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Internacional

Inter revê fantasma ao ficar com um a mais e debate estratégia de Mano

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

08/08/2022 04h00

Ficar com um a mais é sinônimo de vantagem, certo? Para o Inter não é bem assim. Nas duas últimas vezes em que viu o adversário ficar com um jogador a menos no Brasileirão, o Colorado saiu derrotado. O desempenho na hora de furar retrancas joga dúvidas sobre a estratégia estabelecida por Mano Menezes no time.

O treinador tem muitos méritos na construção da temporada vermelha. Mano assumiu uma equipe totalmente desestabilizada, que teve um início de ano preocupante no comando de Alexander Medina, e conseguiu dar um padrão de jogo e logo atingiu os resultados esperados.

Mas os pontos que chegaram foram escorados em um modelo que não tem no ataque sua principal característica. O Inter costuma recuar suas linhas, chamar o rival para seu campo e explorar o contra-ataque em velocidade, principalmente com jogadas pelos lados.

No entanto, quando precisa propor, a equipe costuma sofrer um pouco. Foi o que houve na derrota por 3 a 0 contra o Fortaleza, ontem (7). Com 11 contra 10 desde os 29 minutos do primeiro tempo, o Colorado acertou o gol rival apenas duas vezes. Não bastasse isso, sofreu três gols.

"Poderia ser cômodo para mim dizer que o time não estava focado no jogo e tudo aconteceu por isso. Mas o time começou focado, não me pareceu assim quando o jogo começou. Nos perdemos quando ficamos com um jogador a mais, a superioridade numérica aconteceu muito cedo no jogo. A partir daí não nos encontramos e não soubemos aproveitar. Talvez por esperar e entender que teríamos uma facilidade, nos atrapalhamos", disse Mano Menezes.

Foi a segunda vez seguida que a queda veio com um jogador a mais no Brasileirão. Além do infortúnio contra o Fortaleza, diante do Botafogo, no Beira-Rio, o Inter esteve em superioridade numérica e chegou a abrir 2 a 0, mas levou a virada e perdeu por 3 a 2.

Houve ainda uma terceira vez em que o Colorado jogou com 11 contra 10 no campeonato, mas apenas por alguns minutos. Foi contra o Cuiabá, quando João Lucas foi expulso já perto do fim e o Inter empatou o jogo em cobrança de pênalti de Carlos de Pena.

Pela Sul-Americana, outro jogo emblemático de 11 contra 10 sem sucesso foi contra o Guaireña, fora de casa. Com menos de 10 minutos de segundo tempo, Joel Jiménez, do adversário, levou vermelho. O placar era 1 a 1 e permaneceu inalterado mesmo com a superioridade vermelha no número de atletas.

Ainda na competição continental, o Inter ficou com um jogador a mais também na goleada por 5 a 1 sobre o 9 de Octubre, no Beira-Rio. Na ocasião, porém, o vermelho de Kevin Bacera aconteceu quando o placar já estava 2 a 1 para o Inter.

"Quando vimos o árbitro aplicar o vermelho cedo, tínhamos que saber nos comportar, não ser ingênuos de cair nas armadilhas que o jogo propõe. Aí está a experiência de uma equipe. Isso não tem a ver com idade, é maturidade de equipe, de passar por situações desta forma, é saber se comportar dentro do que pode acontecer, e é normal que aconteça. Infelizmente, não soubemos fazer isso", alegou Mano.

Contra o Melgar, pelas quartas de final da Sul-Americana, basta vencer para avançar. No Beira-Rio, Mano garante que a instabilidade não vai se repetir.

"No futebol e na vida, fazemos das pancadas uma mola para retomada em seguida. Foi assim quando perdemos para o Colo-Colo, numa atuação muito abaixo e com comportamento semelhantes a hoje. Em seguida, demos a resposta com a qualidade que temos, porque conseguimos focar, com a corda sempre esticada como temos que estar, não podemos afrouxar nem um pouco. E a equipe vai responder bem na quinta-feira. O torcedor pode ir ao Beira-Rio, porque vamos responder bem", finalizou o treinador.

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