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Quem ficou perto e quem ficou longe da Copa após amistosos da seleção

Pedro comemora gol pela seleção brasileira em jogo contra a Tunísia - FRANCK FIFE / AFP
Pedro comemora gol pela seleção brasileira em jogo contra a Tunísia Imagem: FRANCK FIFE / AFP
Igor Siqueira e Thiago Arantes

Do UOL, em Rio de Janeiro e Paris (FRA)

29/09/2022 04h00

Classificação e Jogos

As vitórias contra Gana e Tunísia, nos últimos amistosos de preparação para a Copa do Mundo, foram importantes para testar o jogo coletivo da seleção brasileira e dar novas opções táticas para o técnico Tite. Mas os resultados de 3 a 0 em Le Havre e 5 a 1 em Paris também foram vitórias individuais para um grupo de atletas.

Houve quem saiu desta data Fifa melhor do que entrou; e também os que perderam espaço e ficaram mais distantes de uma vaga na lista de 26 jogadores, que será divulgada em 7 de novembro.

Tite deixou claro que a lista para os dois jogos deste mês não seria a que ele faria se a Copa do Mundo fosse agora. O objetivo era dar oportunidades e tirar algumas dúvidas. Para alguns, isso foi muito bom.

Mais perto:

Pedro (45 minutos - 1 gol)

O atacante do Flamengo finalmente voltou a ter uma chance e não decepcionou: jogou todo o segundo tempo, se movimentou bem, mudou a dinâmica do ataque (que passou a tentar mais bolas pelo alto) e marcou seu primeiro gol pela seleção. Nas últimas semanas, Tite havia dito que não precisava ver Pedro em campo para saber do que ele era capaz. Mesmo com o "diagnóstico já feito", deu uma oportunidade e gostou do que viu.

Richarlison (106 minutos - 3 gols e 1 assistência)

O atacante do Tottenham chegou aos amistosos em meio a perguntas sobre a ausência de Gabriel Jesus, mas logo mudou o foco para si. Depois de marcar duas vezes contra Gana, ouviu de Tite que "cheira a gol". Diante da Tunísia, jogou o primeiro tempo, descomplicou o jogo com o segundo gol e ainda mandou um recado para a torcida: "Às vezes parece que ali na frente não tem ninguém. O pessoal no Brasil às vezes parece que não acompanha a gente na Europa. Todas as vezes que venho aqui, eu marco meus gols", disse.

Bremer (45 minutos)

Apenas um tempo contra Gana pode ter sido suficiente para colocar Bremer na Copa do Mundo. O zagueiro da Juventus mostrou solidez na defesa, tanto jogando em linha quanto em situações de 1x1 no contra-ataque. O entrosamento com os laterais Danilo e Alex Sandro, seus companheiros de clube, também joga a favor de Bremer. A possibilidade de Tite levar um quinto zagueiro na lista também ajuda.

Zagueiro Bremer no treino da seleção em Le Havre, na França - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Zagueiro Bremer no treino da seleção em Le Havre, na França
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Alex Telles (155 minutos)

O lateral do Sevilla ganhou a chance de ser titular com a lesão de Alex Sandro e não comprometeu. Contra Gana, foi tímido e apareceu pouco, mas diante da Tunísia já estava mais solto, mostrando adaptação à exigência de atacar menos.

Telles também soube fazer bem a mudança de posição na saída de bola, ora como terceiro zagueiro, ora como segundo volante. "Saio daqui feliz, com uma sensação muito positiva. Agradeço pela confiança de todos, e agora é seguir trabalhando no clube", afirmou. Com a volta de Alex Sandro, Telles deve perder a vaga no time, mas o lugar na Copa ficou mais próximo.

Mais longe

Roberto Firmino (0 minuto)

Com exceção de Bruno Guimarães, que se machucou, Firmino foi o único jogador de linha que não teve um minuto sequer em campo durante os amistosos deste mês. Ele tem histórico na seleção, foi à Copa de 2018, conta com o carinho de Tite, mas a disputa por uma vaga no ataque ficou muito complicada. A solução, quem sabe, pode ser imaginá-lo mais numa disputa por uma vaga no meio/reserva de Neymar do que necessariamente como um dos centroavantes. O desempenho de Richarlison e Gabriel Jesus restringe a concorrência. Para completar, Pedro chegou com eficiência.

Roberto Firmino durante treino da seleção brasileira em Le Havre, na França - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Roberto Firmino durante treino da seleção brasileira em Le Havre, na França
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Matheus Cunha (27 minutos)

O raciocínio para a situação de Firmino pode ser aplicado também a Matheus Cunha. A diferença é que o atacante do Atlético de Madrid teve mais uma oportunidade. Contra Gana, ele entrou no segundo tempo, mas não foi dessa vez que conseguiu, finalmente, fazer o primeiro gol pela seleção. Em contrapartida, Pedro balançou as redes. Cunha, inclusive, perdeu uma chance clara, que foi desviada pelo zagueiro já na pequena área. Além disso, considerando as características que oferece ao ataque da seleção, a situação dele ficou bem mais difícil, pensando em Copa do Mundo.

Renan Lodi (25 minutos)

Só foi chamado porque Alex Sandro se machucou e Arana teve lesão grave a ponto de perder a Copa do Mundo. Viu Alex Telles atuar na posição na maior parte dos dois jogos. Além disso, sua característica principal, que é o apoio em velocidade pelo corredor, não é tão usado na seleção. Tite, pelo desenho, prefere laterais que marcam bem e possam construir o jogo mais pelo meio-campo. Lodi, ao contrário, já chegou a ser usado quase como ponta (quando a seleção tinha a posse), em um período no qual o Brasil de Tite ainda não tinha se beneficiado pela boa fase de Vini Jr, Rodrygo, Antony e Raphinha.