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Atlético-MG quer captação mais agressiva na base e mira o futebol africano

Atlético-MG quer ser agressivo na captação de jogadores para as categorias de base - Bruno Sousa/Atlético-MG
Atlético-MG quer ser agressivo na captação de jogadores para as categorias de base Imagem: Bruno Sousa/Atlético-MG

Victor Martins

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte (MG)

13/05/2022 04h00

O Atlético-MG dará início a uma nova fase da sua reestruturação iniciada em 2020. A partir de agora, o atual campeão brasileiro vai se posicionar como um captador agressivo, na busca por talentos em todo o Brasil, na América do Sul e também no continente africano.

Por meio de observadores técnicos e um software baseado em estatísticas, o Galo quer descobrir talentos em outros países e até em outro continente. Replicar no Brasil uma fórmula que já é sucesso no futebol europeu, que conta com muitos jogadores africanos.

O trabalho de reestruturação foi dividido em etapas pelo clube. A primeira e principal foi a reformulação do elenco profissional masculino, que já deu resultado. A questão financeira é a prioridade do momento, e o clube trabalha para vender um imóvel e assim reduzir a dívida que fechou 2021 acima de R$ 1,3 bilhão.

A construção da Arena MRV é outro ponto importante, já que a diretoria projeta um incremento significativo nas receitas do clube. Para completar, tem a categoria de base, que em 2022 ganhou uma nova metodologia de trabalho.

"Um caso específico que estamos adotando também é, nas categorias de base, um processo específico de um intercâmbio de jovens jogadores africanos. É algo pouco explorado pelos clubes brasileiros, que o Galo vai tentar caminhar num sentido um pouco diferente dos demais. Quem sabe, através de um continente que dispõe de bastante qualidade, que abastece muitos países", revelou o diretor de futebol, Rodrigo Caetano.

Primeiras ações

Essa mudança na base passa pela contratação de Erasmo Damiani, que assumiu o controle do setor no ano passado. Trazido em fevereiro de 2021 passado como gerente, o profissional passou primeiro ano observando o funcionamento das categorias de base e estudando mudanças necessárias.

É o que Damiani tem colocado em prática nesta temporada, com o respaldo da direção executiva. O clube trocou os treinadores das equipes sub-15, sub-17 e sub-20, por exemplo.

As mudanças vão além, afinal o Galo quer se tornar um captador bastante agressivo. Para identificar os talentos mais cedo e em lugares distintos, em pelo menos dois continentes, o Atlético vai aumentar de 11 para 40 o número de observadores técnicos. O desejo é óbvio: retorno técnico na equipe profissional e também financeiro.

O clube também passou a dar mais espaço às promessas no time principal. Desde os títulos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, em dezembro do ano passado, o Atlético liberou alguns jogadores e deu mais minutos em campo aos garotos formados pelo clube.

O meia Rubens é o melhor exemplo. Titular no time que disputou a Copa São Paulo de Futebol Junior em 2022, o atleta de 20 anos já disputou 12 partidas pelo time principal nesta temporada. Algo que não aconteceria sem os empréstimos de Nathan e Hyoran, para Fluminense e Red Bull Bragantino, respectivamente.

Atualmente, dos 30 jogadores que formam o elenco comandado por Turco Mohamed, nove foram revelados pelo Atlético. O planejamento é contar com no máximo 25 jogadores não formados pelo clube e completar o grupo com os garotos da base.

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