Leila quer mais representatividade feminina no futebol: 'Somos competentes'
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, afirmou que busca mais representatividade feminina no meio do futebol.
O que aconteceu
Leila organizou hoje uma entrevista coletiva só com mulheres. Cerca de 40 profissionais estiveram na Academia de Futebol para o evento.
Ela desabafou que se sente "extremamente solitária" entre os dirigentes de futebol. Ela é a única mulher no cargo máximo de um grande clube na América do Sul.
A presidente do Palmeiras cobrou oportunidades para que as mulheres mostrem que são competentes. Leila atendeu a imprensa por duas horas e respondeu às perguntas de todas as jornalistas.
O que digo para os homens, não sejam histéricos. Não somos histéricas. Eu gostaria que hoje esse encontro simbolizasse, que eles sintam o que nós sentimos desde que nascemos. Queremos que toda a sociedade foque nisso. Nós não queremos privilégios, só a oportunidade de mostrar que somos competentes.
Foi um prazer imenso estar com vocês, foi um evento. Eu gostaria que em 2h os jornalistas homens sentissem o que nós sentimos a vida inteira. Espero que não precise fazer isso de novo para estar com mulheres aqui. É um prazer imenso estar aqui com vocês. Somos maravilhosas. Leila Pereira, em entrevista coletiva
O que mais Leila disse
Solitária no futebol: "Eu me sinto extremamente solitária. Temos que dar um basta, não pode ser normal ter apenas uma mulher à frente de um grande clube na América do Sul. Nós podemos estar onde quisermos. Esse é o motivo da nossa reunião. (...) Eu poderia dizer que me sinto honrada, mas eu fico deprimida. Só agora uma mulher é presidente. Isso não pode ser normal. Não tem um porquê. Nós queremos oportunidade. Quando a vida abre as portas, têm que manter aberta. Eu não deixo passar. Eu fico chateada, por que só eu?".
Ocupar espaços: "O que para mim é relevante é que a sociedade enxergue mulheres como pessoas capazes de ocupar espaços. Eu não vou resolver o machismo do dia para a noite mas que use a força do futebol. Que hoje seja um marco".
Machismo: "Eu não vou solucionar o problema do machismo, mas, com a força do Palmeiras, eu acho que a gente pode ser um exemplo. Eu não posso nem dizer que quando eu fui eleita? se houvesse machismo no Palmeiras eu não teria sido eleita. É isso que eu clamo para nós mulheres, nós queremos oportunidade. Já é uma grande bandeira, um grande clube elegeu uma grande mulher".
Mulher forte: "Eu quero ser lembrada, porque o Palmeiras me tornou eterna, como uma mulher dura, forte. Nós conseguimos um clube diferenciado".
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.