Bruno Henrique e Paquetá: o papel dos irmãos nas suspeitas de manipulação
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Desde Caim e Abel, irmão pode ser um problema. Não foi diferente para Bruno Henrique e Lucas Paquetá, segundo o estágio atual das investigações sobre o suposto esquema de manipulação de partidas e apostas.
Nos dois casos, os irmãos dos jogadores têm papel relevante, de acordo com conversas interceptadas e depoimentos de testemunhas.
Presente de aniversário?
Com Paquetá, a situação veio à tona no depoimento de Bruno López à CPI das Apostas, no Senado.
Bruno é figura conhecida no ramo pelo envolvimento no esquema já investigado pelo Ministério Público de Goiás. E surgiu como um dos apostadores no cartão amarelo casado de Paquetá, já no West Ham, e Luiz Henrique, do Bétis, em 2023.
Segundo Bruno, um intermediário (Marlon Nascimento Silva) disse a ele que o amarelo de Paquetá seria um "presente de aniversário ao irmão", Matheus.
Matheus Paquetá faz aniversário justamente em 12 de março, dia do jogo com cartão suspeito.
Na CPI, o foco acabou sendo o tio (e não o irmão) de Paquetá. Bruno Tolentino foi um dos alvos de pedidos de indiciamento, diante da confirmação de depósito para Luiz Henrique, como o UOL mostrou inicialmente.
Ajuda com pensão e dívidas?
No caso de Bruno Henrique, o irmão, Wander Nunes Junior, o Juninho, foi quem puxou o assunto sobre quando ele levaria o terceiro cartão amarelo no Brasileirão 2023.
O atacante respondeu, segundo as conversas achadas pela Polícia Federal, que seria contra o Santos.
Como a ideia de apostar escalonou para um outro núcleo de pessoas? Uma mensagem em um grupo de Whatsapp ajuda a resumir: "Irmão Juninho deu a letra".
Ou seja, pelo material que a PF tem em mãos, o irmão de Bruno Henrique não só articulou apostas no próprio nome e no da mulher de Juninho, Ludymilla Araújo Lima, como também soltou a informação privilegiada para um amigo (Claudinei Mosquete Bassan).
Foi do celular de Juninho que a PF tirou as conversas mais diretas sobre a origem do assunto, já que Bruno Henrique apagou do próprio telefone o conteúdo.
O irmão do atacante do Flamengo vivia um conflito com a mulher por causa do pagamento de pensão dos filhos. Eles estavam separados na ocasião, mas reataram o relacionamento e hoje moram com a mãe de Ludymilla.
Foi a pensão que, inclusive, engrossa o contexto de outra conversa comprometedora entre Juninho e Bruno Henrique, segundo as investigações.
O irmão do jogador, já depois de o dinheiro das apostas ter sido travado na Betano, pediu R$ 10 mil emprestados a Bruno Henrique. A pensão foi um dos motivos, além de conta de cartão de crédito.
"Pegando dinheiro vc paga em", respondeu Bruno Henrique, após fazer o depósito na conta do irmão.
Se a investigação avançar e todo mundo for denunciado, como quer a Polícia Federal, essa conta vai sair bem mais cara do que R$ 10 mil.
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