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Cássio relata insegurança após ameaças virtuais e pede união entre atletas

Cássio, do Corinthians, em ação na partida diante do Deportivo Cali, pela Libertadores - Staff Images / CONMEBOL
Cássio, do Corinthians, em ação na partida diante do Deportivo Cali, pela Libertadores Imagem: Staff Images / CONMEBOL

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

20/05/2022 14h54

No início do mês de abril, logo após a derrota para o Always Ready, na Bolívia, por 2 a 0, o goleiro Cássio e seus familiares, além de outros atletas e dirigentes do Corinthians, foram alvos de ameaças nas redes sociais. A Polícia Civil apurou o caso e identificou os responsáveis pelas mensagens de ódio. O ocorrido, no entanto, deixou marcas no ídolo corintiano, que usou o episódio para pedir mais união entre atletas e clubes.

"Sobre as ameaças, não desejo para ninguém, para a esposa de ninguém. Eu acho que se estendeu bastante, não desejo para as mães também, a minha recebeu coisas nada legais, a terapeuta das minhas filhas também. Mandamos para a polícia, agradeço e eles foram atrás de todos. O Edenilson passou por isso, jogador do Palmeiras também (Jorge). Quero parabenizar o presidente do Corinthians, que se manifestou e se posicionou sobre isso. Para algumas pessoas esse posicionamento não foi legal, mas para quem sofre isso, foi muito gratificante. O nosso clube não condiz com isso, não desejo para ninguém mesmo. Muitos podem achar que era brincadeira, mas hoje em dia para fazer uma besteira, é só ver o noticiário, é cada barbaridade. Não dá para duvidar de ninguém. Agradeço aos companheiros e todas as pessoas que trabalham aqui, as que não aparecem também, nos deram muita força", relatou o camisa 12 do Corinthians, expondo as dificuldades enfrentadas em sua vida pessoal após o envio das mensagens de ódio.

Segundo o goleiro, o episódio está superado e tanto ele como sua família estão confortáveis vivendo em São Paulo. A esposa do atleta chegou a excluir sua conta no Instagram e até mesmo Cássio passou a utilizar muito menos as redes sociais como forma de preservação e, sobretudo, exposição dos lugares que frequenta e das pessoas que vivem ao seu redor.

Ídolo do Corinthians e prestes a se tornar o goleiro com mais jogos na história do clube do Parque São Jorge, o jogador pediu união dos clubes no combate à violência e maior conscientização da comunidade do futebol.

"É seguir em frente, tentar dar suporte, o Corinthians deu muito, mas já é um fato que passou. Teve (episódio parecido) no jogo do Bahia e no Gre-Nal. Tem outros clubes que têm se posicionado contra isso, mas, nós, jogadores, temos que nos unir mais sobre esse sentido, porque não pode ser normal. Eu não duvido de mais nada do que pode acontecer, mas também não pode banalizar, achar que todo torcedor é assim. É um tipo de torcedor. Espero que não aconteça mais, porque não é legal. Não tenho medo, não tenho medo de sair em São Paulo ou viver o dia a dia com a minha família, mas fiquei muito chateado e frustrado naquele momento, não por ser comigo, mas porque ninguém merece passar pelo que minha família passou", narrou o goleiro.

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