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Luís Castro é apresentado como técnico do Botafogo: 'Acredito no projeto'

Luís Castro, novo técnico do Botafogo, ao lado de John Textor, investidor da SAF do Alvinegro - Vitor Silva / Botafogo
Luís Castro, novo técnico do Botafogo, ao lado de John Textor, investidor da SAF do Alvinegro Imagem: Vitor Silva / Botafogo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

29/03/2022 13h46

Novo técnico do Botafogo, o português Luís Castro foi apresentado no começo da tarde de hoje (29), no Nilton Santos. Durante a entrevista coletiva, o comandante, que chegou ao Rio de Janeiro no último domingo, esteve ao lado de John Textor, investidor da SAF do Alvinegro.

Antes do evento, Luís Castro já comandou uma atividade junto ao elenco. O treinador, que tem contrato de dois anos, estava no Al Duhail, do Qatar, e já vinha participando do planejamento do departamento de futebol do Glorioso para a temporada.

O técnico chega acompanhado dos auxiliares Vitor Severino e João Brandão, do preparador de goleiros Daniel Correa, dos preparadores físico Roberto Oliveira, Betinho e o analista de desempenho Nuno Baptista.

"O primeiro dia é sempre um dia diferente. Gostaria de dizer que me sinto muito feliz em representar o Botafogo. É um desafio difícil, temos dificuldades estruturais, algumas dificuldades de espaço de treino e organização, mas vi muita vontade de melhorar e trabalhar. E algo que levo para a vida é que o trabalho é melhor que o talento. Acho que, no Botafogo, há muita gente com talento e muita gente querendo trabalhar, e isso facilita bastante as coisas", disse.

"Escolhi o Botafogo. Realmente, tive outros convites, mas escolhi o Botafogo, e houve razão, mas esta escolha foi uma escolha consciente. Apesar de todas as dificuldades, acredito muito no projeto, acredito muito no que o Textor quer no projeto, acredito na torcida, na estrutura e nas pessoas envolvidas no projeto. Sou uma pessoa de convicções e, quando escolho, me entrego por completo", completou.

Luís Castro, técnico do Botafogo, John Textor e a nova comissão técnica - Vitor Silva / Botafogo - Vitor Silva / Botafogo
Imagem: Vitor Silva / Botafogo

Castro foi um desejo pessoal de Textor, que via no treinador português o nome ideal para implementar o projeto que idealiza para o futebol do Alvinegro.

"Muito feliz em estar aqui. Luís Castro é um treinador que tem uma reputação internacional, uma história grande no futebol. Além de técnico, é um grande gestor, tem desenvolvido técnicas de treinamento que serão colocadas em prática aqui com grande eficiência. Tinha um compromisso no Qatar, é um homem de palavra e tinha de terminar esse compromisso. Eu confio na escolha, era a minha primeira opção. Sempre quis que ele viesse ao Botafogo", afirmou o empresário.

Objetivos na temporada

"Normalmente, quando traçamos objetivos de uma temporada, fazemos de uma forma bastante otimista, e muitas vezes não temos aquilo que envolve outras equipes. Para lançarmos o que é o nosso objetivo, temos de ter ciência daquilo que os outros valem, os outros também querem muitas coisas no campeonato. O que mais quero ver é um crescimento sustentável. Queremos colocar em prática um projeto de construção, daquilo que a equipe pode fazer. Alguns jogadores podendo entrar, outros podendo sair, ao final da janela podemos ter isso de forma mais clara. Quero uma construção sustentável. Gostaria de, em um primeiro ato, colocar que é um projeto de tempo"

Sucesso de Jorge Jesus e Abel Ferreira no Brasil

"Ganhar campeonatos e ter sucesso no futebol não pertence a um país. A globalização permite que possamos trabalhar em vários lugares. Fico feliz que Jesus e Abel tenham sucesso aqui. Mas nós apreciamos a forma que as equipes jogam e se manifestam. Gosto tanto quando um treinador brasileiro e um português ganham. Eu fui treinado por Paulo Autuori e Marinho Peres, que tanto me ensinaram. Não tenho mais ou menos responsabilidades porque outros colegas portugueses foram bem. Minha consciência exige o máximo de todos".

