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Santo, ídolo e dirigente: Victor completa dez anos de Atlético-MG

Ex-goleiro Victor faz a ponte entre o grupo de atletas e a diretoria de futebol do Galo na função de gerente de futebol - Pedro Souza/Atlético-MG
Ex-goleiro Victor faz a ponte entre o grupo de atletas e a diretoria de futebol do Galo na função de gerente de futebol Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

29/06/2022 04h00

É possível afirmar que Victor é o o maior goleiro da história do Atlético-MG. Em quase uma década na meta atleticana, foram 424 partidas disputadas, oito títulos conquistados e uma idolatria que 'canonizou' o arqueiro. Agora gerente de futebol do Galo, Victor se tornou o São Victor do Horto, um santo capaz de salvar os atleticanos em momentos de aperto, como foi o pênalti defendido, aos 47 minutos do segundo tempo, diante do Tijuana-MEX, durante a campanha da conquista da Libertadores de 2013. Uma relação que começou há exatos dez anos.

O Atlético vivia período com muita dificuldade para encontrar um goleiro de confiança. Entre a saída de Diego Alves, em meados de 2007, e a chegada de Victor, em junho de 2012, o Galo apostou, confiou e se decepcionou com 11 goleiros. Juninho, Edson, Bruno, Sérvulo, Bruno Fuso, Aranha, Carini, Renan Ribeiro, Fábio Costa, Marcelo e Giovanni passaram pela meta alvinegra num período aproximado de cinco anos, mas nenhum deles foi capaz de sustentar a titularidade por longo período.

"Qualquer um com mais de 1,90 m que passava pela porta da sede o Alexandre [Kalil, então presidente atleticano] puxava e colocava no gol", brincou Rodolfo Gropen, dirigente do Galo durante a gestão de Kalil, em entrevista ao Cachorrada Podcast. A dificuldade para encontrar um nome capaz de jogar bem e agradar os torcedores fez com que o time de Belo Horizonte tentasse a contratação de Victor.

A negociação por Victor durou cerca de duas semanas, mas foi sacramentada praticamente aos 45 minutos do segundo tempo. Com o Brasileirão de 2012 já em andamento, o então titular do Grêmio tinha seis jogos disputados. Bastava entrar mais uma vez em campo para Victor não ter condições de ser transferir para outra equipe da Série A. O sétimo jogo seria justamente contra o Atlético-MG, que soube do sim do goleiro através da lista de relacionados do Tricolor para o confronto no estádio Olímpico.

"O sinal do Victor, se ia aceitar a proposta, era não jogar. A gente soube com ele não sendo relacionado, então ele tinha aceitado a proposta. E que história linda o Victor fez no Atlético", completou Rodolfo Gropen.

Com tudo acertado, o então presidente Alexandre Kalil usou o Twitter às 20h26 de 29 de junho de 2012 para anunciar a contratação de Victor, pouco antes do confronto entre Grêmio e Atlético. "Torcida mais chata do Brasil, se o problema era goleiro não é mais. Victor é do Galo!", postou ex-dirigente atleticano.

Carreira como dirigente

Everson e Victor posam com a taça da Supercopa do Brasil conquistada pelo Atlético-MG - Pedro Souza/Atlético-MG - Pedro Souza/Atlético-MG
Everson e Victor posam com a taça da Supercopa do Brasil conquistada pelo Atlético-MG
Imagem: Pedro Souza/Atlético-MG

Como jogador, Victor ganhou a Libertadores (2013) e a Copa do Brasil (2014) pelo Atlético. O grande sonho da carreira era vencer o Brasileirão, que pelo Galo ele ficou bem perto algumas vezes. Foram dois vices (2012 e 2015), um terceiro lugar (2020) e uma quarta colocação (2016). O tão sonhado título brasileiro chegou na primeira temporada após pendurar as luvas. Gerente de futebol do Atlético, Victor é quem faz atualmente o elo entre o elenco, comissão técnica e diretoria.

Respeitado por todos na Cidade do Galo, o ex-goleiro agora é superior a antigos companheiros, como é o caso do zagueiro Réver. Eles atuaram juntos no Paulista, no Grêmio e também no Atlético.

"O Victor é um dos grandes amigos que fiz no futebol. Mais do que amigo, virou um irmão. Boa parte da nossa trajetória profissional foi um ao lado do outro. Desde as dificuldades do início de carreira no Paulista, da ascensão no Grêmio e no ápice de nossas carreiras no Atlético. Nossas famílias são muito amigas. E a competência dele é tão grande que ele continuou no Atlético. Embora ele esteja agora em outra função, continua sendo um privilégio muito grande trabalhar ao lado dele", disse o capitão alvinegro a UOL Esporte.

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