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Ferreira faz tratamento com células-tronco para acelerar volta ao Grêmio

Ferreira quer voltar ao Grêmio o mais rápido possível - Lucas Uebel/Grêmio
Ferreira quer voltar ao Grêmio o mais rápido possível Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

29/04/2022 04h00

Ferreira quer voltar o quanto antes ao Grêmio. Para isso, começou, na última terça-feira (26), tratamento com células-tronco que mira acelerar a recuperação das dores musculares na coxa direita que o impedem de atuar com regularidade.

O quadro tem brecado a frequência do atacante de 24 anos em campo pelo Tricolor. Segundo o clube, ele não tem lesão e ganhou tempo para recuperação plena.

"O que posso dizer é que [o Ferreira] está em tratamento, refere dor e está sendo tratado. Parece que é assim mesmo. Sente a dor, trata, melhora, vai voltar, vai sentir dor novamente. Parece que é uma lesão que tem que dar um tempo para ele", disse o vice de futebol Denis Abrahão.

Tratamento acelera recuperação em até 50%

Quem ministra o tratamento é o médico Luiz Felipe Carvalho, que já havia atendido o jogador antes mesmo de ele chegar ao Grêmio, no tratamento de uma fascite plantar, quando Ferreira defendia o Aimoré. Além de ter participado também da recuperação de Rodrigo Dourado, do Inter, e tratar e outros atletas como o uruguaio Nicolás Lodeiro, atualmente no Seattle Sounders, dos Estados Unidos, e o tenista Pablo Cuevas, também uruguaio.

Felipe é médico ortopedista, cirurgião de coluna e diplomado na Academia Americana de Medicina Regenerativa, com formação de cinco anos nos Estados Unidos e na Europa.

"A célula-tronco cabe para recuperação de lesões, porque a célula é o grande potencial de cicatrização do corpo. Se fizer uma lesão que na literatura médica indica que levaria 30 dias para curar, com célula-tronco corto o prazo em até 50%. E digo, em até 50%, porque depende de uma série de coisas: qualidade celular, vida do atleta, sono, alimentação, musculatura, vários fatores", contou ao UOL Esporte.

"O Ferreira fez a lesão na inserção do adutor direito, numa região que une o tendão ao osso, na região do púbis. Se criou uma dúvida sobre pubalgia. Ele não tem pubalgia, não tem alterações no púbis, mas tem é uma lesão pouco comum. Foi no início de fevereiro. Queremos acelerar essa cicatrização", completou.

O médico faz questão de salientar que não houve equívoco do departamento médico gremista e que o plano é ter Ferreira totalmente livre das dores em até três semanas.

"Não se trata de erro, ele fez uma lesão complexa, não é uma lesão simples. O departamento médico fez o melhor que poderia fazer com o que eles tinham em mãos. Essa é uma técnica que serve para ajudar, para aprimorar", explicou.

"Se coleta a célula da bacia, do tutano do osso, coloca-se um ultrassom para identificar a lesão, e, com uma agulha, se aplica a célula na lesão para cicatrizar mais rápido e desinflamar", continuou. "Imagina se os clubes tivessem um departamento de medicina regenerativa, imagina se isso fosse feito num time inteiro recuperando as lesões?", indagou.

Na próxima semana, uma nova avaliação será feita no jogador para indicar se há necessidade de outra aplicação.

"O Ferreira estava com muita dor, e ele é muito competitivo. É um cara que não gosta de ficar fora. Para estar fora, é porque realmente está com muita dor. Estamos montando um planejamento. O determinante em relação a tempo será a semana que vem. Vamos reavaliar e ver se é necessário fazer uma outra aplicação. Mas em torno de duas a três semanas, ele poderá estar de volta dando alegrias à torcida do Grêmio", acrescentou.

Comprovação científica

O procedimento é bancado pelo estafe de Ferreira e com autorização do Grêmio. Pablo Bueno, que gere a carreira do atacante na empresa MDEZ 360, entrega ao jogador uma equipe completa para garantir a melhor performance, como fisioterapeuta, preparador físico e médico, além de uma estrutura própria para recuperação e condicionamento físico. O agente também cuida da carreira de Tetê, que recentemente se transferiu do Shakhtar Donetsk (UCR) para o Lyon (FRA).

Segundo Felipe, o tratamento com células-tronco é realidade em clubes da Europa e tem comprovação científica.

"Muita gente pergunta isso. É um procedimento com comprovação científica, sim. É só saber onde procurar e estudar. O que existe é falta de conhecimento. Na Europa, o tratamento é muito difundido. A inteligência do clube europeu é bem diferente do brasileiro", disse.

"E não apenas para atletas, qualquer pessoa, até mesmo para as pequenas lesões se pode fazer o procedimento, que acelera a cicatrização e acaba com as dores, que afetam todos os aspectos das nossas vidas", finalizou.

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