Primeiro contato com o elenco

"As primeiras palavras foram para dar parabéns pelo último jogo que fizemos contra o Fluminense [pela semifinal do Carioca]. A equipe esteve muito bem, determinada, quis muito ganhar quis muito ir para a final. Foram fantásticos em campo. Lucio Fávio fez um trabalho fantástico ao longo deste tempo que esteve à frente do Botafogo. Vi uma equipe unida, no o momento ofensivo e defensivo, criando dificuldades ao Fluminense. Parabéns aos jogadores e ao Lucio Flávio".

Estrutura

"Não vamos esconder nada. Temos muitas dificuldades. Não temos espaço para treinar, mas não é desculpa. Vamos ter que ganhar assim mesmo. Sou responsável por tudo que acontece no Botafogo. Aceitei o clube como ele está e aceitei fazer o desenvolvimento dessa estrutura. Terminando o treino perguntei onde treinaremos amanhã. Não sabemos. Hoje em dia é fundamental ter um Centro de Treinamentos. Não adianta comprar um carro e não ter estrada para andar com o carro. Vamos organizar rapidamente e tentar atravessar essa zona mais turbulenta e entrar em velocidade de cruzeiro. Os departamentos do clube estão muito bem definidos.

John Textor sobre estrutura

"Toda infraestrutura de treinamentos tem grandes desafios. Nós temos grandes parceiros, pessoas que têm onde os jovens podem treinar. O Sub-20 treina no Cefat, onde tem pessoas comprometidas com o Botafogo. No Lonier temos os irmãos Moreira Salles, que são grandes torcedores do Botafogo. É como se fosse uma colcha de retalho, temos CT's espalhados pelo Rio e é difícil de trabalhar sistematicamente. Temos muitos problemas de infraestrutura e queremos ficar mais juntos, depois eu falo em termos de qualidade, mas percebo que as pessoas envolvidas têm um amor muito grande pelo clube e estão fazendo seu melhor.

"Com relação ao time principal, eles têm necessidades especiais, precisam de isolamento, treinar de forma mais privada. Precisamos resolver esses problemas. Ao mesmo tempo é importante ter o time principal próximo dos garotos. No caso do Crystal Palace as divisões de base estão do outro lado da rua. A gente vê o brilho no olhar e acredito que promover isso é bom. Esse é o padrão que devemos ter aqui. O Botafogo é um dos maiores clubes do mundo. Crystal Palace pode ser um time da Premier League, mas eles olham para o Botafogo como algo muito grande. Precisamos trabalhar na direção de que o CT do Botafogo faça jus ao tamanho e nome do que merece. Estaremos buscando parcerias, temos muito o que fazer, mas vamos encontrar esse lugar apropriado para o Botafogo. A curto prazo, não dá pra fazer em um dia, mas esse homem (Castro) precisa de campo e temos três níveis de metas, curto, médio e longo prazo. É uma coisa que temos que resolver".

O que representa ser técnico do Botafogo?

"Representa muito, de verdade. Se conseguirmos colocar o Botafogo novamente no caminho do sucesso, é uma marca que ficará muito forte. Chegar ao Porto e ser campeão no time B, foi mais um treinador a ser campeão. Chegar ao Shakhtar e ser campeão, foi mais um. Chegar ao Al Duhail e ser campeão, a mesma coisa. Agora, chegar ao Botafogo e conseguir estar na família do Botafogo, que quer construir e colocar o Botafogo no caminho, é diferente. Isso foi decisivo para a minha decisão. Estar em um clube que teve Garrincha, Jairzinho... Aqueles jogadores que vimos como menino. Não foi uma escolha difícil, foi uma escolha consciente e acertada. Me faz lembrar do tempo que estive no Porto, e aproveitar jogadores da base para transformá-los em jogadores de grande nível. O futebol é muito perigoso. Daqui a um mês pode acontecer de me perguntarem se tenho apoio e capacidade para continuar. A resposta será sempre que sim. A torcida no último jogo foi fantástica. A paixão que os torcedores tiveram estava ali, dava para sentir. Aquilo é ter paixão, ver como eles estavam animados com o que a equipe fez porque o ser humano reconhece a dedicação e o trabalho dos outros, de forma pura. Por tudo isso, foi uma escolha certa"

*Mais informações em instantes

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