Topo

Paulistão é como o Campeonato Português, mas tem de encurtar, diz Abel

Abel Ferreira durante coletiva na Federação Paulista de Futebol  - Reprodução YouTube
Abel Ferreira durante coletiva na Federação Paulista de Futebol Imagem: Reprodução YouTube

Brunno Carvalho e Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

29/03/2022 13h50

O técnico Abel Ferreira elogiou o Campeonato Paulista durante a entrevista coletiva de apresentação da final da competição, nesta terça-feira (29), na sede da Federação Paulista de Futebol. De tão forte, ele o comparou com o nível técnico do futebol português. Mas, mantendo a coerência de seu discurso desde que foi introduzido ao futebol brasileiro, fez ressalvas quanto ao número de datas que a competição ocupa.

"É uma competição que tem 120 anos de história, de longe o maior estadual pelas equipes que estão, como São Paulo, Corinthians, Red Bull [Bragantino]. Se comparasse com Portugal, o Paulistão é o nosso Nacional. Nem no nosso Nacional, há tantos clubes que lutam pelo titulo", disse Abel.

Em Portugal, é normal que o campeonato nacional seja disputado por três clubes: Benfica, Porto e Sporting, um trio que soma 85 títulos entre eles. Belenenses e Boavista têm um cada.

Feito o elogio sobre a competitividade do estadual, Abel mudou o tom. Aí relembrou uma luta antiga sua em solo brasileiro: apontar o quanto julga que o calendário do futebol brasileiro é desgastante, para não dizer entupido. Para ele, a despeito de sua relevância histórica, os Estaduais deveriam preencher um espaço mais curto na tabela dos grandes clubes.

"Eu gosto de pensar global e creio que o Paulista poderia ser um pouco menor", disse. "Longe de mim pensar em acabar com essa competição, mas tem que reduzir datas, fazer final única em um estádio decidido por sorteio."

"São 120 anos. Quando comparamos, é impossível dizer que este não é o mais competitivo e organizado. É preciso entender a importância dessa competição para os clubes menores", disse.

"Talvez reduzir duas ou três datas. Eu queria ver o Danilo, o Sara. O treinador do Red Bull ficou sem o Arthur, o treinador do Corinthians ficou sem o Fagner, com cinco minutos de jogo. Nessa intensidade de competição, cedo ou tarde, os clubes começam a perder os jogadores", disse

"Com um pouco de sensibilidade e flexibilidade, há espaço para melhorarmos", finalizou.