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Casão comenta ausência em jogos da seleção após críticas a Neymar

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

07/07/2022 11h23

Um dia após anunciar sua saída do Grupo Globo, Walter Casagrande falou sobre ter ficado fora da transmissão de jogos da seleção brasileira nos últimos anos. Ao UOL Entrevista, o ex-jogador disse que acredita que sua ausência foi definida depois de fazer diversas críticas a Neymar.

"O que aconteceu é que, de 2019 pra cá, saí dos comentários da seleção brasileira. Mas não posso falar com provas que foi isso. É escolha, perfil. Talvez a direção de esporte não queira alguém crítico e polêmico, talvez eles até queiram alguém que critique mas de forma mais branda. E eu não sou brando", comentou Casão.

Para exemplificar, o agora ex-comentarista da Globo relembrou quando, em 2017, disse que o camisa 10 brasileiro era "mimado". "Caiu o mundo, explodiu o país, como se mimado fosse uma agressão. Mimado é uma pessoa que não consegue amadurecer e tudo que acontece pede ajuda dos pais, isso é mimado", apontou.

"Mas, quando falei, eu percebi que muita gente, principalmente do staff do Neymar, não sabia o significado. Se soubessem, não iam ficar tão irritados com o que falei", acrescentou.

Casagrande assumiu que é "mimado até hoje", mas opinou sobre o que o diferencia do craque do PSG. "Não tenho vergonha nenhuma, mas aprendi a ser mimado de forma mais objetiva. Tenho o lado mimado, mas isso não interfere no meu dia a dia. Eu sou mimado, mas falo, me posiciono e participo", ponderou.

"Quando eu falei aquilo, parecia que eu ia ser pendurado por parte do jornalismo esportivo e da população. O palavrão é mais aceito que a palavra mimado. Fomos para a Copa [de 2018], e foi tudo aquilo que a gente viu", afirmou. Casão ainda complementou: "Neymar foi patético não tem como aliviar."

No entanto, ele destacou que "sempre elogiou" o astro quando jogava pelo Santos e pelo Barcelona. "As pessoas falam que eu só criticava, mas falei que ele jogou muita bola no Santos e no Barça. Só que falei que ele tinha errado em ir ao PSG. Ele escolheu ir com o pai dele por causa da grana, porque achou que ia ganhar a Bola de Ouro e a Champions, e não rolou nada", comentou.

Para Casagrande, o jogador de 30 anos foi "caindo com o tempo", mas os torcedores "não conseguem ver isso". Ele também se colocou reticente sobre o sonho da conquista do hexa na Copa do Mundo de 2022, no Qatar.

"Fico olhando parte do jornalismo esportivo e boa parte da torcida brasileira falando que o Brasil vai ser hexa e o Neymar vai arrebentar na Copa. Isso pode acontecer, mas com que propriedade se fala isso? O Brasil joga com as mesmas seleções na Copa América, e quando faz amistoso é Japão e Coreia. Qual é a base para falar que vamos ganhar a Copa do Mundo? Isso é ufanismo", disparou.

O ex-jogador do Corinthians ainda voltou a falar sobre o desempenho de Neymar nos últimos anos para reforçar sua visão. "Na última Champions ele não fez gols. Faz dois anos e meio que é só contusão, joga pouco por ano e não faz mais gols decisivos. Isso é fato, não tô inventando e pegando no pé dele.

"Eu não tenho propriedade pra falar que o Brasil vai ser hexa, porque nem a seleção nem o Neymar tão fazendo coisas que eu possa pensar que isso vai acontecer. Na minha opinião, não vai acontecer nada disso. O Brasil pode ser campeão, mas não será através do Neymar, será pelo lado coletivo", finalizou.

  • Assista à íntegra da entrevista com Walter Casagrande, no Canal UOL:

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