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Como o Palmeiras evoluiu desde última eliminação em oitavas da Libertadores

Jogadores do Palmeiras comemoram o gol de Zé Rafael, na partida contra o I. Petrolero, pela Libertadores - Ettore Chiereguini/AGIF
Jogadores do Palmeiras comemoram o gol de Zé Rafael, na partida contra o I. Petrolero, pela Libertadores Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

29/06/2022 04h00

Contra o Cerro Porteño-PAR, às 19h15 de hoje (29), o Palmeiras dá início a um passo que conhece bem na Copa Libertadores. Desde a edição de 2018, o Alviverde não sabe o que é deixar esse estágio do torneio sem chegar à antepenúltima fase do mata-mata. Tanto que nas temporadas seguintes ganhou dois títulos (2020 e 2021) e esteve numa semifinal (2018) — caiu nas quartas em 2019.

Uma análise sobre a última eliminação alviverde nas oitavas, em 2017, mostra um cenário bem pouco parecido com o que o Palmeiras é atualmente, dentro e fora do campo.

Hoje tido como grande favorito, o clube chegou a esse estágio por meio de um processo de erros e acertos. Que, talvez, tenha atingido seu ponto mais alto.

Há cinco temporadas, o Palmeiras teve o Barcelona de Guayaquil-EQU como adversário. Perdeu por 1 a 0, no Equador, e ganhou por 1 a 0, no Allianz Parque. Mas acabou eliminado em casa nos pênaltis, com cobranças erradas de Bruno Henrique e Egídio.

Da diretoria de futebol da época, apenas Cícero Souza, que chegou em 2015, ainda está no clube. Mauricio Galiotte passou o cargo à presidente Leila Pereira no fim de 2021. Alexandre Mattos ficou até o fim de 2019. Desde 2020, o diretor de futebol do Verdão é Anderson Barros.

Planejamento de prazo realmente longo

cuca mattos  - Cesar Greco/Ag. Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Maurício Galiotte Cuca Alexandre Mattos
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Teve um pouco de Palmeiras e um pouco de Cuca na falta de um melhor preparo com que o Palmeiras chegou para as oitavas da Libertadores de 2017. Cuca conquistou o Brasileiro de 2016 e não permaneceu. Para o seu lugar, o Alviverde apostou em Eduardo Baptista.

Baptista não resistiu à eliminação na semifinal do Paulista, diante da Ponte Preta, tampouco à campanha oscilante na Libertadores, e caiu em maio. Para seu lugar, voltou Cuca, com um elenco diferente do que deixara, repleto de jogadores que não havia indicado nem indicaria, como Felipe Melo, Borja e Guerra. Além disso, Mattos e Cuca tinham um desgaste acumulado de desentendimentos do ano anterior.

Para piorar, Moisés, o grande nome do meio-campo na passagem de Cuca em 2016, rompera os ligamentos cruzado e lateral do joelho direito em fevereiro e tinha volta prevista para os trabalhos em campo para agosto, com ainda alguns meses necessários para readquirir ritmo e condicionamento. Em vez disso, esteve em campo em 9 de agosto, no jogo da volta contra o Barcelona. Assim, pouco treinou com os companheiros para aquela partida.

Já Abel Ferreira e sua comissão estão na terceira Libertadores consecutiva. Desde a chegada dos portugueses, o Palmeiras apostou em contratos mais longos. O primeiro vínculo, de dois anos, ainda tinha sete meses de vigência, em maio, quando a diretoria decidiu alongá-lo para até o fim de 2024.

Uso da base em posição de destaque

danilo  - Cesar Greco/Palmeiras - Cesar Greco/Palmeiras
Danilo durante treino no CT do Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

O Palmeiras de 2017 tinha apenas quatro inscritos formados nas categorias de base do clube. Na época em que a regra permitia apenas 30 nomes na lista, só Vitinho, opção terciária para a meia ofensiva e o ataque, era jogador de linha com chance de jogar.

Os outros três inscritos estavam na lista pró-forma. Vinicius Silvestre já era o terceiro goleiro, atrás de Fernando Prass e Jailson. E o zagueiro Vitão e o Meia Léo Passos, com as camisas 13 e 10, guardavam os lugares dos lesionados Thiago Martins e Moisés.

Por conta da pandemia de covid-19, a regra mudou e até 50 atletas podem ser listados no torneio. De modo que o parâmetro mais correto para entender o uso da base não é a lista, mas sim a utilização dos jogadores.

Com seis jogos, Gabriel Menino é um dos seis jogadores que mais atuaram nesta edição. Wesley, Veron, Vanderlan, Fabinho, Jhonathan e Giovani também entraram em campo. Desde 2020, Danilo é titular no meio-campo e Menino participou de grandes momentos das campanhas campeãs, bem como Wesley, Veron, Patrick (hoje no Botafogo) e Renan (Red Bull Bragantino).

NSP cresceu, mudou de mãos e melhorou

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O técnico Abel Ferreira, o fisiologista Vinicius Ponzio, o coordenador científico Daniel Gonçalves e o preparador físico Thiago Maldonado (D/E), da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol.
Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

O Núcleo de Saúde e Performance (NSP) do Palmeiras se estabeleceu com a inauguração do Centro de Excelência no CT do clube, justamente em 2017.

Mas os profissionais que comandam os trabalhos por lá mudaram totalmente. Daniel Gonçalves veio do Vasco com Vanderlei Luxemburgo para ser o coordenador científico, posição que foi ocupada por Altamiro Bottino até julho de 2017 e que ficou vazia até o começo de 2020.

O médico Gustavo Magliocca é o único da leva de chefes de departamento em 2017 ainda no clube. Jomar Ottoni coordenava a fisioterapia e era um chefe informal do NSP, hoje com Fred Manhães (ex-Flamengo) e Marcelo Gondo, por exemplo. A fisiologia, que era de Thiago Santi, está com Vinicius Ponzio desde o início de 2020.

O atual técnico do Paraná Clube, Omar Feitosa, era o chefe da preparação física. E o Palmeiras não tinha um psicólogo atrelado ao futebol profissional, como hoje está Gisele Silva, a pedido de Abel Ferreira.

A gestão do NSP (Núcleo de Saúde e Performance) tem se mostrado muito frutífera. O Palmeiras vai para sua primeira eliminatória na Libertadores sem um jogador lesionado muscularmente sequer. A única baixa é Jailson, que rompeu ligamento cruzado, uma lesão traumática e não de desgaste. Além de Jorge, com covid.

FICHA TÉCNICA:

CERRO PORTEÑO-PAR x PALMEIRAS
Competição: Copa Libertadores - jogo de ida das oitavas de final
Data e hora: 29 de junho de 2022 (quarta-feira), às 19h15 (de Brasília)
Local: estádio General Pablo Rojas, em Assunção (PAR)
Árbitro: Wilmar Roldán (COL)
Auxiliares: Alexander Guzmán e Wilmar Navarro (COL)
VAR: Mauro Vigliano (ARG)

CERRO PORTEÑO: Jean; Rolón, Patiño, Alexis, Alan; Lucena, Carrascal, Benítez, Aquino; Romero e Marcelo Moreno. Técnico: Chiqui Arce

PALMEIRAS: Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael e Raphael Veiga; Dudu, Rony e Gustavo Scarpa (Gabriel Veron). Técnico: Abel Ferreira

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