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Vaias, escândalos e desmanche: 8 fatos que escancaram a crise no PSG

Messi e Neymar: envolvidos em escândalos do PSG, e focos de vaias da torcida - REUTERS/Gonzalo Fuentes
Messi e Neymar: envolvidos em escândalos do PSG, e focos de vaias da torcida Imagem: REUTERS/Gonzalo Fuentes

Felipe Held

Colaboração para o UOL

26/03/2022 04h00

O time que atraía a atenção do mundo no início da temporada do futebol europeu com seu elenco estrelado e reforçado por Lionel Messi atravessa um momento delicadíssimo, após um primeiro trimestre decepcionante em 2022. Mais que eliminações precoces, o Paris Saint-Germain tem acumulado polêmicas na imprensa internacional e se viu em meio a uma grave crise que transcende o âmbito esportivo.

A queda para o Real Madrid nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa parece ter sido apenas o estopim para que outros episódios viessem à tona, como tumultos da diretoria, tensões no vestiário e incertezas sobre o futuro. Agora, a torcida vaia os craques Neymar e Lionel Messi, exige a renúncia da diretoria e ainda lê denúncias sérias contra Neymar.

O UOL Esporte reuniu oito episódios cruciais para entender a crise que ronda uma das equipes mais badaladas do planeta.

Derrotas e eliminações

A fase do PSG não é das melhores, mesmo com a liderança isolada do Campeonato Francês. Além da queda já nas oitavas de final da Champions League, nos últimos 10 jogos o time de Pochettino venceu cinco e perdeu cinco vezes - incluindo um revés por 3 a 0 para o Monaco na última rodada, sob vaias da torcida. Além disso, a equipe parisiense já havia colecionado outro resultado decepcionante: a eliminação em casa para o Nice nas oitavas da Copa da França, nos pênaltis, após empate por 0 a 0 no tempo normal.

Vaias da torcida

Placa da torcida diz: 'PSG, estou entediado' - Benoit Tassier/Reuters - Benoit Tassier/Reuters
Placa da torcida diz: "PSG, estou entediado"
Imagem: Benoit Tassier/Reuters

A torcida parisiense passou a vaiar a maioria de seus astros nos jogos pelo Francês e levar faixas de protesto para o estádio. Messi e Neymar têm recebido sonoros apupos em campo, enquanto Kylian Mbappé é exaltado. Uma organizada do clube também já emitiu um comunicado pedindo as demissões do presidente Nasser Al-Khelaifi e do diretor Leonardo e prometeu manifestações não-violentas.

Vestiário rachado

Eventualmente surgem notícias na imprensa europeia sobre o clima pesado que é o vestiário do PSG, com tantos jogadores badalados disputando titularidade em campo e prestígio dentro do clube. Esse cenário ocorre há algumas temporadas, mas dois episódios recentes chamam a atenção para o atual momento do elenco. Em dezembro, o jornal francês L'Equipe publicou uma reportagem relatando que festas, privilégios e faltas a treinamentos geram incômodos no ambiente. Já após a derrota para o Monaco pelo Francês, a emissora RMC Sport noticiou uma divisão no elenco entre os atletas sul-americanos, que se comunicam em português ou espanhol, e os francófonos.

Notícias explosivas

Mais do que um clima de animosidade, a imprensa tem jogado gasolina na fogueira com acusações que elevam a tensão no ambiente. Após a derrota para o Real Madrid, o diário espanhol Marca denunciou uma briga feia entre Neymar e Gianluigi Donnarumma nos vestiários do estádio Santiago Bernabéu - notícia desmentida pelo brasileiro, postando inclusive uma conversa de WhatsApp com o goleiro italiano.

Já nesta semana, o jornalista Daniel Riolo, da RMC Sport, declarou que o camisa 10 treina "no limite da embriaguez" e que está "em um espírito de revanche com o PSG" por conta da ruptura entre clube e vestiário. Verossímeis ou não, estes casos definitivamente intensificam o clima de crise.

Máquina de moer treinadores

Desde o início do projeto megalomaníaco de Nasser Al-Khelaifi, nenhum técnico caiu nas graças do clube parisiense e teve tranquilidade para trabalhar, mas a maioria deles conseguiu brilhar posteriormente em outras equipes. Desde janeiro de 2012 o cargo já esteve com Carlo Ancelotti, Laurent Blanc, Unai Emery, Thomas Tuchel e, agora, é de Mauricio Pochettino. O argentino vem sendo bastante contestado e já vê o nome de Zinedine Zidane ser especulado para o posto.

Ações da diretoria

Repercutiu bastante mal ao redor do planeta a reação do presidente Al-Khelaifi depois da eliminação do PSG na Champions, evidenciando a panela de pressão que havia se tornado o ambiente do clube. Logo após o apito final, o dirigente desceu do camarote do Santiago Bernabéu para os vestiários acompanhado de Leonardo, discutiu com o trio de arbitragem, acusou o árbitro holandês Danny Makkelie de "apitar o jogo vestindo uma camisa do Real" e ainda quebrou a bandeira de um dos assistentes do jogo. Segundo relatos de testemunhas, ele teria ainda agredido um funcionário do clube espanhol. A Uefa abriu um processo disciplinar para investigar o caso.

Possível saída de Mbappé

13.3.22 - Kylian Mbappe, do PSG, comemora seu primeiro gol contra o Bordeaux  - BENOIT TESSIER/REUTERS - BENOIT TESSIER/REUTERS
Maior goleador do PSG, Mbappé pode sair do clube e agravar a crise
Imagem: BENOIT TESSIER/REUTERS

Em nenhum momento da temporada a situação de Mbappé no PSG esteve bem definida. O contrato do atacante chega ao fim na metade de 2022, mas desde um ano antes se fala do interesse do Real Madrid no jovem francês. Em janeiro, a imprensa europeia chegou a destacar que um pré-acordo já estava selado - e isso certamente não caiu bem antes do encontro entre os dois clubes pelas oitavas de final da Champions. Mbappé, que sempre esteve à sombra de Neymar e agora de Messi, é o artilheiro do clube no Francês e na temporada.

Desmanche à vista

Logo após a eliminação para o Real Madrid, a imprensa europeia levantou a possibilidade de haver uma grande reformulação no atual elenco do PSG para a próxima temporada. Além de Mbappé, que pode estar a caminho da Espanha, o goleiro Donnarumma, o zagueiro Sergio Ramos e os meias Ángel di María e Georginio Wijnaldum também podem ir embora. Até Neymar já vem sendo bastante questionado pela torcida.