Atlético segura pressão, cala caldeirão do River e vai à final após 11 anos

O Atlético-MG fez valer a larga vantagem de 3 a 0 construída no jogo de ida, segurou com valentia um empate por 0 a 0 com o River Plate em Buenos Aires e calou os argentinos ao carimbar seu retorno à final da Libertadores depois de 11 anos.

O abarrotado Monumental de Núñez, transformado em caldeirão, não intimidou o Galo. O time de Gabriel Milito mostrou organização defensiva na etapa inicial e contou com a inspiração de Everson no 2° tempo para manter o marcador zerado. Os mineiros, com Scarpa e Deyverson, ainda carimbaram a trave e fizeram Armani trabalhar.

A decisão da Libertadores terá, se não houver milagre, dois brasileiros: o Botafogo, que goleou o Peñarol por 5 a 0 na semana passada, joga nesta quarta (30) para confirmar sua vaga.

Como foi o jogo

O 1° tempo teve um Galo sólido diante de um River apressado. Os donos da casa ensaiaram uma pressão e finalizaram 15 vezes à meta defendida por Everson, mas o goleiro atleticano, que tomou amarelo por cera em uma cobrança de tiro de meta, não precisou operar nenhum grande milagre na primeira metade do jogo. Deyverson teve a melhor chance por parte dos visitantes, mas tentou driblar Armani, sem sucesso, e foi ignorado ao pedir pênalti.

Na etapa final, a bola na trave de Scarpa abriu a série dos lances, de fato, perigosos. O problema para os comandados de Marcelo Gallardo é que o trio de zaga mineiro mostrou muita atenção, e Everson, quando acionado, protagonizou pelo menos três milagres e fechou o gol.

Lances de destaque

Gritaria, fumaça e tensão. O duelo atrasou quase 20 minutos para começar por dois motivos: pela demora na chegada do ônibus do Atlético-MG ao Monumental de Núñez e pela festa feita pela torcida local, que transformou o estádio em um verdadeiro caldeirão e exagerou com objetos arremessados no campo. Wilmar Roldán só apitou, de fato, às 21h49 (de Brasília).

Torcedores fizeram festa nas arquibancadas do Monumental de Núñez antes de bola rolar
Torcedores fizeram festa nas arquibancadas do Monumental de Núñez antes de bola rolar Imagem: Marcelo Endelli/Getty Images
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River ao ataque. Scarpa até protagonizou a primeira finalização do jogo para os brasileiros, mas foram os argentinos os responsáveis pelos sustos iniciais, explorando, principalmente, os cruzamentos para a área. Paulo Díaz obrigou Everson a trabalhar, e Solari errou o alvo.

Tentativas de longe. Aos poucos, os visitantes conseguiram proteger o amarelado Everson com uma linha defensiva organizada e combativa. A solução foi apostar em chutes de fora da área: Colidio, Meza e Simón, todos perto da casa dos 30 minutos, arriscaram e deixaram engasgado o grito de gol do torcedor.

Simón se lamenta após desperdiçar finalização em River x Atlético-MG
Simón se lamenta após desperdiçar finalização em River x Atlético-MG Imagem: Marcelo Endelli/Getty Images

Reclamação aqui, reclamação ali. Wilmar Roldán virou centro das atenções em dois lances praticamente seguidos pouco antes do intervalo. A polêmica começou quando Deyverson aproveitou bobeada de Kranevitter e, cara a cara com Armani, caiu ao tentar driblar o goleiro e gritar de dor. Logo depois, Meza alegou ter sido derrubado por Lyanco dentro da área — em ambas as ocasiões, o árbitro mandou o jogo seguir.

Deyverson infernizou zagueiros do River
Deyverson infernizou zagueiros do River Imagem: Marcelo Endelli/Getty Images

Galo bica, mas para na trave (e em Armani). O Atlético-MG continuou ligado no início do 2° tempo e, por capricho, não balançou as redes em uma escapada pela direita: Scarpa recebeu passe açucarado de Hulk e, de primeira, carimbou o travessão — no rebote, Deyverson bateu com a perna esquerda e viu Armani, mesmo que de maneira atrapalhada, evitar o que seria o 1 a 0 já em cima da linha.

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Everson se agiganta. Gallardo resolveu fazer três trocas de uma vez em meio à falta de agressividade do River, e um dos acionados jogou fora uma grande oportunidade: Echeverri. Minutos depois de entrar, o atacante recebeu lindo passe de Borja, cortou Junior Alonso dentro da área e, cara a cara com Everson, parou no goleiro. O brasileiro se agigantou novamente minutos depois, tanto em cabeçada de Villagra quanto em chute do próprio Echeverri.

Everson, do Atlético-MG, se destacou no 2° tempo do jogo contra o River Plate
Everson, do Atlético-MG, se destacou no 2° tempo do jogo contra o River Plate Imagem: Daniel Jayo/Getty Images

Pressa em vão. Os minutos finais tiveram um River, comandado por Pitty Martínez, totalmente acelerado e explorando escanteios diante de um Galo forte e vingador, que segurou a blitz e ignorou a provocação até o apito final para voltar, depois de 11 anos, a protagonizar uma decisão de Libertadores.

FICHA TÉCNICA
RIVER PLATE 0x0 ATLÉTICO-MG

Data e horário: 29 de outubro de 2024, às 21h45 (de Brasília)
Competição: volta da semifinal da Libertadores
Local: Monumental de Núñez, em Buenos Aires (ARG)
Árbitro: Wilmar Roldan (COL)
Assistentes: John León (COL) e Richard Ortiz (COL)
VAR: Carlos Orbe (EQU)
Cartões amarelos: Lyanco, Everson (CAM)
Cartões vermelhos: não houve
Gols: não houve

ATLÉTICO-MG: Everson; Lyanco (Saravia), Battaglia e Junior Alonso; Scarpa, Fausto Vera, Alan Franco e Arana (Vargas); Paulinho (Otávio), Hulk e Deyverson (Rubens). Técnico: Gabriel Milito

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RIVER PLATE: Armani; Bustos, Pezzella, Paulo Díaz e Acuña; Simón (Echeverri), Kranevitter (Villagra) e Meza; Solari (Mastantuono), Borja (Bareiro) e Colidio (Pitty Martínez). Técnico: Marcelo Gallardo

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