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OPINIÃO

Recorde do Palmeiras é reflexo de abismo na Libertadores, diz Julio Gomes

Do UOL, em São Paulo

25/05/2022 12h36

O Palmeiras concluiu a fase de grupos da Libertadores com mais uma goleada, desta vez com 4 a 1 diante do Deportivo Táchira, da Venezuela, e garantiu a melhor campanha da atual edição e também da história da competição sul-americana neste formato, com 100% de aproveitamento, 18 pontos e 22 gols de saldo, além de anotar o maior número de gols desta fase, com 25, quatro a mais que o River Plate de 2020, então dono do recorde.

No UOL News Esporte, Julio Gomes afirma que esses números não fazem do Palmeiras o favoritaço ao título da Libertadores e dizem mais sobre a disparidade financeira que existe hoje na competição do que sobre o próprio time palmeirense, que atuou com reservas na maior parte dos jogos de seu grupo.

"Essa campanha recorde do Palmeiras fala muito mais sobre o campeonato, o momento atual, do que sobre o time do Palmeiras. A Libertadores está se transformado em uma Champions League no sentido de times tão mais ricos do que outros, tão melhores do que outros. Hoje o abismo entre brasileiros e bolivianos e equatorianos é tão grande que a gente vai ver cada vez com mais frequência esse tipo de campanha", diz Julio.

"Não estou aqui minimizando o time do Palmeiras, que é um timaço e o bicampeão do continente, mas esse recorde tem mais a ver com o abismo atual do que com o próprio time do Palmeiras, que inclusive jogou essa primeira fase da Libertadores essencialmente com reservas, um ou outro titular, tanto que o artilheiro da competição é um reserva do Palmeiras, o Navarro", completa.

O colunista do UOL aponta que a vantagem da campanha é o direito de decidir o mata-mata em casa nas oitavas de final e, caso avance, nas quartas e semifinais, além de atuar como mandante e com o primeiro uniforme na final única, em Guayaquil, mas considera que eventuais confrontos com Flamengo, Galo e River Plate não terão favoritismo alviverde e nem dos três times.

"No ano passado, quando todo mundo falava que o Galo era favorito contra o Palmeiras, eu dizia que era 50 a 50, que o Flamengo era favorito contra o Palmeiras, 50 a 50. Hoje, se jogar Palmeiras e Flamengo ou Palmeiras e Atlético-MG, Palmeiras e River Plate, eu vou dizer 50 a 50. O Palmeiras é mais time do que todos esses, é mais consistente do que todos esses, mas quando chega o mata-mata não dá para apontar nenhum deles como favoritaço", conclui.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL