'Alta periculosidade': o que diz a polícia sobre presidente da Mancha Verde

Apontado pela Polícia Civil de São Paulo como mentor intelectual da emboscada contra cruzeirenses, Jorge Luis Sampaio Santos, presidente da Mancha Verde, é considerado pelas autoridades um indivíduo de "alta periculosidade", de acordo com o inquérito obtido pelo UOL. Ele teve seu pedido de prisão expedido.

No documento que resultou no pedido de prisão de Jorge e mais seis integrantes da organizada, a Polícia Civil destaca a ficha criminal de Sampaio, com destaque para o inquérito instaurado por ameaça a Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

"Como observado nos arquivos Policiais e demonstrado neste relatório, JORGE LUIZ SAMPAIO SANTOS se mostra ao longo de sua vida uma pessoa totalmente incrédula com os órgãos integrantes da Justiça, nesta ocorrência envolvendo a Torcida Mancha Alvi Verde, reiterando novamente que Jorge é o Presidente e responsável pelas principais tomadas de decisões sobre os integrantes, houve a morte de um dos integrantes da torcida Máfia Azul cujo as iniciais de seu nome são J.V.M.D.S, 2 (dois) ônibus totalmente destruídos, 19 pessoas hospitalizadas", destaca o relatório.

Ainda de acordo com a investigação, Jorge é "idolatrado por parte da torcida devido suas atitudes e decisões afrontadoras para com as outras torcidas e com o Sistema de Justiça". A polícia anexou vídeos nos quais é possível ver integrantes da Mancha entoando gritos de ordem e exaltando a "tropa do Jorge".

"(...) conforme foi apurado por esta equipe e relatado, não resta dúvidas que Jorge é um indivíduo de alta periculosidade que tem uma influência grande dentro da torcida organizada Mancha Alvi Verde e que vem organizando eventos cada vez maiores, criminosos, perigosos, desastrosos, vergonhosos não só para o Esporte como para a Segurança Pública do Estado de São Paulo e do resto do país (...)", ressaltou a Polícia Civil.

O que aconteceu

O incidente que aconteceu no início da manhã de domingo (27) envolveu cerca de 120 torcedores de Palmeiras e Cruzeiro. O caso foi inicialmente registrado na Delegacia de Mairiporã (SP), que apreendeu imagens de monitoramento e solicitou exames de IML às vítimas.

Uma parte dos responsáveis pelas agressões que mataram um homem e feriram outros 17 foi identificada pela Polícia Civil do estado de São Paulo através da emissão de sinais dos celulares dos suspeitos e imagens de câmeras de segurança da rodovia.

A investigação está sob responsabilidade da Delegacia de Repressão as Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) para a identificação e responsabilização dos envolvidos.

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A Polícia Civil qualifica a emboscada como homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e promover tumulto, praticar ou incitar a violência em eventos esportivos.

A emboscada

A emboscada deixou um morto e 17 feridos na madrugada do domingo (27). Durante a confusão, um ônibus foi incendiado e a rodovia Fernão Dias chegou a ficar interditada no sentido Belo Horizonte.

José Victor Miranda, de 30 anos, morreu anos após sofrer queimaduras e lesões graves provocadas por barras de ferro.

Segundo as autoridades, todas as vítimas foram torcedores do Cruzeiro. Eles foram surpreendidos pelos palmeirenses que carregavam artefatos como barras de metal e madeira e atearam fogo no ônibus em que estavam.

As agressões começaram por volta de 5h20 no quilômetro 65 da Fernão Dias, próximo ao túnel de Mairiporã.

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Dos 17 feridos e hospitalizados, dois seguem internados no Hospital Estadual de Franco da Rocha e um deles está em estado grave.

Mancha Verde se pronuncia

Na última segunda (28), a Mancha emitiu comunicado e negou qualquer participação na emboscada. A organizada disse que vem sendo "apontada injustamente" de envolvimento no caso, que classificou como "fatídico e lamentável".

A torcida organizada afirmou que não pode ser responsabilizada por "ações isoladas de 50 torcedores". A Mancha afirmou que conta com mais de 45 mil associados e repudiou o ocorrido, ressaltando que é contrária a atos de violência, e também se colocou à disposição das autoridades.

Confira o comunicado da Mancha

A Mancha Alvi Verde vem sendo apontada injustamente, através de alguns meios de imprensa e redes sociais, de envolvimento em uma emboscada ocorrida na Rodovia Fernão Dias, próximo ao túnel de Mairiporã, na madrugada deste domingo (27). O incidente resultou tragicamente na morte de um torcedor do Cruzeiro e deixou outros feridos. Lamentamos profundamente mais esse triste acontecimento e manifestamos nossa solidariedade e demonstramos nosso consternamento aos familiares da vítima, repudiando com veemência tais atos de violência.

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Queremos desde já deixar claro que a Mancha Alvi Verde não organizou, participou ou incentivou qualquer ação relacionada a esse incidente. Com mais de 45.000 associados, nossa torcida não pode ser responsabilizada por ações isoladas de cerca de 50 torcedores, que desrespeitam os princípios de respeito e paz que promovemos e defendemos.

A Mancha Alvi Verde repudia toda e qualquer forma de violência e reafirma seu comprometimento e compromisso com a segurança e a convivência pacífica entre torcedores. Estamos à disposição das autoridades para colaborar plenamente com as investigações, auxiliando na identificação e punição dos responsáveis por mais esse fatídico e lamentável episódio ocorrido na madrugada desse domingo.

Mancha Alvi Verde

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