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Brasileirão - 2022

Presidente da CBF tenta trégua de 'críticas injustas' à arbitragem

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, recebe placa das mãos do presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto - Lucas Figueiredo/CBF
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, recebe placa das mãos do presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Igor Siqueira

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/07/2022 04h00

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, está numa tentativa de amenizar o tom das críticas direcionadas à arbitragem e, por consequência, à própria entidade. O cartola aproveitou reunião com os presidentes das federações e os clubes da Série D para buscar um tom mais ameno nas cobranças feitas por dirigentes ao setor nas últimas semanas. Ednaldo vê que alguns posicionamentos são injustos.

Os comentários sobre arbitragem foram antes da controversa anulação pelo VAR do gol do Cruzeiro diante do Ituano. O discurso de Ednaldo foi o preâmbulo para um encontro no qual o presidente da CBF anunciou aumento de repasse de verba para os clubes da quarta divisão neste ano. Os 32 times eliminados na primeira fase receberão R$ 120 mil. Quem chegar ao mata-mata leva R$ 150 mil. Além disso, campeão e vice ganham R$ 500 mil e R$ 300 mil, respectivamente.

A arbitragem passou por uma reformulação a partir de abril, com a chegada de Wilson Seneme para presidir a comissão nacional. A composição do grupo de trabalho só foi concluída no mês passado, quando dirigentes estaduais e de clubes já tinham remetido à CBF uma série de reclamações pelo desempenho dos árbitros no Brasileirão.

"Não podemos viver só de tapinhas nas costas e falsos elogios. As críticas construtivas são importantes. Mas, de forma injusta, elas não somam. Críticas que muitas vezes se colocam na arbitragem são justas. Existem também muitas injustas. É importante que as pessoas tragam sugestões para melhorar qualquer que seja a atividade", disse Ednaldo.

No encontro de ontem (5), no Rio, Ednaldo informou que os 27 presidentes das comissões estaduais de arbitragem serão convocados na próxima semana para um processo de aproximação e diagnóstico com Seneme. O plano de trabalho também envolve uma intertemporada da arbitragem, entre 25 e 29 de julho. A CBF ainda promete realizar sessões de treinamentos práticos com os árbitros a partir de agosto.

A entidade não diz que está satisfeita com o desempenho dos árbitros. Ednaldo, inclusive, falou há duas semanas que não quer "paternalismo". O questionamento do fim de semana na Série A é do Red Bull Bragantino, discordando da linha do impedimento traçada pelo VAR em uma das anulações de gol diante do Botafogo.

Como a ESPN informou inicialmente, recentemente houve até cobranças à arbitragem no grupo de Whatsapp no qual estão os presidentes de federação. Rubens Lopes, presidente da Ferj, despejou a insatisfação, mesmo sendo um dos vices da CBF.

"Eu também já fui crítico de arbitragem. Joguei futebol, dirigi ligas, clubes. Mas o desrespeito não pode acontecer. O que eu acho injusto é o desrespeito. Em qualquer que seja a crítica, a inconformidade, tem que ser educado. O árbitro tem família, amigos. Ele não é um ser de outro planeta que pode ser chutado. Eu já vi atleta de futebol amador chegar a dirigir um clube, uma federação. Mas nunca vi presidente de federação que tenha sido árbitro. Não pode ser a crítica pela crítica", completou Ednaldo, dizendo que a fala na reunião não foi um recado a uma pessoa específica.

Na Série D, especificamente, o presidente da CBF anunciou que haverá árbitro de vídeo a partir das quartas de final. Outra diretriz é que na segunda fase não serão mais usados assistentes locais.

"Para se tornar mais transparente, neutro e que os atletas possam ir a campo preocupados só com seus adversários. Uma arbitragem segura e neutra", comentou o dirigente.

Durante a reunião, Ednaldo abriu espaço para manifestações dos clubes. As demandas passaram por um valor menor de taxa de transferências, mas a maioria das manifestações foram de agradecimento e elogiosas ao dirigente. Ele até ganhou uma placa dos clubes.