Topo

Canadá resolve no primeiro tempo e vence Brasil em amistoso na Vila

Jogadoras do Canadá comemoram gol de Zadorsky contra o Brasil pela seleção brasileira feminina em amistoso na Vila Belmiro - GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Jogadoras do Canadá comemoram gol de Zadorsky contra o Brasil pela seleção brasileira feminina em amistoso na Vila Belmiro Imagem: GUILHERME DIONíZIO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Carolina Alberti e Gabriela Brino

Do UOL e em colaboração para UOL, em São Paulo e Santos (SP)

11/11/2022 17h07

Em reencontro após a eliminação nas Olimpíadas de Tóquio, o Canadá aproveitou as falhas na bola aérea para vencer a seleção brasileira feminina, por 2 a 1, hoje (11), na Vila Belmiro, em Santos, em jogo amistoso preparatório para a Copa do Mundo de futebol feminino.

Com problemas para acertar a marcação nas bolas aéreas, o Brasil viu as atuais campeãs olímpicas abrirem 2 a 0 ainda no primeiro tempo, com Zadorsky e Leon. Debinha diminuiu ainda na etapa inicial, com belo gol após passe de Kerolin.

A derrota encerra uma sequência de dez jogos de invencibilidade da seleção brasileira, desde a conquista da Copa América feminina.

Além disso, o Brasil amarga o segundo resultado negativo consecutivo contra as canadenses, já que foi eliminado nos pênaltis nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

A seleção brasileira volta a campo na próxima terça-feira (15), às 15h15 (de Brasília), para enfrentar novamente o Canadá em jogo amistoso. A partida será na Neo Química Arena, em São Paulo (SP).

Atuação da seleção: bola aérea preocupa

A seleção brasileira apostou na marcação alta, complicando a saída de bola do Canadá, e alternou entre jogadas pelos lados e centro do campo, buscando sempre velocidade. Mas a bola aérea foi o ponto fraco. Mal posicionado e lento em alguns momentos, o ponto prejudicou o desempenho verde-amarelo, tanto que os dois gols canadenses saíram nessas jogadas.

Quem foi bem: Debinha e Kerolin

A dupla Debinha e Kerolin foi a responsável pelas principais jogadas criativas do Brasil, tanto que o gol verde-amarelo saiu em lançamento da meia e finalização certeira da atacante.

Quem foi mal: sistema defensivo

Por outro lado, o sistema defensivo brasileiro precisará de ajustes visando o próximo amistoso. Uma vez com a bola, o Brasil deve dificuldades para segurar o ataque canadense, oferecendo espaços e permitindo ao adversário chegar à área com liberdade. Soma-se a isso as repetidas falhas em bolas aéreas e paradas, resultando nos dois gols canadenses.

'Invasão' de crianças

O primeiro amistoso da seleção brasileira contra o Canadá contou com uma grande quantidade de crianças nas arquibancadas. Enquanto algumas ficavam no colo dos pais, outras já carregavam bandeiras do Brasil. O público masculino também esteve em peso no estádio.

torcida vila - FABRÍCIO COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - FABRÍCIO COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Torcedores à caminho da Vila Belmiro para amistoso entre Brasil e Canadá pelo futebol feminino
Imagem: FABRÍCIO COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

E os 3.768 torcedores que compareceram à Vila nesta tarde (renda de R$ 49.760) estavam empenhados em fazer uma grande festa, e levaram vuvuzelas e cartazes para as arquibancadas.

Marca e acelera

A seleção brasileira teve dois pilares no início de jogo contra as canadenses: forte marcação e saídas em velocidade. Com uma linha alta, o Brasil apertou a saída de bola adversária, em busca de oportunidades para encontrar a defesa desorganizada. Ao recuperar a bola, as brasileira tentavam a troca de passes em velocidade, especialmente pelos lados do campo.

Apesar disso, as principais oportunidades verde-amarelas de abrir o placar na Vila Belmiro apareceram em chutes de fora da área.

Bola aérea coloca Canadá na frente

As canadenses exploraram as bolas aéreas, e chegaram ao gol após falta de comunicação na defesa brasileira. Aos 22 minutos do primeiro tempo, Fleming cobrou escateio e acionou Lawrence na entrada da área. Ela alçou na segunda trave e Zadorsky cabeceu. A goleira Lorena apenas acompanhou, e a bola morreu no fundo da rede.

De novo?

O Canadá chegou ao segundo gol aos 29 minutos do primeiro tempo, novamente em uma bola parada. Após escanteio pela direita, Sinclair desviou de cabeça e a bola parou nos pés de Leon, que finalizou na entrada da área para ampliar.

Encaixou!

A tão procurada jogada em velocidade da seleção brasileira apareceu aos 33 minutos do primeiro tempo, e Debinha não desperdiçou. Próxima ao meio-campo, Kerolin encontrou a atacante dentro da área, que dominou no peito e chutou na saída da goleira Sheridan.

debinha - Thais Magalhães/CBF - Thais Magalhães/CBF
Debinha, da seleção brasileira, comemora gol contra o Canadá em amistoso na Vila Belmiro
Imagem: Thais Magalhães/CBF

Pressão brasileira

O Brasil encarnou o "sentimento de vingança" no segundo tempo e partiu para cima das canadenses. Aliando a marcação alta à melhor organização no campo de ataque, a seleção brasileira encontrou espaços tanto pelos lados quanto pelo centro do campo, obrigando a goleira Sheridan a fazer boas defesas.

Aos nove minutos da etapa final, a arqueira tirou na ponta dos dedos a finalização de Adriana. Três minutos mais tarde, Sheridan defendeu uma bomba de fora da área de Ary Borges.

Lá e cá

Sem conseguir transformar a pressão em gols, o Brasil viu o Canadá equilibrar a partida e administrar o resultado. A técnica Pia tentou mexer no time, colocado nomes como Geyse e Antonia, mas não conseguiu deixar a seleção brasileira em chance clara para ampliar a partida. Do outro lado, o Canadá valorizou a posse e aproveitou roubadas de bola para tentar chegar ao terceiro gol, mas também sem êxito.

FICHA TÉCNICA

Brasil 1 x 2 Canadá

Motivo: amistoso preparatório para o Mundial feminino
Local: Vila Belmiro, em Santos, São Paulo
Data e horário: 11 de novembro de 2022, às 15h15 (de Brasília)
Gols: Zadorsky (Canadá), aos 22 minutos do primeiro tempo; Leon (Canadá), aos 29 do primeiro tempo; Debinha (Brasil), aos 33 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Buchanan (Canadá); Fleming (Canadá)

BRASIL: Lorena; Fê Palermo, Lauren, Tainara e Tamires (Antonia); Ary Borges; Kerolin (Duda Francelino), Adriana (Geyse), Debinha e Ludmila (Gabi Nunes); Bia Zaneratto

CANADÁ: Sheridan; St. Georges (Carle), Buchanan, Zadorsky e Lawrence; Fleming e Grosso (Schimidt); Leon (Lacasse), Sinclair e Prince (Allen); Viens (Huitema)