse?

Resultado expressivo. "Já joguei aqui várias vezes, conheço o campo, público, o treinador... O Fortaleza não perdia aqui há 23 jogos, isso quer dizer alguma. Eu disse isso aos jogadores antes do jogo, que seria preciso muito do nosso esforço. Sabemos o quanto é difícil jogar aqui. Eu já estava suando no banco antes do jogo, sem jogar. Imagine os jogadores, o esforço que precisam ter em campo. Fica uma vitória dura, difícil, como são todas aqui."

O jogo. "Fomos melhores no primeiro tempo, criamos as melhores chances. Depois, fomos para o intervalo vencendo, no segundo tempo eles regiram, entraram forte, é normal quando isso acontece. O nosso rival colocou gente no ataque, procuramos responder a isso colocando mais um zagueiro. Eles forçaram muito."

Pênalti polêmico. "Tirando o pênalti, que eu até entendo, mas o meu jogador está com o braço no peito do adversário. Se ele não estivesse com ele lá, saltasse como pinguim, a bola ia bater no peito do rival. Foi um lance difícil para o árbitro. Ontem vi um pênalti mais pênalti que esse."

Desafios da longevidade no cargo. "[É gerar] Desconforto no treinador, nos jogadores, trocar jogadores que dói no coração porque nos ajudaram, tomar decisões difíceis de jogadores que ajudaram a ganhar títulos e chegar no final do ano e dizer que têm de ir embora. Estou falando isso de coração. Sei o quanto se esforçaram, entregaram muito. O que me deixa de coração cheio é porque 90% dos que saíram foram para clubes onde lhes deram mais anos de contrato e mais dinheiro, eles merecem. É uma exigência diária, compromisso. Quando não ganho, sei que vão me criticar como um treinador qualquer, e eu preciso manter meu treino, foco. Do outro lado, tem um treinador igual, fantástico, em um clube fantástico."

'Cutucada' em outras equipes. "Quanto custa mandar oito treinadores embora e buscar mais? Eu pago para despedir e para contratar um novo. Penso assim, e acho que a nossa presidente pensa igual: olha para os jogadores e treinador e pergunta se ele é bom ou não. Não é bom. Troca. É o que eu faço com os jogadores. Se é bom, vou acreditar nele [...] Quando quero trocar a grama, o processo é sempre o mesmo. Leva tempo. Você raspa a que está, semeia, mete areia, rega e espera. Um jogo e um time é a mesma coisa. O problema é esperar, há times que não querem esperar e querem resultado logo. Só vai ganhar um. Se cada equipe tiver um Ancelotti, Guardiola, Mourinho ou Luis Enrique, um vai ganhar e três vão perder. Podem ter certeza disso."

Cabelos brancos. "Se eu deixasse a barba crescer, vocês veriam como ela está toda branca. Quando cheguei aqui, não era assim. Há quatro anos, não tinha cabelos brancos e barba branca. Agora, estou cheio. Corto curto para vocês não os verem."

Estrangeiros decisivos. "Para mim, quem marca dá no mesmo. Ouço sobre haver mais ou menos jogadores estrangeiros, mas tem muita relação com o regulamento. Quando eu cheguei, acho que eram quatro, passou para sete e agora nove. Não fui eu que decidi isso. Vamos contratar jogadores aqui, viram quanto temos de pagar no mercado interno? Não tem como, é impossível. É difícil contratar aqui, são muito caros. Jogamos com o regulamento agora. No ano que mandei o Merentiel embora, mudaram de sete para nove. Dá no mesmo para mim quem faz, seja goleiro defendendo o pênalti. Não quero saber da nacionalidade. Joga no Palmeiras, no Brasil."

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Facundo Torres. "Foi um jogador que nós contratamos, rotativo, consegue recuperar bem de jogo para jogo. São muitos jogos, viagens e ele entrega aquilo que tem. Temos um substituto bom, o Allan. Ficamos felizes por isso, mas gosto de ressaltar a atitude coletiva do nosso time. É bom para o treinador ver quando ele troca jogadores e eles entram com vontade."

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