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Brasileirão - 2022

Lateral sofreu sina de 'ex-Goiás' no Palmeiras: 'queria ter rendido mais'

Vítor em sua apresentação no Palmeiras, em 2010 - Fernando Santos-29.mar.2010/Folhapress
Vítor em sua apresentação no Palmeiras, em 2010 Imagem: Fernando Santos-29.mar.2010/Folhapress

Augusto Zaupa e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

07/08/2022 04h00

Parece até sina, mas a história recente de jogadores vindos do Goiás no Palmeiras é de expectativas frustradas e passagens apagadas. E foi assim com Vítor, lateral direito que despontou no Esmeraldino, mas não conseguiu se firmar nas três temporadas que esteve no clube paulista. Os dois Alviverdes se enfrentam hoje (7), às 16h (de Brasília), pela 21ª rodada do Brasileirão.

Assim como o meia Evandro (em 2008), os volantes Amaral (2015) e Rodrigo (2016) e os atacante Erick (custou R$ 13 milhões, em 2015) e Carlos Eduardo (contratado por R$ 25 milhões, na virada de 2018 para 2019), Vítor chegou em alta no Palmeiras a pedido do então técnico Antônio Carlos Zago, mas o rendimento no Verdão paulista não foi o mesmo.

"Eu queria muito ter rendido mais no Palmeiras. O Palmeiras é um gigante do futebol mundial, onde você passa tem torcedores do Palmeiras, tem uma torcida muito grande. Fiz a coisa certa, trabalhei, me cuidei como sempre me cuidei, mas, infelizmente, eu não consegui render aquilo que eu esperava, o que eu poderia ter rendido mais, como foi no Goiás. Mas não é frustração", recordou Vítor, em entrevista ao UOL Esporte.

"Não é qualquer um jogador que joga no Palmeiras, sempre fui um cara super profissional, eu sempre entendi as decisões dos técnicos que me deixaram de fora. Quando eu estava no Goiás, contratavam jogadores para jogar no meu lugar, mas eu não dava brecha e jogava (...). Não vou colocar toda a culpa nas comissões técnica, dei motivo também de não ter rendido mais. Nunca fui um cara desonesto, sempre trabalhei e aí, infelizmente, acontece. Aconteceu comigo, aconteceu com vários atletas no Palmeiras. Mas ficou aquele gostinho de que eu poderia ter rendido mais, mas eu sei que é uma coisa totalmente natural", completou.

01.06.13 - Vitor e Gil disputam bola na partida entre Goiás e Coritiba - CARLOS COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - CARLOS COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vitor e Gil disputam bola na partida entre Goiás e Coritiba, em 2013
Imagem: CARLOS COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Aposentado dos gramados e com 40 anos, Vítor trabalha atualmente como auxiliar-técnico do Bela Vista-GO, portanto, não guarda mágoas de Luiz Felipe Scolari, que sucedeu Zago, por entender melhor as escolhas e decisões de uma comissão técnica.

"O Felipão conversava comigo e com os outros também na época, mas são escolhas, às vezes, uma comissão não vai com o seu estilo de jogo e, às vezes, o outro vai encaixar melhor. Então, são escolhas que a comissão técnica tem de tomar. Fiz curso de treinador, hoje eu sou auxiliar-técnico e sei o tanto que é difícil fazer essas escolhas. Hoje eu entendo muito bem as decisões dos técnicos que eu tive lá atrás, é super natural, tanto que eu saí do Palmeiras e depois eu voltei para o Goiás e joguei bem, fui campeão da Série B, campeão goiano de novo e a minha carreira seguiu adiante", analisou.

Outros trechos da entrevista com Vítor:

Chegou a marcar Neymar e não perdeu

"Joguei duas vezes contra o Neymar: Palmeiras e Santos. Ganhamos uma de 2x1, no Pacaembu, e empatamos na Vila Belmiro em 1x1. Saí invicto, não perdi (risos). Não tinha como marcar o Neymar, ele é um fenômeno, era muito rápido, habilidoso, pegava a bola e ia para a esquerda. Eu falava: 'agora eu vou para a esquerda', e ele ia para a direita, não tinha como marcar ele. O Neymar é o cara do improviso, de quebrar linha com os dribles, era fenomenal."

Foco do Goiás é seguir na Série A

"O primeiro passo do Goiás é fazer aqueles 45 pontos [soma 25 atualmente], porque todos falam que não cai mais. O Jair Ventura chegou e deu uma nova cara ao time, tem uma parte defensiva muito forte. O Goiás tem feito bons jogos defensivamente e tem ganhado, tem conseguido vencer principalmente em casa. Acredito que o Goiás tem tudo para escapar [do rebaixamento à Série B], fazer logo os 45 pontos para espantar o fantasma. Se entrar ali [zona da degola], é difícil. Acredito que o Goiás terá no final uma boa Série A. Lógico que eu quero ver o Goiás sempre em alto nível, disputando de igual para igual com grandes times, mas, hoje, fazendo os 45 pontos é como se fosse um título."

Diferenças entre Marcos Rocha e Mayke

"Quando eu jogava, o lateral tinha muita obrigação de atacar, chegar ao ataque. Hoje mudou. Vejo que o Marcos Rocha é um lateral da linha de quatro, que sai numa boa, tem uma parte defensiva muito boa e chega bem na frente. O Mayke é mais ofensivo, é um jogo diferente um do outro, tanto que eu já vi até jogo dos dois jogando juntos. Então, um é mais ofensivo e o outro é mais defensivo, mas os dois cumprem bem as funções."

Palmeiras x Goiás, no Allianz

"O Palmeiras é o favoritaço [para o jogo deste domingo]. Jogando contra qualquer time do Brasil, o Palmeiras é o favorito, principalmente jogando em casa. Mas o Goiás já foi em São Paulo e ganhou um tempo atrás. Fica essa expectativa de ir lá e ganhar. Eu agradeço de ter lembrado, eu pensei que ninguém mais lembrava que eu joguei no Palmeiras, mas lembra."