Mancha planejou emboscada à Mafia Azul com mais de 100 homens e pesquisa

As investigações sobre a emboscada da Mancha Verde contra a Máfia Azul apontam que a torcida uniformizada do Palmeiras planejou meticulosamente o ataque que deixou um cruzeirense morto e 17 feridos no fim de outubro.

Investigação

O UOL teve acesso aos autos do processo em que Jorge Luís Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Verde, e demais palmeirenses são suspeitos de terem praticado homicídio e tentativa de homicídio contra cruzeirenses.

Nos documentos consta a participação de mais de 100 integrantes da Mancha Verde em todo o processo de planejamento e execução da emboscada. Os torcedores adulteraram placas de carro dias antes do ocorrido a fim de dificultar a identificação.

Um dia antes do ataque que aconteceu em 27 de outubro, um dos integrantes da Mancha foi ao local do crime, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, para entender o funcionamento da região. Esse e os outros fatos citados embasam o argumento de que foi uma ação planejada.

Jorge, o ex-presidente da Mancha, é apontado pela polícia como o "mentor intelectual" da emboscada à Máfia Azul. Descrito como um indivíduo de "alta periculosidade", ele seria o "principal interessado" no revide por causa de um confronto anterior entre as organizadas, ocorrido em 2022, quando foi espancado e teve documentos roubados por cruzeirenses.

Ele não havia sido identificado nas gravações da emboscada quando teve o mandado de prisão expedido, mas outros indícios sustentaram o pedido das autoridades. A localização do celular do ex-presidente apontou que Jorge esteve no local onde ocorreu o ataque aos cruzeirenses.

Além disso, um agressor foi gravado esbravejando o nome do então presidente da Mancha enquanto chutava a cabeça de uma vítima: "É a tropa do Jorge".

Jorge Luís Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Verde
Jorge Luís Sampaio Santos, ex-presidente da Mancha Verde Imagem: Instagram/jorgeluismvzs

Pedido de transferência

Jorge se entregou à polícia em 11 de dezembro do ano passado após mais de um mês foragido. Ele está preso no centro de detenção provisória de Guarulhos II, mas sua defesa solicitou a transferência à Penitenciária de Tremembé para "assegurar sua integridade física".

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Conhecido como um "presídio seguro", Tremembé abriga os presos de casos de midiáticos, famosos e ex-policiais. A defesa de Jorge pediu a transferência por receio do suspeito ser pego por integrantes de organizadas rivais.

O pedido não foi atendido pela Justiça que, em contrapartida, converteu a prisão temporária em preventiva tendo em vista antecedentes criminais de Jorge.

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