Leila diz que é criticada por machismo e por 'falar a verdade' no Palmeiras
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, afirmou que as críticas que recebe são exageradas por ser uma mulher em um universo 'totalmente machista' e por ser sincera demais no comando do clube.
A fala da mandatária aconteceu na reunião do Conselho Deliberativo na noite de ontem. Leia a íntegra do discurso da presidente clicando aqui.
O que ela disse?
Eu começo as minhas palavras, eu sou uma pessoa que gosto muito de filosofia. Tem um filósofo que eu gosto muito, que é o Nietzsche, um alemão, que ele sempre diz e é uma questão que eu faço para vocês: quanta verdade vocês conseguem suportar? Porque eu acho que o grande problema, eu tenho dois problemas como dirigente de futebol: primeira delas, eu sou mulher em um universo totalmente machista, presidente deste clube gigante no meio de clubes de Série A e B não existe nenhuma outra mulher.
Vocês têm médicas, professoras, deputadas, senadoras, juízas, mas, hoje, presidente de clube de futebol, só Leila Pereira. Então, eu tenho essa dificuldade. Eu tenho outra grande dificuldade, eu acho essa pior de todas: eu falo a verdade. Eu não tenho medo da verdade. A minha vida é transparente. Eu só vim colaborar com o Palmeiras em 2015 porque eu tinha certeza absoluta de que eu poderia colaborar com o nosso clube. Em momento algum, eu falei que o Palmeiras foi criado a partir de 2015. Interpretam de uma forma extremamente vil, má, a atitude de uma pessoa que só vem colaborar com o nosso clube.
Classificação e jogos
Futebol é como a vida com altos e baixos. Acertamos e erramos. Estamos atentos para aprender com os erros. Eu tenho inteligência suficiente para entender quem está criticando para ajudar e quem está criticando para destruir. Aqui não tem nenhum bobo. Se eu cheguei aqui acho que eu devo ter alguma qualidade, apesar de que aqui passaram outras administrações catastróficas. Mas, não pode falar porque queremos esquecer. Eu não quero esquecer. Eu não quero esquecer para que não volte
Eu tenho coragem de ser a presidente desse clube gigante. Pode ter certeza absoluta, nós sabemos onde queremos chegar. Não serão 40 o número que for de pessoas que vão nos tirar do nosso caminho. A minha força não é bruta, mas tenho força para seguir no meu caminho. Eu não desisto em hipótese alguma. Eu sei que vocês estão do meu lado. Muito obrigado. Leila Pereira.
'Quando ganhou era o Abel, quando está ruim é a Leila', diz Milly
Milly Lacombe analisou no UOL News Esporte o mais recente protesto da maior torcida organizada do Palmeiras contra a presidente Leila Pereira. Na visão da colunista do UOL, a dirigente só vem sendo responsabilizada pelos fracassos, mas também tem seu peso no ciclo vitorioso do clube.
'Quando ganhou era o Abel, quando está ruim é a Leila': "Se as pessoas acham que a Leila é tão responsável pelo fracasso, por que não responsabilizaram ela também pelo sucesso? Na hora que ganhou, foi o Abel; na hora que está ruim, é a Leila. Então, a torcida reconhece o poder da Leila, mas só no fracasso. No sucesso, é o Abel .Não foi a Leila que decidiu escalar um time estranho nas competições de mata-mata recente, foi o Abel, então eu acho que todo mundo tem uma responsabilidade aí".
'Tem o componente mulher': "É claro que a gente está vendo um momento muito volumoso porque ela é mulher. Eu não tenho nem mais como explicar isso, a gente sabe que tem outros dirigentes que são medonhos por aí, não precisamos nem sair de São Paulo, e eles não são alvo desse tipo de protesto. A gente tirou uma presidente da República ilegalmente, a gente inventou coisas, todos que fizeram antes da Dilma fizeram o que a Dilma fazia, vai no limite da lei, mas contra a Dilma teve um movimento nacional. Então, tem o componente mulher. A Leila está ali e agora está sendo responsabilizada pelo fracasso, mas por que ela não foi pelo sucesso, se ela tem tanto poder assim? Ninguém elogiou ela, elogiaram o Abel".
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