Disque-Marcelinho, tijolinhos do Fla: as 'vaquinhas' do futebol brasileiro

O Corinthians já chegou à casa da dezena de milhões em doações por meio da vaquinha iniciada nesta quarta-feira (27) para a quitação do financiamento da Neo Química Arena. O valor de arrecadação é de R$ 700 milhões, previsto para ser levantado em seis meses.

Esse tipo de "vaquinha" não é novidade no futebol brasileiro. Em outras ocasiões, clubes como Palmeiras, Vasco e instituições como a FPF (Federação Paulista de Futebol) já aderiram a esse modo de captação de verba. Foi por meio de ações desse tipo que Marcelinho Carioca retornou ao Corinthians, em 1998, por exemplo.

Disque-Marcelinho

A torcida corintiana mostrou sua força em 1998, quando venceu um leilão inusitado por Marcelino Carioca. Na época, o presidente da FPF, Eduardo José Farah, adotou uma abordagem de marketing inovadora para definir o futuro do meia, que havia deixado o Corinthians um ano antes e assinado contrato de cinco anos com o Valencia-ESP - com um passe adquirido por US$ 7 milhões.

E o conceito era simples: o clube que recebesse o maior número de ligações no final da promoção teria Marcelinho em seu elenco. Cada ligação custava R$ 3. Nos primeiros dias, o Santos liderava a disputa, mas o Corinthians conseguiu virar o placar.

Após cerca de três semanas, a torcida corintiana foi a vencedora, com 62,5% do total de ligações. Em seguida, ficaram São Paulo (20,3%), Santos (9,5%) e Palmeiras (7,7%).

'Fica Jardel', do Grêmio

Em 1995, o Grêmio lançou a campanha "Fica Jardel" para comprar o atacante Jardel, do Vasco. No entanto, o valor arrecadado foi de apenas R$ 300 mil. Assim como no leilão de Marcelinho Carioca, o telefone foi usado para colher as doações.

Os gremistas que ligavam para o número da campanha e contribuíam R$ 3, debitados em conta-corrente. Outra forma de colaboração era a compra de um bônus, entre R$ 5 e R$ 10. A verba também seria usada na compra de Jardel.

Jardel foi um dos grandes artilheiros do Grêmio e um dos destaques da conquista da Copa Libertadores de 1995, quando foi o artilheiro com 12 gols.

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Fracasso com Wesley, no Palmeiras

Em 2012, na tentativa de contratar Wesley, o Palmeiras iniciou uma "vaquinha" em parceria com a empresa MOPBR, para levantar dinheiro para a transação através de seus torcedores.

A iniciativa, no entanto, fracassou, e o valor que o clube queria arrecadar, que era de R$ 21 milhões, ficou apenas nos R$ 832 mil. Posteriormente, o dinheiro foi devolvido aos torcedores que doaram.

Mesmo com isso, o meio-campista foi contratado por um investidor e, por fim, cedido ao São Paulo - de graça -, o que gerou uma cobrança milionária para o Palmeiras.

CT do Vasco

Com mais de R$ 2 milhões arrecadados em apenas 10 dias, o Vasco também aderiu ao sistema de vaquinha online. O objetivo do time era apenas construir o centro de treinamento, mas se tornou, na época a maior campanha de crowdfunding (financiamento coletivo) em clubes do Brasil, tanto em termos de arrecadação quanto em rapidez e número de contribuintes por seus mais de 18 mil doadores.

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Tijolinhos do Flamengo

Durante o processo de modernização do Ninho do Urubu, o Fla lançou uma campanha para que os torcedores ajudassem. Na primeira, em 2010, cada tijolinho custava R$ 250. Em 2016, a "segunda fase" da ação era restrita para sócios-torcedores e este custava R$ 380. Todos os recursos foram destinados ao CT e ao futebol.

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