Da crise ao título, herói do São Paulo revela: 'Era difícil andar no CT'

O atacante Paulinho saiu aclamado como herói do São Paulo no título da Copinha em cima do Corinthians com dois gols, mas nem sempre foi assim. O centroavante não esconde que era difícil até mesmo andar por Cotia até o meio do ano passado diante da crise que afetou a equipe sobretudo no Brasileiro sub-20, quando o time chegou a somar oito derrotas consecutivas.

Virada de chave. "A palavra foi resiliência. Naqueles seis meses, até andar no CT era difícil. A gente só perdia. Todo mundo olhava como se a gente não servisse, não tivesse que estar lá. Mas a gente sabia da nossa capacidade. Nosso momento era difícil, mas precisávamos ser fortes. O professor Allan chegou e tivemos seis meses de coisas boas, com títulos e a final do Paulista também", disse Paulinho em entrevista ao UOL.

Bronca no intervalo da final. "Teve uma bronquinha dele aí (risos). Ele falou que eram os últimos 45 minutos que a gente tinha para ser campeão ou bater na trave. Que era para dar tudo de si, que o meu primeiro gol poderia ser o do título, que quando fizemos o gol todo mundo viu que dava para ser campeão. Deu uma bronquinha, sim. Falou da oportunidade que estávamos tendo de disputar uma final de Copinha com a torcida ao lado. Teve cobrança normal (entre jogadores). Colocamos na cabeça, até no túnel, que seríamos campeões"

Substituir Ryan na final e daqui pra frente. "Pressão grande, né. Mexendo no celular, acompanhava as postagens e via 'será que ele vai conseguir?' Mas eu estava preparado, confiante, tinha apoio do treinador e isso me deixou mais tranquilo. Agora já (deu a benção para o profissional). Estava falando com ele: 'pô, deixa eu fazer uns golzinhos também, né? Já fez bastante aí'. Ele riu, é um grande amigo, torço muito por ele."

Confira outras respostas de Paulinho:

Papo com Allan na final

Ele falou para eu fazer o que vinha fazendo durante o ano, jogando sério, movimentar, atacar o espaço. E falou para ficar tranquilo em campo que todo mundo confiava em mim e ia dar tudo certo.

Início no futebol e no São Paulo

Cheguei aqui com 12 anos. Eu comecei na escolinha aos seis anos, chamava Força Jovem, era só futsal e só de sábado. Ficava a semana toda louco para chegar sábado, quando acabava era uma tristeza. Apareceu oportunidade de fazer um teste no São Paulo com o professor Luis que hoje já está no céu. Passei e no outro ano já vim para o sub-13. Sou de Piranhas, Alagoas.

Continua após a publicidade

Infância com estudo e interclasses

Só estudava, às vezes tinha educação física na escola que dava para brincar e na rua com os amigos também todo dia. Ganhei uns interclasses, perdi outros. Teve um que perdi que foi pior que perder campeonato aqui. Chorava igual neném, mas ganhei uns aí também no currículo. Doeu porque era a zoação né, os amigos das outras classes, e quando perdi fiquei com medo de ser zoado.

Mérito do Allan na virada do sub-20

Deu muita confiança pra gente. Falou que nós somos bons pra caramba, para colocarmos isso na cabeça e íamos treinar o que precisava ser treinado. Deu confiança para nós e pudemos retribuir em campo.

Provocação do Corinthians na final

Foi usado, sim (para motivar). Meus amigos mandavam direto: 'olha aí o que falaram'. No clube também as pessoas comentavam. Mas falávamos que o que tínhamos que fazer era dentro de campo, que não adiantava responder os caras e dentro de campo perder. Ficamos quietinhos, trabalhamos e depois do jogo comemoramos e demos aquela provocada igual eles deram. Faz parte do futebol.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.