Abel cita Palmeiras melhor que em 2023, mas vê Botafogo 'fora da curva'

O técnico Abel Ferreira citou a pontuação melhor do Palmeiras na 33ª rodada do Brasileirão em 2024 em relação à campanha do título em 2023 (64 a 59) para destacar o alto desempenho do Botafogo na competição e a dificuldade do Verdão em conseguir passar os cariocas na briga pela taça desta temporada.

O treinador português também comentou, em entrevista coletiva após a vitória do Palmeiras sobre o Grêmio, nesta sexta-feira (8), o clima no Allianz Parque — a equipe foi vaiada na ida para o intervalo, e o técnico cobrou aplausos dos torcedores após o fim do duelo.

O que ele disse?

Botafogo fora da curva: "Estamos no nosso padrão, até melhor [que no ano passado]. Temos que dar os parabéns a quem tem um desempenho espetacular, que é o Botafogo. Um desempenho fora da curva, uma equipe bem montada, que tem um ótimo treinador e que tem tido um desempenho espetacular. Não me custa reconhecer isso. Eles têm tudo para serem campeões. Têm uma boa vantagem. Vamos continuar a fazer isso. Não precisamos falar mal do Palmeiras porque estamos fazendo igual ou melhor que o ano passado. O que está fora da caixa aqui? Odeio perder, mas reconheço quando o adversário tem o desempenho que tem."

Clima no Allianz: "Tem muito a ver com o que aconteceu no último jogo. Acreditávamos que poderíamos ir à casa do Corinthians, que luta para não cair, e vencer, até porque lutamos pelo título. Os torcedores ficaram chateados com todo o direito, assim como nós. Desde de 21 de agosto temos só o Brasileirão. Não foi contra o Corinthians que treinamos mais ou menos, descansamos mais ou menos, vínhamos com sete jogos. Sentimos um pouco do nervosismo contra o Corinthians, talvez essa mesma ansiedade não nos dá a calma e tranquilidade para fazermos o gol. Conseguimos nesses 30 chutes fazer um gol. Concordo que houve essa ansiedade dentro do jogo, mas reconheço que nossos jogadores foram resilientes, determinados."

Apoio da torcida: "As duas coisas. As expectativas estão nas mãos dos outros. Precisamos da força e da energia dos torcedores porque ganhamos juntos. Perde, é o treinador, mas ganhamos juntos. É assim que funciona. Ganhamos, empatamos e o treinador perde. É assim que funciona no futebol atual. Queremos que nossos torcedores, como têm sido a alma dessa equipe, a energia em vários momentos desde que estou aqui [...] O mais importante é os nossos torcedores como estavam no final. Eles sabem que são nossa força, energia, e o treinador puxa sempre por eles porque sabe o quanto eles são importantes. Eles juntos tem muito mais força do que minha voz para a equipe. Conto sempre com a ajuda deles."

Poderia ter sido mais: "Somos o melhor ataque, isso é sinal de trabalho. Tem tudo a ver com o mental, nem com o trabalho, dedicação, vezes que finalizamos. Tem a ver com a ansiedade que os nossos jogadores têm. No último jogo, realmente o pior foi o resultado, fizemos um jogo suficiente para criar e fazer gols. Hoje também, fomos a imagem do que é a nossa equipe, resiliência, gol anulado, gols perdidos, na trave... Ficou evidente como trabalhamos, nos entregamos desde o primeiro até o último segundo. Fizemos um grande jogo, pena que não traduzimos em quatro, cinco ou seis gols."

O que aumenta a ansiedade: "Quando falamos disso, tem a ver com a minha responsabilidade, nossa responsabilidade. Estamos sempre cobrando mais do melhor ataque. A cobrança não é só minha, mas do próprio jogador. Essa cobrança faz com que a ansiedade de fazer bem as coisas, atrapalhe. A pressão de ter de ganhar é outro. E o mau resultado que tivemos no último jogo Tínhamos de dar uma resposta hoje, era ganhar ou ganhar."

Felipe Anderson: "É normal. É um jogador que chegou no meio do ano, veio da Europa e está se adaptando a uma realidade nova. Ele pode produzir mais na direita do que na esquerda, mas temos o Estêvão na direita. Entendo tudo isso e percebo. Ele sabe que precisamos dele ali naquele momento."

Dudu: "Fico feliz pelo Dudu ter entrado bem, tem melhorado seus níveis de força e vem ajudando, seja 30 minutos contra o Corinthians ou hoje. Precisamos de todos."

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Falta centroavante? "Fomos uma das equipes que perderam mais jogadores em evidência no meio do ano. Acreditamos nos jogadores que temos. O Luighi já jogou conosco, o Thalys está fazendo uma temporada fantástica e já sabemos quem vai subir. Contamos com eles, com o Figueiredo, o Benedetti... Não vamos buscar jogadores que não tenham qualidade. Queremos contratações com qualidade, que venham a acrescentar. Não pensamos nisso. A presidente pode dizer: 'somos o melhor ataque' ou o Barros. Os jogadores estão aí. Estamos com saldo devedor em relação ao que produzimos. Por um lado, fico satisfeito porque conseguimos chegar do nosso gol ao do adversário. Falta essa calma e discernimento. Satisfeito com o que temos e vamos continuar a fazer o que sempre fizemos."

Dudu no lugar do suspenso Estêvão? "Me diga como treinas, que te digo como jogas. Não sei, vamos ver. Não posso abrir o jogo, vamos ter tempo. É uma hipótese"

Ríos na reserva: "Não saiu por rendimento, foi opção minha. Quando falamos do primeiro gol que sofremos do Corinthians, ela vem de uma transição. O Veiga tem a bola, e o Flaco faz uma desmarcação lateral. Primeiro erro foi esse. O segundo foi que permitimos o adversário cruzar. O terceiro foi o corte. O quarto foi o jogador não estar na cabeça da área para bloquear chute. O segundo gol é um escanteio ao nosso favor, a bola foi dividida pelo Ríos, perdeu. O Caio não retorna à posição que tem de retornar e depois aconteceu a situação do Weverton. Não teve nada a ver com isso, foi opção. Entrou bem hoje, conhecemos ele, buscamos em um clube que pensavam que ele já tinha sido dispensado do Flamengo e fomos recuperá-lo. Ele, por mérito próprio, conseguiu ter esse cenário de jogador influente no Palmeiras e na seleção."

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