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Carrasco do Inter recusou MLS pelo Melgar e estudou pênaltis por uma hora

Cáceda, goleiro do Melgar, em ação contra o Inter na Sul-Americana - Pedro H. Tesch/AGIF
Cáceda, goleiro do Melgar, em ação contra o Inter na Sul-Americana Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

12/08/2022 11h26

Carlos Cáceda foi o carrasco do Internacional. Ontem (11), o Melgar, do Peru, avançou à fase semifinal da Copa Sul-Americana graças a três defesas do goleiro de 30 anos em cobranças de pênalti. Depois de surgir como grande promessa do país, ele recusou ida para os Estados Unidos e preferiu o time de Arequipa. Para parar os colorados, fez de um vídeo de mais de uma hora sua 'sobremesa'.

Foi depois do almoço, ontem, quando a maioria dos jogadores estaria livre para descansar. Cáceda foi acompanhado de Javier Soderos, preparador de goleiros do clube peruano, a uma sala observar mais de uma hora de cobranças de pênalti dos jogadores do Inter em vídeo.

Por isso, sabia que Edenilson caminharia lentamente até a bola esperando movimentação do goleiro, que precisava ficar estático. Também tinha claro que Taison prefere batidas mais altas e que De Pena coloca a bola quase rente ao chão. Pegou todas elas.

"Ficamos observando as cobranças do Inter, sabia onde os jogadores costumam bater mais", disse o goleiro após o jogo de ontem à Movistar Deportes, do Peru. "Nós trabalhamos muito as cobranças de pênalti, sabíamos que poderia ser assim", acrescentou.

A trajetória de Cáceda começou empolgante. Depois de conquistar a Libertadores sub-20 pelo Universitario nos pênaltis (dessa vez ele não defendeu nenhum, o Boca Juniors errou duas batidas, uma para fora e uma na trave), a rotina passou a ser a seleção peruana.

Primeiro na base, depois no principal, o despontar de Cáceda mostrava um caminho para se tornar um dos mais importantes jogadores do país. Do Universitario ele partiu para o Veracruz, do México. Em seguida jogou no Deportivo Municipal, também peruano, e no Real Garcilaso.

Sua trajetória na seleção seguiu firme, mas sempre como suplente. À sombra de Gallese, ele esteve em três edições da Copa América e na Copa do Mundo de 2018, sem atuar.

Em 2019 ele disputou sua primeira temporada pelo Melgar, ainda emprestado pelos mexicanos do Veracruz. Foi quando surgiu a chance de atuar nos Estados Unidos. Uma oferta da MLS chegou a ser apresentada ao jogador, que recusou. Na ocasião, ele já havia se comprometido em permanecer no time de Arequipa, em definitivo, após o período de empréstimo, e honrou sua palavra.

Absoluto no gol do Melgar, 'La Pantera' se consagrou contra o Inter. Sua decisão de permanecer no país teve por objetivo o sonho de voltar a ser chamado para seleção com frequência e ter protagonismo na equipe. Algo mais próximo agora, certamente.

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