Flamengo: Filipe Luís pede paciência com 'estrela' Pedro e vê 0 a 0 injusto

O técnico Filipe Luís pediu paciência com Pedro e viu como injusto o empate em 0 a 0 do Flamengo com o Vasco, hoje, no Maracanã.

O que aconteceu

Filipe Luís disse que o Flamengo vai jogar pela "estrela" Pedro quando ele estiver plenamente recuperado. O centroavante ganhará minutos aos poucos após a recuperação de cirurgia no joelho.

Pedro entrou no segundo tempo diante do Vasco e quase marcou outra vez. O goleiro Léo Jardim, destaque do jogo, fez uma grande defesa.

A boa atuação de Léo foi usada como argumento para o técnico na análise de empate injusto para o Flamengo. O Rubro-Negro criou as principais chances do clássico.

O melhor, determinante, artilheiro, estrela, o treinador tem que fazer o time girar em torno a isso. Perfil do Pedro é diferente do Juninho, Bruno ou Plata. Minha função é adaptar esse estilo dele, fazer outros mecanismos para ele não precisar fazer os mesmos movimentos. Que os outros façam para dar mais tempo e ele fazer o que faz de melhor. Com mais tempo e ritmo, o time jogará para ele. Está somando minutos, se adaptando ao modelo. Quando forem passando os minutos, vai entregar muito Filipe Luís, sobre Pedro

Temos que olhar tudo que foi feito, foi um grande jogo. Alguns erros cometidos, sim, mas foi um jogo onde merecíamos mais".

Veja a entrevista coletiva de Filipe Luís na íntegra

Excesso de confiança

Continua após a publicidade

"Não vi em momento algum. Prefiro excesso que falta, mas não vi. Vi jogadores intensos, querendo vencer, acelerando as jogadas. Fazendo jogo para frente, vertical, e até pecando às vezes, principalmente no primeiro tempo. Tivemos domínio total, as chances, a bola, colocamos o adversário onde queríamos. Mas o adversário está muito bem treinado e organizado, tem coisas muito bem trabalhadas defensivamente. Não é fácil entrar, não foi no Carioca e não seria hoje. Tivemos chances, goleiro deles foi o melhor em campo. Temos que olhar tudo que foi feito, foi um grande jogo. Alguns erros cometidos, sim, mas foi um jogo onde merecíamos mais".

Luiz Araújo fora

"Esperávamos vencer, entramos em todos os jogos para vencer, mas clássico nunca é fácil, tem componente mental e da torcida, tudo mexe muito. Fica um jogo mais agressivo, mais intenso. A sensação é ruim, Flamengo entra sempre para vencer. Queria ter vencido. Sobre o Luiz Araújo, optei pelo Plata alguns minutos de 9, depois com o Pedro passei o Plata para a posição natural dele. Naquele momento, fiquei com uma troca no final, mas entendi que o Allan daria mais ritmo e circulação, estabilidade na perda da bola. A troca do Luiz eu pensei no lugar do Arrasca, mas senti que o jogo poderia sair das nossas mãos e optei pelo Allan para retomar o controle e empurrar o Vasco. Conseguimos, tivemos duas chances, mas o goleiro deles, o Léo Jardim, fez grandes defesas".

Concluir as chances em gol

"Tem mérito das duas partes, do goleiro deles, do treinador deles que trabalha muito bem essa fase defensiva. Chegamos com facilidade na área do Vasco pelo lado do Michael, mas no último passe ou finalização, na hora de ser determinante, não fizemos. Finalizamos menos com tempo, pois o Vasco defende bem, os zagueiros cobrem bem a profundidade. Tivemos menos tempo para finalizar por mérito do Vasco. Mas a estrutura estava aí para criar, depois acontece no futebol. Não é a primeira nem a última, é mais fácil jogar em contra-ataque, quando se fecha atrás é mais difícil, mais pernas, mais gente para entrar. Acontece".

Brilho individual dos homens de frente

Continua após a publicidade

"Com a bola, os jogadores estavam bem, não perdiam a bola. Depois, dentro da área, o Gerson teve três chances. A finalização não foi perfeita. Pedro e Cebolinha tiveram chances. Não senti o time mal com bola, sem confiança, erros onde escapa do pé. Mantendo solidez, criando, mantendo organização para atacar e dando poucas transições e possibilidades de contra-ataque ao Vasco. Eles saíram algumas vezes e criaram perigo, mas estivemos organizados e não senti eles abaixo, mas não brilharam, claro. Não fizemos gol, então não teve o brilho que falta".

Bruno Henrique e Pedro

"Bruno fez tudo que eu pedi, posicionado onde pedi e atacando espaço. Geramos mais jogo pelo lado direito do Vasco, ele preencheu área e a bola não chegou. Estava onde pedi, fez movimentos pedidos. Fez tudo que o treinador pede, então, independentemente do gol ou do resultado, não importa. Gostei do jogo do Bruno".

