América-MG e Botafogo se enfrentam tendo rumos da SAF como pano de fundo
De um lado, um clube caminha no planejamento e vive a expectativa pela SAF. Do outro, um que tem o novo modelo de administração como realidade e já vive seus efeitos. América-MG e Botafogo se enfrentam logo mais, pelo Campeonato Brasileiro, em um jogo que tem a Sociedade Anônima do Futebol como pano de fundo, mesmo que para fins diferentes. O confronto de hoje (21), na Arena Independência, será às 21h.
O Coelho, com nove pontos, iniciou a rodada na nona colocação e tenta se aproximar do G4. O Alvinegro, por sua vez, tem 11 e quer se firmar neste primeiro pelotão da competição.
América-MG e Botafogo instituíram a SAF, mas sob cenários distintos, o que também ajuda a explicar a diferença de estágio entre eles neste assunto. Enquanto o clube mineiro vê no modelo uma forma de "crescer", o Glorioso o adotou como solução para a crise.
O Coelho foi uma das primeiras instituições da Série A a registrar a SAF, o que aconteceu em janeiro, após aprovação do Conselho em dezembro passado. Porém, o clube ainda procura investidores, e trata o assunto com cautela.
Desde o ano passado, havia conversas com o bilionário Joseph DaGrosa Jr, que ingressou no mundo esportivo com uma participação na administração do Bordeaux, da França. As partes, porém, não chegaram a um acordo em alguns pontos da "Carta de Intenções" e as tratativas não foram concluídas.
Um dos quesitos foi a porcentagem do departamento de futebol a ser negociada. DaGrosa queria 90% das ações, algo que o América-MG não concordou.
Com as finanças equilibradas, o Coelho não apenas conseguiu a permanência na Série A do Brasileiro como chegou à primeira Libertadores — inclusive, se classificando para a fase de grupos. Nesta conjuntura, o clube analisa o mercado com calma, e quer a SAF como aliada para resultados mais expressivos.
O Botafogo, por outro lado, já está sob administração do empresário John Textor e vê um departamento de futebol sob forte investimento, tanto no elenco quanto em outras áreas. Antes do começo do Brasileiro, o Glorioso foi um dos destaques no mercado da bola, com uma janela de transferências bem agitada.
A transferência da SAF para Textor foi oficializada no início de março — o contrato-vinculante havia sido assinado em janeiro. O norte-americano comprou 80% das ações, e outros 10% virão como garantia do empréstimo de R$ 50 milhões que o clube recebeu em fevereiro. Assim, ao fim do trâmite, ele terá 90% das ações.
O acerto foi bastante celebrado pela diretoria e torcedores, que chegaram a fazer uma grande festa no dia em que o Conselho Deliberativo aprovou o contrato. Não à toa. A mudança no modelo da gestão já era aguardado há um tempo em General Severiano.
Com o Alvinegro atravessando grave crise financeira, a adoção de um novo organograma era vista como a única solução para dias melhores. O Conselho aprovou a implementação do "clube-empresa" no fim de 2019 — à época, não existia a Lei da SAF —, e membros da cúpula foram atrás de investidores. Porém, no ano seguinte, com a pandemia de coronavírus e alguns outros obstáculos, o projeto não caminhou.
Durcesio Mello assumiu a presidência em 2021 tendo essa pauta como uma das principais missões. Houve um trabalho de reestruturação do clube e do departamento de futebol, após uma campanha desastrosa que levou ao rebaixamento no Brasileiro. Após sedimentar o caminho, o clube avançou para chegar a um acordo para oficializar a transformação.
FICHA TÉCNICA:
AMÉRICA-MG X BOTAFOGO
Competição: Campeonato Brasileiro - Sétima rodada
Local: Arena Independência, em Belo Horizonte (MG)
Dia: 21 de Maio de 2022, sábado
Horário: 21h (horário de Brasília)
Árbitro: Raphael Claus (Fifa/SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa/SP) e Neuza Ines Back (Fifa/SP)
VAR: Daniel Nobre Bins (RS)
AMÉRICA-MG: Jailson; Patric, Éder, Conti e Marlon; Juninho, Lucas Kal e Matheusinho; Pedrinho, Aloisio e Henrique Almeida. Técnico: Vagner Mancini
BOTAFOGO: Gatito Fernández; Saravia, Víctor Cuesta, Kanu e Daniel Borges; Tchê Tchê (Patrick de Paula), Luis Oyama e Lucas Fernandes (Chay); Erison, Diego Gonçalves e Victor Sá. Técnico: Luís Castro
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