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Flamengo vive altos e baixos e busca identidade entre falhas e lampejos

Jogadores do Flamengo comemoram gol de Arrascaeta, na partida contra o Talleres-ARG - Fotobairesarg/AGIF
Jogadores do Flamengo comemoram gol de Arrascaeta, na partida contra o Talleres-ARG Imagem: Fotobairesarg/AGIF

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

05/05/2022 04h00

O Flamengo ensaiou uma reação com Paulo Sousa, mas voltou a fazer um jogo de altos e baixos no empate contra Talleres (ARG), pela Copa Libertadores. Característica que marca a temporada de um time que ainda busca estabilidade.

Após um início bem organizado e com uma equipe com ares de titular, o Rubro-Negro se desmontou completamente com a saída Pablo, que sentiu dores na coxa, e passou a ser presa fácil de um rival que é o lanterna de seu grupo no Campeonato Argentino. A queda foi admitida pelo treinador português, que ressaltou a perda de controle a partir da troca.

A baixa de mais um defensor expôs os problemas que o clube tem para recuperar alguns jogadores, especialmente para o setor defensivo. Para o duelo em Córdoba (ARG), Sousa não relacionou Rodrigo Caio, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Gustavo Henrique. Com exceção do primeiro, que segue um cronograma especial de retorno, os outros três estão lesionados.

Os problemas na linha de defesa não ficaram restritos apenas aos zagueiros, visto que Isla voltou a mostrar dificuldades quando atuou como lateral. Sem suporte dos homens mais avançados, Filipe Luís ficou exposto. Recuado novamente para quebrar um galho, Arão fez um gol contra e se virou como pode no meio de uma chuva de bolas levantadas pelo adversário.

Diante da desorganização generalizada, o Fla viveu de lampejos para arrancar um empate que já parecia pouco provável. Sem aproximação entre os setores, o Rubro-Negro apostou em bolas mais longas para Bruno Henrique e rezou para que Arrascaeta descobrisse um passe salvador.

Mais uma vez, o uruguaio foi o mais lúcido da equipe e achou um chute de rara felicidade para empatar. O camisa 14 tentou acelerar um pouco o jogo, porém faltou companhia. Lutador como sempre, Gabigol recebeu pouquíssimas bolas e brilhou quando saiu da área para servir Pedro no 2 a 2.

O técnico Paulo Sousa mexeu no time, o Fla subiu, conseguiu ficar um pouco mais com a bola, mas faltou uma atuação mais sólida para os rubro-negros, que passaram os primeiros 45 minutos sem dar um arremate em gol sequer. A oscilação na Argentina se agrava à medida que o time ficou devendo na derrota para o Athletico (pelo Brasileirão) e na vitória contra o Altos-PI (Copa do Brasil), embora tenha havido muitas mudanças nestes dois jogos que antecederam a Libertadores.

"No segundo tempo, optamos por mais jogadores na frente. Sabíamos que nas entrelinhas nós íamos criar espaços. Dentro do que foi o jogo, acho que estamos todos de parabéns", disse Paulo Sousa, que destacou a capacidade de reação do time:

"Nossa equipe tem um caráter extraordinário. Em situações adversas eles mostram caráter e buscam o resultado. Para termos consistência individual todos têm de ter continuidade nos processos competitivos para que possamos atingir o máximo."

Entre bons momentos e apagões, o Flamengo arrancou um ponto importante em uma noite ruim e caminha a passos largos para ir às oitavas de final.