"O melhor, determinante, artilheiro, estrela, o treinador tem que fazer o time girar em torno a isso. Perfil do Pedro é diferente do Juninho, Bruno ou Plata. Minha função é adaptar esse estilo dele, fazer outros mecanismos para ele não precisar fazer os mesmos movimentos. Que os outros façam para dar mais tempo e ele fazer o que faz de melhor. Com mais tempo e ritmo, o time jogará para ele. Está somando minutos, se adaptando ao modelo. Quando forem passando os minutos, vai entregar muito".

Altitude

"Não sou muito de dar recado, quero que o time fale dentro de campo. Não é fácil jogar na altitude, é difícil pressionar alto pois perdem o fôlego rápido e não recuperam. Problema é esse, lateral sobe e não consegue voltar como é no nível do mar. Jogador precisa dosar melhor o esforço para poder performar. Vamos tentar fazer um jogo sólido na parte defensiva, controlar com a bola o máximo possível para conquistar um grande jogo e vencer. Precisamos muito dessa vitória".

Continua após a publicidade

O que faltou?

"Se o Gerson faz o gol, se o Pedro faz o gol, não falaríamos dessa mesma maneira. Sempre que ocorre algo errado, fico com o treinador que poderia ter feito mais".

De Arrascaeta

"Plano de jogo mesmo, estudamos e imaginávamos dificuldade para o Vasco defender esse movimento. É muito inteligente, observa espaço, gera vantagem tática e qualitativa que possui. Ele está sendo muito decisivo, gerando muito jogo. Foi um pedido meu".

Ayrton Lucas e Varela

"Parece que foi cãibra, vinha de um tempo sem sequência, teve agora e sentiu, normal. Ainda mais em um clássico com componente emocional para todos eles. Joga contra, eles pensam no jogo por muito tempo e acontece. Fez bom jogo, muito sólido em todos os aspectos. Varela é extremamente confiável, dá conta do recado na direita e na esquerda. Sempre foi um dos melhores em campo comigo. É muito difícil, me sinto injusto com ele. Não é fácil deixá-lo fora. Põe a equipe em primeiro lugar, estou encantado com ele".

Continua após a publicidade

Formação com três zagueiros

"Penso, sim. Com toda a minha convicção do mundo. Um time que briga por título precisa dominar dois sistemas. Jogamos num 4-4-2 que se transforma no 3-4-3. Essa dinâmica existe no jogo, os jogadores entendem bem. No próprio jogo de hoje fomos ao 3-4-3 e ganhamos vantagem posicional que queríamos. Com o tempo, posso usar três zagueiros, Léo, Léo e Danilo. Ou algum lateral como zagueiro, Varela, Alex ou Ayrton para fazer essa função e adaptar. Depende do que o jogo pede. Faço meu plano de jogo em função do adversário. É importante que os jogadores dominem bem o sistema".

Tempo depois da LDU e Matheus Gonçalves

"A folga é para os jogadores, pois depois que virei o treinador não tive mais folga, é a realidade. Não vi nenhum jogador da minha equipe mal. Não posso concordar que estavam abaixo. Não fizemos o gol, mas não vi ninguém mal hoje. Mas jogo a cada três dias é desgastante, lesões aparecem. Jogo sábado, terça, sexta, segunda, não tem a diferença de quatro dias e é muito pior. A longo prazo é muito complicado, mas é igual para todos e não podemos reclamar. Jogamos terça e depois domingo, então jogadores terão um dia com a família para recarregar".

"Conto com o Matheus Gonçalves, não tem tido minutos, tem perfil diferente. Jogamos com o Gerson por dentro, Plata e Luiz Araujo também. Concorrência é com eles, não acho momento para jogar nessa mesma função. E vejo o Matheus na melhor função aberto na ponta direita, e estamos jogando sem esse ponta pois Wesley ocupa esse corredor. Ele tem muita qualidade e pode render muito".

Michael

Continua após a publicidade

"O que a torcida pede, e o Zico fala, é raça. Todos pedem isso, de quando não dar na bola tem que ir na raça. Michael faz isso mais do que ninguém. A entrega, o esforço pela equipe. Ninguém faz. Bota o corpo dele à disposição e corre para todos. A torcida valoriza. O refino com a bola terá dias melhores ou não, mas hoje, por exemplo, criamos perigo ali com ele. Fez cruzamento para o Gerson, deu passes para Bruno e Arrasca, gerou vantagem e o lateral sofreu bastante para defender contra ele. Faltou um último passe, podemos reclamar, evoluir. Tenho a plena convicção que todos nós estamos em constante evolução, aprendendo todos os dias e vou aprender mais quando estudar o jogo de hoje. Michael gosta de treinar, fica depois do treino fazendo complemento. Vai ser até o último dia da carreira dele. Erro, correção e evolução, esse é o caminho".

Lição

"O jogo é um guia, onde podemos evoluir, trabalhar, melhorar, construir, finalizar. Todo jogo dá elemento para treinar e corrigir. Vamos perdendo comportamentos com o tempo, voltamos a treinar. Não tem lição, é pensar no próximo jogo e ganhar".

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.