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Dorival pacifica o Flamengo após Paulo Sousa e reforça aliança com torcida

Jogadores do Flamengo celebram gol sobre o Atlético-GO, no Maracanã, pelo Brasileiro - Marcelo Cortes / Flamengo
Jogadores do Flamengo celebram gol sobre o Atlético-GO, no Maracanã, pelo Brasileiro Imagem: Marcelo Cortes / Flamengo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

13/08/2022 04h00

"O torcedor está confiante e não podemos esmorecer". Essa foi uma das frases ditas pelo técnico Dorival Júnior após a classificação do Flamengo para a semifinal da Libertadores, na vitória sobre o Corinthians, em um Maracanã lotado. De fato, os dias no Rubro-Negro são de paz, e o rendimento em campo fez os laços com a arquibancada voltarem a ser um trunfo.

Dorival assumiu a vaga à beira do gramado há pouco mais de dois meses, substituindo Paulo Sousa, e, após uma patinada ou outra no início da caminhada, conseguiu fazer o time engrenar. Nos últimos 14 jogos, são 12 vitórias, um empate e apenas uma derrota.

No Ninho do Urubu, o trabalho é bem avaliado por integrantes do departamento de futebol e, principalmente, pelo elenco, que, até aqui, aprovou o que vem sendo implementado e abraçou a ideia. O treinador, inclusive, se vale disso para realizar o rodízio com o grupo entre o Brasileiro e as Copas Libertadores e do Brasil.

A sinergia acontece em um momento crucial na temporada, em que a Libertadores e a Copa do Brasil estão na reta final, e o Brasileiro, apesar de já no segundo turno, ainda com pontos em disputa suficientes para alcançar a liderança.

"O torcedor está confiante e não podemos esmorecer. Temos jogos importantes na sequência de Copa e Brasileiro. Não podemos abrir mão de maneira nenhuma, temos de nos manter vivos. É importante manter o elenco pronto e confiante como tem sido. São duas equipes titulares que têm honrado, vestindo e mantendo regularidade", disse, após o triunfo por 1 a 0, na última terça-feira.

A virada de chave com Dorival aconteceu após o período em que Paulo Sousa, anunciado no fim do ano passado, esteve à frente do time. Em pouco mais de seis meses de Flamengo, o português foi da esperança de repetir o compatriota Jorge Jesus a constante alvo de protestos da torcida. Mesmo após jogos finalizados com resultados positivos, vaias e pedidos pela demissão viraram rotina.

A demissão aconteceu em meio a um ambiente de pressão também sobre diretoria, com o presidente Rodolfo Landim e o vice de Futebol Marcos Braz como nomes principais na mira. Faixas e gritos contra ambos também tinham se tornado comuns.

Sousa chegou à Gávea com a missão de fazer uma reformulação no elenco. Sem os reforços esperados inicialmente e com mudanças mais drásticas no estilo de jogo, houve oscilação nas atuações e não tardou que as contestações aparecessem.

O trabalho não deu liga no vestiário, e o relacionamento entre as partes teve desgastes. Após a perda do Carioca, em final com o Fluminense, no início de abril, um forte protesto tomou conta da porta do Ninho do Urubu. À época, a diretoria afirmou confiar no planejamento traçado.

Porém, não houve um salto no desempenho e a relação entre comissão técnica e time com a arquibancada se distanciou. A passagem de Paulo Sousa chegou ao fim com 32 jogos, sendo 19 vitórias, sete empates e seis derrotas.

Olho na janela

Em meio à boa fase, o Flamengo vive a expectativa de ter novidades ainda nesta janela de transferências, e de ver reforços recém-chegados em campo. O clube tem um acerto com Oscar, e uma foto do jogador com a camisa rubro-negra chegou a circular na internet, mas o estafe do meia ainda tenta a liberação com o Shanghai Port, da China.

O volante Pulgar e lateral-direito Varela, apresentados recentemente, realizam atividades no Ninho do Urubu e ainda não estrearam. Vidal e Cebolinha, outros nomes que desembarcaram no Rubro-Negro neste meio de ano, já estão sendo utilizados por Dorival.