Luxuoso mausoléu de Pelé não emplaca e recebe poucos curiosos em Santos
O luxuoso mausoléu de Pelé gerou a expectativa de ser um ponto turístico da cidade de Santos, mas, na prática, o local onde o Rei descansa recebe poucos curiosos no dia a dia.
Funcionários do Memorial Necrópole Ecumênica afirmam que a média de visitantes é de 30 por dia. A reportagem do UOL esteve no local por cerca de duas horas e só viu duas pessoas: mãe e filha, de Sertãozinho. Elas aproveitaram o passeio em Santos em uma manhã de chuva para conhecer o mausoléu.
As visitas aumentam em feriados, principalmente em dia de Finados. A expectativa para esse sábado (2) é alta, mas nas demais datas um segurança basta. Dentre os familiares, a viúva Márcia Aoki e o filho Edinho marcam presença periodicamente.
A visitação é gratuita e antes precisava de agendamento prévio no site. Agora, diante dos poucos presentes, o acesso é liberado para quem chegar e sem antecedência. O espaço funciona das 9h às 12h e das 14h às 18h todos os dias.
Os detalhes
O espaço tem 200 metros quadrados e duas estátuas em tamanho real de Pelé logo na entrada. No corredor, há sete painéis com cenas marcantes da carreira do Rei.
Na sala principal, a ideia foi simular um estádio. As paredes são cobertas por fotos de torcedores felizes nas arquibancadas. A foto é do espanhol Hugo Garcia, que foi amigo de Pelé. O piso é de grama sintética. O mausoléu tem camisas vestidas por Pelé no Santos, seleção brasileira e New York Cosmos.
O jazigo com o corpo fica no centro. O painel superior imita o céu. O túmulo é revestido por placas de alumínio dourado. A campa é contornada por cantoneiras com vários detalhes da trajetória de Pelé:
- O primeiro gol pela seleção na Copa de 1958 que virou selo dos Correios na Suécia;
- As muretas dos canais de Santos;
- A comemoração marcante do soco no ar;
- A taça Jules Rimet;
- O símbolo dos astecas;
- Uma coroa do Rei;
- O número 10;
- A folha de café para representar Três Corações, cidade onde o Rei nasceu em Minas Gerais.
Aval do Rei
O mausoléu foi criado no ano de 2017 e contou com a aprovação [e pitacos] de Pelé. O espaço foi finalizado dias antes do Rei falecer. Pelé não chegou a conhecer pessoalmente.
A ideia inicial de Pelé era ser sepultado em seu lóculo do nono andar, de frente para a Vila Belmiro e ao lado de familiares, mas ele foi convencido sobre o mausoléu pelo argentino Pepe Altstut, dono do Memorial e também já falecido. O empresário foi um dos melhores amigos do Rei.
Pelé decidiu pelo Memorial Necrópole Ecumênica em 2003. O local é o maior cemitério vertical do mundo. O Rei garantiu o nono andar, mas hoje está no mausoléu que fica no primeiro andar. Na parte do museu de veículos, está um Mercedes Benz S-280, carro doado pela montadora ao jogador em 1974 depois do milésimo gol.
Escolhi por sua organização, limpeza e estrutura. É um local que transmite paz espiritual e tranquilidade, onde a pessoa não se sente deprimida, sequer parece com um cemitério.
Pelé, em entrevista ao jornal A Tribuna
O mausoléu de Pelé não virou de fato um ponto turístico, mas quem visita se depara com um espaço meticulosamente preparado para o Rei, numa grande homenagem ainda em vida.
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