Filipe Luís abre o jogo sobre Alcaraz: 'Um fracasso meu não ter dado certo'
Filipe Luís abriu o jogo sobre a relação com Carlos Alcaraz. O argentino foi negociado na sexta-feira com o Everton e decidiu deixar o Flamengo. O técnico explicou o motivo após conquistar a Supercopa do Brasil e considera que fracassou ao não ter conseguido tirar o melhor da contratação mais cara da história do Flamengo.
Eu sinto que é um fracasso meu o Alcaraz ter saído, não ter dado certo na minha mão. Mas pelo investimento que foi feito, era uma preocupação que eu tinha. Eu falava com o Boto: 'Eu não estou tirando o melhor rendimento do jogador'. Adoro o Alcaraz. Ele decidiu partir para o Everton e quero que ele possa ser feliz. Ele teve minutos porque não desiste, quer aprender. Insisti nele até o final. Nem todo mundo vai dar certo. Espero que seja feliz porque adoro esse moleque. Me sinto em dívida com ele porque não tirei o melhor. Filipe Luís, sobre saída de Alcaraz
O raciocínio do técnico
Filipe Luís foi detalhista e meticuloso na resposta sobre Alcaraz. Antes de constatar a própria responsabilidade, o técnico deu um contexto extenso sobre o tratamento com o jogador, que foi emprestado até o meio do ano, mas há uma obrigação de compra por parte do Everton condicionada a metas tratadas como simples.
Introdução. "Eu trabalho e me fixo nos pequenos detalhes. Em tudo o que o jogador me apresenta durante o dia. Se chega na hora, se se esforça no aquecimento, se é líder, se brinca, se presta atenção no treino, se interessa na fase ofensiva, defensiva, se ele tem ambição, como são as relações.
O que disse à diretoria inicialmente. "Falo isso porque quando eu falei com o Boto, e minha relação e sintonia são espetaculares, a gente falou de todos os jogadores. Eu falei os que estavam bem e não tão bem e expus a preocupação com o Alcaraz. Foi contratação muito cara e é meu dever tirar o melhor rendimento dele".
A comparação com Plata. "Podemos falar do Alcaraz do mesmo jeito que eu falo do Plata. Quando eu cheguei aqui, os dois estavam no banco. Cada vez que o Plata jogava, na ponta direita, na esquerda, no meio, ele ia potencializando e melhorando o time. Alcaraz não estava tão bem. Eu falava com ele. 'Eu sei que não tô bem, vou melhorar, é coisa minha'. E o Plata, chega o momento em que o Plata 'arromba' a porta do treinador. O treinador tem que fazer o modelo de jogo para o jogador. E quando o Pedro voltar, o time vai se adaptar ao melhor 9 no Brasil. O que eu quero dizer? Eu olho o momento. Se o jogador não fala no campo, não dá. Não dou nada de graça a ninguém. Tem que mostrar que está no nível para jogar, como mostraram Michael, Everton Araújo. O jogador fala no campo, compra (a ideia) e eu vou adaptando o time em função das características. A filosofia não muda: time que pressiona, impositivo, que quer dominar o jogo".
Última conversa. "Alcaraz me chamou para conversar antes do jogo, na quinta-feira. E me falou: 'Tenho uma oferta do Everton e quero saber tua opinião. Você conta comigo ou não?' Eu fui sincero com ele: 'Você está atrás do que são da sua posição. Você está atrás de todos eles'. Ele disse: 'Ok, sei que não estou bem e vou lutar pelo meu lugar no time'. Ele jogou, jogou bem e fez o gol. No outro dia, decidiu sair. Fico triste".
Outra saída. "Eu não queria que o Fabricio Bruno saísse. Era jogador superimportante. Tivemos uma conversa. Ele quis sair e eu não queria. Simples assim. Os que estão aqui me deixam com o melhor elenco da América na mão".
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