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Construtor, Jandrei corresponde a demandas de Ceni no São Paulo

Jandrei, durante partida do São Paulo contra o Corinthians - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC
Jandrei, durante partida do São Paulo contra o Corinthians Imagem: Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

27/05/2022 04h00

A chegada de um goleiro bom com a bola nos pés foi pedido de Rogério Ceni na janela de transferências do início do ano. O São Paulo aproveitou o fim do contrato de Jandrei com o Santos e o trouxe ao Morumbi para disputar posição com Tiago Volpi. Ele não apenas venceu a disputa, como tem mostrado nos números aquilo que o treinador deseja.

O entendimento de Ceni é de que uma jogada começa nos pés do goleiro. Isso faz com que aumente as opções de passes e, com a movimentação correta, a equipe consegue quebrar as linhas adversárias. No Brasileirão, Jandrei tem se destacado no quesito. O goleiro ainda não errou nenhum dos 154 passes que tentou, em média de 22 passes por partida, de acordo com o site Footstats.

O aproveitamento chama atenção porque Jandrei tenta muito mais do que seus companheiros de posição. Alex Muralha, do Coritiba, por exemplo, também tem 100% de aproveitamento, mas deu apenas 75 passes nos sete jogos feitos até aqui, com uma média de 10,7 passes por partida. Nos rivais paulistas, a história se repete: Weverton, do Palmeiras, e Cássio, do Corinthians, erram pouco, mas não tentam muito. O palmeirense tem média de 15,2 passes certos por partida, enquanto o corintiano tem 15,8.

"O Jandrei veio contratado para cá por ser um bom goleiro, mas que joga muito bem com os pés. (...) vivi a minha vida toda jogando com os pés. Então, eu vejo que é muito mais útil você ter um 11º jogador que possa ser um iniciante de jogada que faça com que o adversário se mobilize para marcá-lo", explicou Ceni, em entrevista coletiva depois da vitória contra o Ayacucho.

"Por isso que a gente trabalha tanto no dia a dia, com exercícios de construção de jogo, em campo reduzido, ensaiar as saídas de jogo, movimentação, dar as opções de passe para que a gente possa quebrar uma linha e você ter a oportunidade de sair de trás com a bola jogando. Claro que tem jogos que o risco passa a ser muito grande e você opta por um outro tipo de saída", prosseguiu.

Jogo com os pés

As atividades diárias para aprimorar o jogo dos goleiros com os pés são características dos trabalhos de Rogério Ceni. Robertinho Barbosa, preparador de goleiros do Cruzeiro durante a rápida passagem do treinador por lá, relembra as orientações passadas por ele enquanto estava na Toca da Raposa.

"Ele pediu para eu dar um pouco mais de atenção para essa questão, porque ele planejava que o goleiro jogasse mais adiantado, participando da construção. Então, a partir daí, eu planejei meus treinos com base no que ele pedia. Ele era um dos melhores goleiros do país e a qualidade que ele tem como técnico faz com que ele sempre entendesse muito bem essa necessidade", diz.

Quando Jandrei está em campo, o São Paulo costuma mudar até o estilo das cobranças de tiro de meta. Em muitas oportunidades, um zagueiro dá o primeiro passe para que o goleiro comece a construir a jogada.

"O Jandrei é uma exceção no gol. Eu digo que ele é um jogador de linha que joga com luvas. Desde a Chapecoense que eu o acompanho, e ele tem uma qualidade muito grande com a bola nos pés. É difícil achar um zagueiro que tenha a mesma qualidade que o Jandrei em lançamentos longos. Acredito que o São Paulo está bem servido na posição", prossegue Barbosa.

O próximo compromisso de Jandrei com o São Paulo será amanhã (28), quando a equipe enfrentar o Ceará, pela oitava rodada do Brasileirão. A partida está marcada para as 19h (de Brasília).

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